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Paulo Henrique Arantes

Jornalista há quase quatro décadas, é autor de “Retratos da Destruição: Flashes dos Anos em que Jair Bolsonaro Tentou Acabar com o Brasil”

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Dia da Mulher: o uso do cabelo afro não é uma questão menor

"É uma forma de demonstrar que a conquista de direitos não depende apenas da superação do subjugo pelos homens, mas da superação de outras barreiras opressivas"

(Foto: Marcelo Rocha/Mídia Ninja)
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Oito de março é Dia da Mulher e, com muito boa vontade, pode-se comemorar alguns avanços na direção da equidade e do tal empoderamento feminino. Elas estão conseguindo, aos poucos, ocupar seu lugar na sociedade. Pode-se tomar como exemplo a empresária Bia Santos, 27 anos, negra e dona da Barkus, startup de educação financeira para grupos vulneráveis. Há outras “Bias” nestas terras.

Não se venha atormentar com conversa sobre meritocracia, pois a própria Bia já disse que os casos isolados de protagonismo feminino, inclusive no campo do chamado empreendedorismo, devem-se, antes de tudo, aos anos de luta feminista e a políticas públicas. 

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Antes que se projete um 8 de março alvissareiro, é preciso debruçar-se sobre a última pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgada nesta semana: 33,4% das mulheres brasileiras com mais de 16 anos já sofreram violência física ou sexual - ou seja, são 21,5 milhões de vítimas. E pioramos: na pesquisa anterior, de 2021, as mulheres agredidas no Brasil eram 24,4%.

A Organização Mundial da Saúde informa que a média global desses casos é de 27%. Somos mais violentos em relação às mulheres do que o mundo como um todo.

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O brado contra a violência de gênero e a discriminação - que haverá de resultar em medidas concretas dos governos - ecoa sob diversas formas, por exemplo na autoafirmação das mulheres negras, expressado pelo uso dos cabelos crespos, remetendo à africanidade. Essa não uma questão menor.

O uso do cabelo afro é uma forma de demonstrar que a conquista de direitos das mulheres não depende apenas da superação do subjugo pelos homens, mas também da superação de outras barreiras opressivas, entre as quais o racismo sobressai.

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Como bradou Lélia Gonzalez, expoente do feminismo negro no Brasil, em seu discurso na Constituinte de 1987, “sem o criouléu, sem os negros, não se fará deste país uma nação”.

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