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Marilza De Melo Foucher

Economista e jornalista. Colabora com o Brasil 247 e outros jornais no Brasil, é colaboradora e blogueira do Mediapart em Paris

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Denegrir e propagar o pessimismo para derrotar o adversário

Diante do cenário externo da situação global da economia, o desenvolvimento brasileiro não é dos piores. Por esta razão, é difícil entender o comportamento dos analistas econômicos brasileiros em geral

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A situação econômica no Brasil logicamente não é da mais brilhante neste ano eleitoral, todavia, analisar somente a utilização de um único dado econômico, por exemplo, a baixa da taxa de crescimento do PIB, não reflete a realidade global de um país. O PIB é um indicador econômico controverso, ele mede a renda, mas não a sua distribuição, o crescimento, mas não a sua destruição, e não leva em conta fatores como a coesão social e o meio ambiente. Um país pode crescer economicamente e manter o nível de desigualdade na distribuição de riquezas e de acesso ao bem comum. O desenvolvimento de um país deve conciliar a inclusão social com a estabilidade econômica e a proteção ambiental. Devemos ver a economia como uma visão macroeconômica para o desenvolvimento inclusivo. Uma economia deve estar em harmonia com a sociedade e o mundo em que vivemos. Uma política econômica deve impulsionar o crescimento de forma sustentável, mais ecológica, capaz de criar postos de trabalho, capaz de reduzir a pobreza, e repartir melhor suas riquezas. Nesse sentido, o Brasil prosperou com relação a muitos países, pois, apesar de um contexto mundial difícil, o Brasil continuou criando empregos e tendo uma melhor inclusão social. Em todo o período Lula-Dilma, até maio de 2014, o Brasil gerou 20,4 milhões de novos empregos. Um dado ilustrativo é que de 2003 até hoje, a renda do trabalhador cresceu 70% acima da inflação.
O Bolsa Família, tão criticado pelos articulistas econômicos e pela oposição, é um programa citado como exemplo de política pública que tem combatido a pobreza com efetividade. "Constitui um piso de proteção social", como afirmou Jorge Chedieki, chefe do escritório do PNUD em Brasília.

No Relatório de Desenvolvimento Humano de 2014 (PNUD), que traz os dados do IDH de 2013, o Brasil figura de novo no grupo dos países com desenvolvimento humano 'alto', a segunda entre quatro categorias definidas pelo PNUD. Logicamente, ainda faltam serviços públicos de melhor qualidade e as desigualdades regionais e sociais ainda persistem. Só não se pode negar é que esforços não tenham sido feito nesse sentido. Para isto basta analisar a evolução dos programas sociais implantados nessa ultima década. O orçamento destinado à educação em 2002 era R$ 18 bilhões e hoje chega a R$ 112 bilhões.

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Se levarmos em conta também a crise financeira sem precedente desde 2008, o Brasil tem resistido melhor, por exemplo, que muitos países europeus, que optaram pela receita da austeridade. Os governos de Lula e Dilma optaram por outro caminho. Enquanto a crise econômica internacional fez a política social em diversos países regredir, como se constata na União Europeia, o Brasil preservou sua capacidade de investimento, e manteve salvo os empregos de milhões de brasileiros. O governo brasileiro conseguiu manter as melhorias para as camadas mais pobres da população e, ao mesmo tempo, preservou a estabilidade macroeconômica. O aumento do nível do investimento e do gasto público e a ampliação do crédito em plena crise foram determinantes no enfrentamento da crise mundial.

A política adotada na Europa pelos governos atualmente mais conservadores foi de adotar medidas drásticas para diminuir as despesas publicas reduzindo os custos sociais, desregulando o mundo do trabalho, limitando os direitos dos trabalhadores. Além de medidas fiscais regressivas que só beneficiam o grande capital. Essas medidas levaram as nações europeias a bater recorde de números do desemprego jovem. Hoje a Europa tem uma juventude candidata a uma pobreza de longo prazo. O poder aquisitivo dos europeus não para de diminuir. No mais, a política de austeridade não teve resultado almejado e provocou um débil crescimento econômico. Hoje esta política coloca em perigo o modelo social europeu que muitos países do mundo invejavam. Anteriormente os governos europeus conseguiam conciliar o desenvolvimento econômico com a questão social. Hoje na União Europeia, a morosidade e pessimismo é a regra, muitos países estão em recessão, como a Holanda, Portugal, Estônia, Portugal, Chipre, Finlândia, Grécia. A França provavelmente com crescimento negativo entrara também no rol dos países em recessão. A taxa de desemprego na zona euro é de 12% em 2014 e 11,7% em 2015. A zona do Euro atravessa uma fase de baixo crescimento da produtividade, o impacto do desemprego de longa duração e um futuro não assegurado para os jovens, hoje mercado de trabalho é inadequado para absorver a massa de desempregados (...).

