Defesa da educação catalisa insatisfação generalizada com Bolsonaro
"A resistência ao projeto de destruição da educação e da Universidade pública se transformou na plataforma de enfrentamento global ao governo Bolsonaro e suas políticas ultraliberais, eugenistas e racistas. A resistência à contrarreforma previdenciária ganhou ainda mais centralidade", diz o colunista Jeferson Miola. "A preparação da greve geral de 14 de junho ganhou um importante alento no dia de ontem", aponta
Os protestos multitudinários em defesa da educação que ocorreram em todo o Brasil neste 15 de maio catalisaram a ampla insatisfação da sociedade brasileira com Bolsonaro.
A resistência ao projeto de destruição da educação e da Universidade pública se transformou na plataforma de enfrentamento global ao governo Bolsonaro e suas políticas ultraliberais, eugenistas e racistas. A resistência à contrarreforma previdenciária ganhou ainda mais centralidade.
Em algumas capitais brasileiras, como Porto Alegre e Rio de Janeiro, as manifestações foram de magnitude equivalente aos comícios das Diretas Jáde 1983/1984 – até então o principal marco de mobilizações populares do país.
A vibração genuína das juventudes em luta, sobretudo estudantes secundaristas e universitários, se comunicou com a inconformidade generalizada do povo com os desatinos do governo e com o caos instalado no país.
Esta formidável contraofensiva democrática e popular acontece numa circunstância difícil para Bolsonaro, que enfrenta uma confluência de crises e dificuldades: o país à beira da estagnação, desemprego brutal, hostilidade na base parlamentar, instabilidade política e sua estigmatização como pária internacional e aberração humana [aqui].
Além disso, Bolsonaro se defronta com o que ele próprio chama de tsunami: o avanço da investigação dos esquemas de corrupção, enriquecimento ilícito e lavagem de dinheiro do filho Flavio em associação com Fabrício Queiroz – fato que poderá revelar, às claras, a conexão da FaMilícia Bolsonaro com o submundo das milícias e das organizações criminosas.
A energia, a presença massiva e o vigor dos protestos evidenciaram o potencial crescente de oposição ao governo, inclusive de segmentos desiludidos e assustados com a barbárie em marcha.
Uma mensagem que fica deste 15 de maio é que o governo poderá prosseguir a imposição da agenda austericida e genocida, porém não sem enfrentar uma enorme, vigorosa e crescente resistência popular e disposição de luta social.
A preparação da greve geral de 14 de junho ganhou um importante alento no dia de ontem. O enfrentamento à extrema-direita fascista e seu projeto destrutivo entrou numa nova e promissora etapa.
A luta política dura e intensa será a marca do próximo período. Será fundamental aprofundar a organização unitária e solidária dos subalternos.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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