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Adilson Roberto Gonçalves

Pesquisador científico em Campinas-SP

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Demônios eleitoreiros

Na entrevista do despresidente ao Jornal Nacional, Bolsonaro falou o dobro de vezes em armas em relação à democracia

Jair Bolsonaro, William Bonner e Renata Vasconcellos (Foto: Reprodução)
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Dada a atenção a grupos religiosos, cogita-se que demônios eleitorais estejam vivos no pleito deste ano, como já estiveram na eleição anterior, lembrando dos disparos em massa pelo WhatsApp de pastores para seus fiéis votarem no ogro que ainda habita o Palácio do Planalto, pois Haddad e o PT seriam a encarnação do Demo em 2018. No conluio entre católicos e evangélicos, todos bolsonarentos, há um deus monetário que fala muito mais alto, pois todos esses “cristãos” esqueceram das divergências entre as igrejas de Pedro e de Lutero. Além disso, fundamentam parte dos ataques às religiões de matrizes africanas, ataques que contêm o desprezo aos 3 Ps: pobres, periféricos e pretos. Mas se há algo fiel à Bíblia que o despresidente representa é a imagem do anti-Cristo, que os cegos na fé não enxergam nem com milagre!

A violenta teocracia da prosperidade fica clara em extratos da transcrição da entrevista do despresidente ao Jornal Nacional na Rede Globo de 22/8, pois vê-lo e ouvi-lo causariam náuseas. Além das mentiras, chamou a atenção que falou o dobro de vezes em armas em relação à democracia e muitas vezes disse que “demos dinheiro’, como se o recurso às benesses eleitoreiras não viesse do nosso imposto. A visão personalista, mais uma vez, se sobrepôs à do governante.

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Por mais iniciativas e alertas a favor da democracia, o golpe do despresidente está em curso, uma vez que tem incentivado as manifestações do Sete de Setembro em apoio a suas teses insanas. Assim, são os eleitores de Lula que mais veem risco de uma ditadura em função da existência dos 30% que ainda apoiam o despresidente, sabendo que ser ele o principal fator para uma aventura golpista e ditatorial no país. Somando-se aos arroubos das Forças Armadas e de um grupo de empresários, a setembrada não está descartada. “Atentar contra a democracia é crime”, dizem os jornalões, mas os crimes já praticados pelo despresidente são tantos, que dificilmente será julgado e condenado por mais esse. O parlamento se regozija com as burras cheias do dinheiro da compra de votos e do fundo eleitoral e não se moverá contra mais esses atos antidemocráticos. Há que se considerar que, para o insano despresidente, pouco importa qual a natureza da realidade, mas, sim, qual a sua verdade para vender – e comprar – nas próximas eleições. E é isso que muitos dos que estão nos vários Brasis enxergarão.

Por fim, pode ter sido apenas protocolar, mas a posse de Alexandre de Moraes na presidência do TSE fez com que a presença do despresidente ficasse acanhada e constrangida, em cerimônia em que o ele foi duramente criticado, sem ter sido citado nominalmente. Foi uma verdadeira “demonstração de união contra o golpismo”, na fala dos jornalões. Nunca havia assistido a uma cerimônia fadada a ser enfadonha com tanta expectativa. Se isso fará ele baixar a bola e começar a aceitar a derrota ou se vai avivar mais ainda seus ânimos golpistas, somente os próximos dias dirão. Depois disso, será muito tarde para conter os fanáticos armados nas ruas. Restará ao povo apenas a extrema unção.

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