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As cicatrizes sociais da crise estão longe de serem apagadas. Mesmo que a Alemanha seja apresentada com certo dinamismo econômico, a taxa de desemprego é de quase 7%. O emérito Professor Joseph Stiglitz, prêmio Nobel de Economia e ex-economista-chefe do Banco Mundial, disse que gostaria que a chanceler Angela Merkel pudesse entender que a austeridade enfraquece a economia. Ele aumenta o desemprego, reduz salários e aprofunda as desigualdades. "Não há nenhum exemplo de uma grande economia em que a austeridade permitiu a retomada do crescimento." Outro economista, o francês Guillaume Duval, da Revista Alternativa econômica, chama atenção sobre a o aumento da precariedade do trabalho na Alemanha especialmente com relação ao emprego dos jovens, e ele diz que as necessidades da indústria alemã são perenes e ela aproveita da crise econômica nos países do sul da Europa para empregar uma mão de obra barata dos jovens migrantes. Os funcionários do Sul demitidos e os jovens sem trabalho são bem-vindos na Alemanha de Ângela Merkel. Como um todo, a zona do Euro tem visto o seu produto interno bruto (PIB) se estagnar no segundo trimestre, depois de ter subido apenas 0,2% no trimestre anterior, de acordo com o Eurostat estatísticas escritório da UE.

Diante do cenário externo da situação global da economia, o desenvolvimento brasileiro não é dos piores. Por esta razão, é difícil entender o comportamento dos analistas econômicos brasileiros em geral, ligados aos grupos econômicos e aos políticos da direita conservadora. Eles buscam traçar um quadro funesto para a economia do Brasil sem analisar a repercussão que teve a crise do capitalismo financeiro que abalou os países ditos desenvolvidos.

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Por que as políticas implementadas pela União Europeia não deram resultados? Por que não comparar os dados em função da realidade enfrentada pelo governo brasileiro?

Durante sete anos (2008-2014) esses analistas econômicos, articulistas neoliberais, buscam criar um clima de pânico para prejudicar o ambiente econômico no Brasil. Assim, há um certo tempo eles decidiram criar uma estratégia de comunicação para alimentar uma campanha internacional visando deteriorar a imagem positiva do Brasil ao mesmo tempo em que tentam provocar no plano interno um pessimismo geral na nação. A pergunta é: quem sai perdendo, se não o próprio Brasil? Fica claro que eles querem mesmo deprimir a economia para afastar os investidores e com isto, embaraçar a política do governo, e no final derrubá-lo. Agem de modo irresponsável para prejudicar o interesse nacional, tudo isto devido ao ódio que eles têm pelo Partido dos Trabalhadores. Não há duvidas que a alta classe média e rica do qual eles pertencem foram as que mais usufruíram do êxito das políticas econômicas dos governos de Lula e Dilma.

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Eles sabem e têm consciência que o pessimismo e a desconfiança são os melhores promotores de um clima coletivo de impotência e desânimo. Quando o pessimismo se instala, os efeitos da crise econômica são reforçados e, indiretamente, influenciam nos fatores de crescimento. Esta tem sido a arma que eles vêm utilizando: disseminam o pessimismo como arma para ganhar o poder executivo nas próximas eleições. Vale ressaltar que eles já detêm o monopólio do quarto poder no Brasil.

O Presidente Lula entendeu perfeitamente que a população brasileira estava com uma visão pessimista do futuro, ele soube injetar otimismo e enfrentar a crise econômica. Lula falava muito de auto-estima e conseguiu levantar a moral dos pessimistas e ganhar confiança para o enfretamento da crise mundial. Luis Lula da Silva é um otimista por natureza, assim como a Presidente Dilma, logicamente, com uma diferença: é que a Presidente Dilma é menos expansiva. De fato, o otimismo é uma qualidade que permite perceber o mundo de uma forma positiva, este fator psicológico não deve ser negligenciado no contexto empresarial e econômico. O grande economista Keynes quando defendia o papel do Estado na economia, ele falava dos mecanismos psicológicos necessários para evitar o medo do futuro e de tomada de riscos. Daí a importância da presença do Estado para garantir um clima de confiança na relação de investimentos publico e privado.

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Foi assim que os governos do diabólico PT tão odiado pela elite brasileira e seus aliados conseguiram evitar que a catástrofe causada pela crise financeira devastasse o Brasil. Desde 2008 o mundo global vive um clima de tensão econômica e social. O Governo Lula e Dilma, conseguiram uma boa administração da crise econômica e agiram sem precipitação. Mudaram o funcionamento da diplomacia brasileira e conseguiram forjar uma estratégia internacional de participação e não de submissão às regras multilaterais da governança mundial. Eles criaram uma correlação de forças favoráveis ao Brasil, com muita tática e esforços sanearam grande parte da divida publica e privada deixada por Fernando Henrique. Eles criaram credibilidade internacional, aumentaram as reservas monetárias, possibilitando uma governabilidade capaz de promover a inclusão social. O pior já passou e hoje o Brasil pode reunir condições para garantir uma política interna mais condizente com os anseios de seu povo. A presidente Dilma é a melhor preparada para dar continuidade a esse processo de construir um Brasil mais justo.

A arma dos brasileiros é de continuar o otimismo, confiar no futuro do Brasil, e não se deixar contagiar pelo vírus do pessimismo. Ao propagar o vírus do pessimismo os adversários de um Brasil para todos, estão visando apenas conquistar o poder em beneficio de uma corrente ideológica responsável pela atual crise mundial.

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