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Deu no New York Times

A violência explodiu na Bahia como em nenhum outro lugar. Apenas no ano passado foram 5.764 crimes letais, o maior número de todo o Brasil. Mais que São Paulo, com 5.180, e Rio de Janeiro, com 3.970

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A matéria do jornal americano New York Times, que qualifica Salvador como a capital dos homicídios do Brasil, feriu nosso orgulho. A sensação de insegurança e medo é real, e os números comprovam que o governo está perdido na segurança pública.

A violência explodiu na Bahia como em nenhum outro lugar. Apenas no ano passado foram 5.764 crimes letais, o maior número de todo o Brasil. Mais que São Paulo, com 5.180, e Rio de Janeiro, com 3.970.

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A maior parte dessas vítimas são os mais pobres. Dos 30.042 homicídios cometidos na Bahia, entre 2007 e 2012 - número muito próximo aos 26 anos anteriores (1980-2006) -, 96% das vítimas foram negros e pardos, e 64% homens entre 16 e 35 anos. Uma tragédia social e racial, um genocídio inaceitável.

Em pouco tempo, a Bahia virou, também proporcionalmente, um dos três estados mais violentos do Brasil ao dobrar a taxa de homicídios para 40,7 por 100 mil habitantes, enquanto o Rio de Janeiro reduziu em 38% e São Paulo em 64%, no mesmo período. A Bahia hoje é mais violenta, em termos absolutos e relativos, que os dois maiores estados do país.

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A violência atingiu intensamente Salvador e RMS, que em 2012 registrou 2.393 homicídios. Enquanto nos últimos anos o índice na capital cresceu 215%, nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo caiu 55% e 80%, respectivamente. Salvador, que estava entre as cinco capitais menos violentas do Brasil, nos últimos sete anos passou a ser uma das três mais violentas.

Esses dados recentes do Fórum de Segurança Pública e do Mapa da Violência ainda colocam a Bahia como um dos estados que menos gasta em policiamento, com R$ 295 milhões em 2012. Isso é a metade do que gastou Sergipe, ou 20% do que gastou Pernambuco. Em inteligência policial, fundamental no combate ao crime organizado e ao tráfico, tivemos também um dos piores desempenhos do país no ano passado, quando foram investidos apenas 13 milhões, cerca de 10% do que se gastou em propaganda.

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E tem saída? Obviamente que isso depende de determinação. Do Governador do Estado assumir para si a responsabilidade de resolver o problema. Para citar apenas um exemplo: se 76,4% dos crimes com morte no último ano foram com armas de fogo, é inaceitável que a Bahia tenha o segundo pior índice de apreensão de armas do Brasil, com 13,9 armas apreendidas por 100 mil habitantes. Cobrar mais rigor nesse combate parece óbvio. A lógica é simples: menos armas, menos mortes, menos crimes.

Outro problema central é a impunidade. Apenas uma minoria dos crimes gera um inquérito policial, e poucos resultam em prisão. A Bahia é o segundo menor índice de população carcerária do país, com apenas 13.105 presos, ou 134,6 por 100 mil habitantes. São Paulo tem taxa de 633,1 e Espírito Santo de 575,7. Aqui faltam presídios e vagas como em nenhum outro lugar, expondo a ineficiência de todo o sistema, da polícia que não investiga e não prende, ao judiciário que solta quem foi preso.

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Na Bahia, no ano passado, foram roubados 12.140 carros, ou 30 por dia. Aconteceram ainda 36.150 agressões com lesão corporal e 2.511 estupros, ou um estupro a cada quatro horas. A violência se generalizou com aumento de roubo a banco e assalto a coletivos.

Nesse momento crítico precisamos de novas ideias, de implantar aqui experiências bem sucedidas em outros lugares. Precisamos de gestão competente e ações eficazes, como aproximar o efetivo policial por habitante ao padrão internacional, dar proteção jurídico-institucional para a atuação das polícias, ampliar a investigação criminal, recuperar a polícia técnica, priorizar a inteligência policial e criar uma força-tarefa nas fronteiras com cinturão eletrônico para combater a entrada de drogas e armas.

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O que a Bahia precisa imediatamente é de uma política de segurança mais contemporânea, conectada com o momento, mais tecnológica e voltada para resultados. Mas, acima de tudo, precisamos de coragem para enfrentar o desafio, de uma nova atitude diante do problema, que devolva paz e tranquilidade e seja capaz de gerar notícias nos jornais que nos orgulhem e não nos envergonhem.

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