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Pedro Paiva

Jornalista, mora em Nova York. Foi produtor e repórter do América News, jornal do canal internacional da Globo feito para a comunidade brasileiros nos Estados Unidos. É colaborador da Revista Híbrida e da USBRTV nos Estados Unidos. Acompanha a política estadunidense e outros temas importantes do país

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Destituição de presidente da Câmara nos EUA evidencia crise no Partido Republicano

"O caos interno no Partido Republicano mostra fraqueza e incapacidade de governar", afirma o colunista Pedro Paiva

Kevin McCarthy (Foto: Reuters/Evelyn Hockstein)
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Pela primeira vez na história dos Estados Unidos, um presidente da Câmara foi retirado do cargo pelo voto dos próprios deputados. Mais que isso, foi retirado por iniciativa dos membros do próprio partido. Kevin McCarthy, republicano da Califórnia, não é mais o “Speaker of the House”.

Para além de ser um fato histórico, a remoção de McCarthy é também o mais novo indício do quão dividido está o Partido Republicano. No centro do racha está Donald Trump e seu projeto pessoal de poder.

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Após as eleições de meio de mandato, em 2022, a oposição recuperou a maioria na Câmara, ainda que uma maioria apertada. Mesmo assim, a escolha do presidente foi lenta, passando por um recorde de 15 votações.

O motivo da demora na escolha de McCarthy era o fato de que, com uma maioria apertada, um pequeno grupo de extrema-direita passou a ter muito poder, exigindo compromissos do deputado para ser escolhido por eles para o posto.

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De lá pra cá, McCarthy se tornou uma marionete nas mãos da extrema-direita. Até mesmo abrir um processo de impeachment contra Biden ele abriu, mesmo tendo dito anteriormente que era contrário ao mesmo. Para figuras ultra-conservadoras como Matt Gaetz, deputado Trumpista da Flórida, porém, não foi suficiente.

Gaetz, por diversas vezes nas últimas semanas, fez ameaças públicas a McCarthy. Em discursos afirmou que o presidente da Câmara teria descumprido acordos e que seria destituído caso não entrasse na linha.

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Mais recentemente veio a gota d’água. Contrariando a ala de extrema-direita e o ex-presidente Donald Trump, McCarthy aprovou uma lei para evitar que o país ficasse sem dinheiro enquanto negociações sobre o orçamento de 2024 seguem acontecendo.

Trump e seus representantes no Congresso defendiam uma posição intransigente: tudo ou nada e que os democratas lidem com as consequências. A movimentação de McCarthy, que adiou o apocalipse nas contas públicas por 45 dias, foi vista como uma traição irremediável.

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Hoje, as ameaças se tornaram realidade. A imensa maioria dos republicanos votou para que McCarthy permanecesse no cargo. Mas 8 votos de ultra-direita foram suficientes para que, somados aos votos democratas, McCarthy fosse destituído.

No fim, quem ganha são os democratas. O caos interno no Partido Republicano mostra fraqueza e incapacidade de governar. Além disso, a ala de extrema-direita segue minoritária e não conseguirá escolher o nome para o próximo “Speaker”. Pelo menos por um dia, Joe Biden deve ter uma boa noite de sono.

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