Dica de leitura
Breno Altman expõe de maneira crítica uma temática que lhe é afeta, a qual discorre no seu livro Contra o sionismo – Retrato de uma doutrina colonial e racista
Breno Altman expõe de maneira crítica uma temática que lhe é afeta, a qual discorre no seu livro Contra o sionismo – Retrato de uma doutrina colonial e racista.
Contundente, mas com objetividade, fundamentos e honestidade intelectual, por maior que lhe sejam as adversidades. Breno foi um dos primeiros a se levantar contra o extermínio dos palestinos na Faixa de Gaza, ainda que sofrendo perseguições nas redes sociais e ações judiciais para calar sua voz e exercício jornalístico.
No final do primeiro capítulo da obra, um Breno sensibilizado no tema quando diz “Na minha condição de judeu, entristeço-me com as mortes que ocorrem em Israel e com as que ocorrem entre os palestinos”. Reafirma o seu dever de democrata e progressista ao denunciar abertamente o estado de Israel atual. Nem todo judeu é sionista, mas todos, judeus ou não, que se opõem aos ataques fulminantes contra a população civil da faixa de Gaza são acusados de antissemitas.
Por outro lado, o autor não ignora a existência histórica do antissemitismo desde antes da destruição de Jerusalém, de errantes pelo mundo, dentre os quais seus próprios antepassados. Repele a justificativa de que o holocausto conceda ao estado de Israel autorização para as matanças e crueldades em nome do povo judeu.
A obra traz questões remotas, fatos históricos, datas, episódios e consequências em que vivemos no mundo atual, os quais Breno correlaciona. Começa pelas origens e razões do Sionismo, suas versões e estratégias. Comenta com isenção a sociedade montada sob o signo judeu.
Para Breno, o estado de Israel não é uma democracia. Os direitos não são iguais. Conforme a etnia ou mistura delas, prevalece com mais direitos o judeu puro, porquanto há uma tolerância aos árabes-israelenses e total repúdio aos palestinos, como os da faixa de Gaza colonizada.
A solução dessas questões seria a convivência dos povos. Conclui a obra dizendo da luta contra o apartheid sionista e para construir um futuro democrático, soberano e laico para toda a Palestina, para árabes e judeus, para todos os povos, etnias e crenças da antiga Canaã. Em sua palestra em Piracicaba-SP, concluiu também que não aceitar o extermínio de Gaza hoje, não é por sentimentos de pena, dó, dos palestinos, mas a defesa de nossos próprios direitos.
Breno, em sua autenticidade e etnia judaica, demonstra que o estado de Israel não representa toda a coletividade de judeus e israelenses pelo mundo. Torna-se visível a cada dia a oposição dentro do próprio judaísmo contra o massacre da franja de Gaza e ao governo atual de Israel.
A culpa não é do mensageiro, do jornalista autêntico, nem do comentarista lúcido, que não escondem os fatos, quer seja ele judeu ou não, pela exposição da pior face da limpeza étnica em evidência histórica de uma guerra televisionada.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

