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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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Demissão de Luana Araújo é "um manda, outro obedece"

"O verdadeiro ministro da Saúde é Bolsonaro", diz o jornalista Alex Solnik. "Ou o veto foi de Bolsonaro ou de alguém abaixo dele que deu a ordem já sabendo que ela não passaria por seu crivo por ser inimiga declarada de charlatanices"

Luana Araújo na CPI da Covid no Senado (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)
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O depoimento de Luana Araújo à CPI da Covid mostrou, para começar, mais um gênio brasileiro que o Brasil não conhecia. Arrogante, um senador perguntou qual era sua experiência em pandemia de coronavírus. Já atuou como conselheira na Coreia do Sul e alguns países da África, como Guiné-Bissau que a conheciam melhor que o senador.

Pela primeira vez não houve grosseria nem contestações. Ela conseguiu agradar a gregos e troianos, com seu transbordante conhecimento da matéria, seu humanismo, seu senso de justiça, delicadeza, simpatia, carisma, firmeza e simplicidade.

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Ela não teve de se esforçar nem de se esgoelar para derrubar a insistência na política do kit covid, que chamou de delirante e dar um basta na tese da imunidade de rebanho, por ser impossível.

Claro que é. Demandaria 140 milhões de brasileiros infectados, o que levaria dez anos, e quatro milhões morreriam.

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Um devaneio macabro que só cabe na cabeça de alguém que o dicionário Aurélio aponta como o contrário de gênio: estúpido, idiota, imbecil.

Mas o depoimento da mestre em Saúde Pública pela Universidade John Hopkins também desmontou a narrativa do ministro Queiroga, que nessa mesma CPI declarou ter tido autonomia para escolher a sua equipe.

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O sentimento dele ao comunicar que não seria nomeada, depois de ter sido apresentada publicamente como a titular da Secretaria de Enfrentamento à Covid19 por ele próprio dez dias antes e já estar trabalhando foi de “pesar”.

“Meu e dele”, acrescentou.

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Tradução: ele não conseguiu nomear a pessoa mais preparada para comandar o combate à pandemia. Não foi por falta de qualificação; foi por excesso.

Ou o veto foi de Bolsonaro ou de alguém abaixo dele que deu a ordem já sabendo que ela não passaria por seu crivo por ser inimiga declarada de charlatanices.

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Tenha sido ordem direta do presidente ou do chefe da Casa Civil, Queiroga engoliu o sapo.

A cena lembra um episódio de outubro de 2020.

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Na terça-feira, 21, o então ministro Pazuello anunciou ter fechado a compra de 46 milhões de doses da Coronavac. No dia seguinte, Bolsonaro declarou que não compraria “a vacina chinesa do João Doria”.

Na quinta, 22, em vídeo ao lado de Bolsonaro, Pazuello proferiu sua frase inesquecível: “um manda, outro obedece”.

Queiroga tem autonomia até a página 2. O verdadeiro ministro da Saúde é Bolsonaro.

Ele só não gravou o vídeo humilhante.

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