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Miguel do Rosário

Jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje

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Dilma, Pasadena e os ataques especulativos à Petrobras

A Petrobras tem sido a empresa que mais tem encontrado novas reservas. Não ver isso é fazer o jogo sujo de especuladores que usam a mídia para baixar o preço de uma empresa com objetivo de comprar barato suas ações

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(originalmente publicado no Cafezinho)

A história da refinaria de Pasadena, adquirida pela Petrobrás em 2006 não é um assunto novo.

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O então presidente da Petrobrás, José Gabrielli, já participou de audiência pública no Senado, em agosto do ano passado, explicando a decisão. Segundo Gabrielli, foi um negócio normal, segundo os parâmetros e cenários disponíveis à época.

Não podemos esquecer o contexto. Em primeiro lugar, a decisão favorável à compra da refinaria se deu em fevereiro de 2006. Apenas ao final de 2006, teríamos notícias das primeiras reservas gigantes do pré-sal, o que acarretaria numa reviravolta completa dos planos da Petrobrás e do governo. A confirmação destas reservas, e a descoberta de outras, se daria apenas nos anos seguintes.

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Uma coisa são erros cometidos por má fé, outra são mudanças de cenário que invalidam uma decisão anterior.

Antes do pré-sal, o foco dos investimentos em energia, por parte do governo e da Petrobrás, era o biodiesel e a construção de refinarias adequadas ao petróleo pesado produzido no país.

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De 1999 a 2005, a meta da companhia era ampliar a capacidade de refino no exterior, para ampliar o escoamento do nosso petróleo para os principais mercados consumidores, como os EUA. O mercado americano vinha aumentando, de maneira bastante vigorosa, o consumo de petróleo pesado, gerando uma demanda maior de refinarias. Foi aí que a Petrobrás entrou. Ela tinha um plano de investimento, e dinheiro separado especialmente para aquisição de refinarias no exterior. Quando houve a oportunidade, a Petrobrás não perdeu tempo.

A mídia está distorcendo, por exemplo, os custos da refinaria de Pasadena, porque está incluindo no preço os estoques de petróleo e derivados que vieram juntos na compra, e que foram usados.

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Para saber se o preço foi alto ou baixo, é preciso estabelecer uma unidade de comparação. Essa unidade existe, é o preço por barril. Depois se compara outras aquisições no mesmo ano.  A Petrobrás adquiriu os 100% da refinaria de Pasadena por US$ 4.860 por barril. No mesmo ano, 2006, o preço médio de refinarias adquiridas na América do Norte foi de US$ 9.734 por barril. Em maio de 2007, um fundo de investidores do Canadá adquiriu a Lima Refinery da Valero, por US$ 11.515 por barril.

Os preços das refinarias continuariam crescendo até a eclosão da crise de 2008, considerada a maior já vivida pelo capitalismo mundial desde o crash de 1929.  A partir daí, o consumo de petróleo pesado pelos EUA começa a declinar. A Astra Oil, então, premida pela crise, resolve sair de seu negócio em Pasadena, repassando sua parte à Petrobrás.

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Surgem variáveis novas no mercado do petróleo: descoberta do pré-sal no Brasil, com petróleo ultraleve; início das operações com xisto nos EUA; crise financeira mundial, reduzindo consumo de petróleo e fazendo as cotações da commodity despencarem nas bolsas.

Gabrielli observa, no entanto, que a refinaria de Pasadena não é um negócio perdido. Ela continua extremamente bem localizada, próxima ao golfo do México e com acesso privilegiado aos grandes corredores de abastecimento dos EUA.

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Independente das investigações sobre os problemas na Petrobrás, é certo que há uma guerra especulativa contra a empresa, e que agora ganha contornos políticos e eleitorais. O colunista Elio Gaspari publicou hoje um texto, por exemplo, violentíssimo contra a gestão da Petrobrás. Na mesma página, editorial do Globo adota linha igual, e critica a política de compra de conteúdo nacional da empresa, os 30% que a lei do petróleo garante à Petrobrás em todo o pré-sal, e pede “visão empresarial”, o que, no contexto do artigo, equivale a defender a privatização da companhia.

Gaspari inicia o artigo informando, em tom de denúncia, a ação da Petrobrás valia R$ 29 no início da gestão de Dilma e hoje vale R$ 12,60. É uma afirmação mistificadora, porque o petróleo é a commodity mais volátil no mundo. O preço da ação da Petrobrás pode voltar a R$ 29 em pouco tempo. Para isso basta, por exemplo, uma nova guerra na Criméia, que prejudique o fluxo de petróleo vindo da Rússia, hoje a maior exportadora do planeta.

A Petrobrás tem sido a empresa que mais tem encontrado novas reservas, e uma das que mais tem investido, com sucesso, em produção e refino. É um dos pilares centrais da indústria e do desenvolvimento científico no país. Não ver isso é fazer o jogo sujo de especuladores que usam a mídia para baixar o preço de uma empresa com objetivo de comprar barato suas ações.

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