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Cláudio da Costa Oliveira

Economista aposentado da Petrobras

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Direção da Petrobrás não tem defesa. Faltam argumentos que justifiquem políticas adotadas

A fragilidade na defesa de seus próprios planos faz com que a direção da companhia imponha uma política de recursos humanos muito mais baseada na coação e assédio do que na participação livre e criativa, como ocorre em empresas bem administradas

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“Será que nas reuniões da diretoria, uns conseguem olhar nos olhos dos outros?” 

Caminhoneiros tinham a esperança de que as coisas fossem melhorar na Petrobrás com a mudança da presidência da companhia. 

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Enviaram carta ao Gen. Silva e Luna, mesmo antes de sua posse, mostrando esta esperança. 

https://www.chicodaboleia.com.br/cntrc-envia-carta-aberta-ao-indicado-a-presidencia-da-petrobras/ 

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Posteriormente encaminharam uma proposta de politica de preços que pretendiam discutir com a empresa. 

http://www.aepet.org.br/w3/index.php/conteudo-geral/item/6139-conselho-dos-caminhoneiros-envia-proposta-de-politica-de-precos-para-bolsonaro-e-silva-e-luna 

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Não foram recebidos pelo presidente Silva e Luna que indicou dois representantes para contato. Primeiro o Gerente Geral de Comercialização e depois o Diretor de Relações Institucionais. Nenhum dos dois teve condições (conhecimento/competência) para responder as dúvidas dos caminhoneiros. 

Sendo assim, os caminhoneiros decidiram enviar carta aberta, desta feita ao presidente Jair Bolsonaro, o que ocorreu ontem 26/05 

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https://www.aepet.org.br/w3/index.php/conteudo-geral/item/6293-carta-dos-caminhoneiros-expressa-desilusao-quanto-ao-fim-da-ppi 

Na carta eles questionam:

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“Quando defendemos o fim do Preço de Paridade de Importação -PPI e da
venda de ativos valiosos (Refinaria, NTS, TAG, BR Distribuidora etc.) estamos
defendendo de forma clara, transparente e objetiva, os interesses dos
caminhoneiros, do povo brasileiro e do desenvolvimento de nossa economia.
Então fica a pergunta: quais interesses defendem os atuais dirigentes da
Petrobrás? “

 Nesta segunda feira (24/05)  ocorreu importante audiência pública promovida pela Comissão de Legislação Participativa da câmara federal, com o tema “O impacto social dos altos preços dos derivados de petróleo” 

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https://www.aepet.org.br/w3/index.php/conteudo-geral/item/6292-aepet-denuncia-efeitos-nefastos-da-ppi-em-audiencia-na-camara 

Compareceram representantes da Petrobrás, do Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE e do Instituto Brasileiro do Petróleo – IBP que tentaram defender as políticas adotadas pela Petrobrás, mas apresentando argumentos fracos de difícil defesa. 

Do outro lado tivemos brilhante apresentação do Eng. Paulo César Ribeiro de Lima, representando a Associação dos Engenheiros da Petrobrás – Aepet,  que mostrou didaticamente os absurdos que hoje são praticados na companhia. Na sua conclusão Paulo Cesar denunciou “ O CADE não está preocupado com a formação de monopólios”

Importante participação também do presidente do Sindicato dos Condutores Autonomos de Carga de Ijuí – RS, Carlos Alberto Liti Dahmer, que reiterou a insatisfação dos caminhoneiros com a administração da Petrobrás e o governo Bolsonaro. 

A fragilidade na defesa de seus próprios planos faz com que a direção da companhia imponha uma política de recursos humanos muito mais baseada na coação e assédio do que na participação livre e criativa, como ocorre em empresas bem administradas.

Os reflexos no corpo gerencial e funcionários os próprios dirigentes não conseguem esconder. 

Já em julho de 2017, quando completava um ano à frente da direção da empresa, o então presidente Pedro Parente, em entrevista ao site Poder 360 afirmava “a média gerencia está paralisada, amedrontada”, alegando tratar-se de uma reação à operação Lava Jato “porque eles respondem com o CPF”. 

Na época escrevi artigo com o título “Qual é o temor dos gerentes da Petrobrás” 

https://www.aepet.org.br/w3/index.php/artigos/artigos-da-aepet-e-colaboradores/item/518-qual-e-o-temor-dos-gerentes-da-petrobras  

Quase quatro anos se passaram. Os planos de destruição da empresa, iniciados com Bendine no governo Dilma, foram implementados por Parente com paralisação dos investimentos, venda de ativos rentáveis e política de preços de paridade de importação (PPI).

Os sucessores de Parente, Ivan Monteiro e Castello Branco, seguiram a mesma linha. Com isto, a Petrobrás que no período 2011/2014 sempre teve uma receita líquida superior a US$ 140 bilhões (US$ 144 bilhões em 2014) assistiu este número despencar para exíguos US$ 54 bilhões em 2020. Uma queda de US$ 90 bilhões, valor superior ao PIB de mais de 90% dos países do mundo.

Naturalmente, toda esta evolução não passou despercebida aos olhos dos gerentes e funcionários impotentes. 

Recém demitido, acusado por fraude, o gerente de RH na administração Castello Branco, Cláudio Costa, em entrevista a revista Exame (14 de abril) declarou "...desde de a descoberta da Operação Lava Jato, a empresa vive uma cultura extrema de denuncismo, em que o compliance vive num extremo oposto do que era antes". E também: "...essa cultura leva a uma apatia na gestão da empresa, o que faz com que gestores tenham medo de tomada de decisão".

Seria ele tão incompetente que não consegue identificar a origem dos problemas? Ou a ideologia cega o raciocínio? Não tenho a resposta. 

O fato é que o discurso da administração da Petrobras se fundamenta em bases inverídicas, mentirosas, insustentáveis. 

Será que nas reuniões da diretoria da empresa, uns conseguem olhar nos olhos dos outros? 

Busquei uma definição para mentira: 

Mentira. Ato através do qual um emissor altera ou dissimula deliberadamente aquilo que ele reconhece como verdadeiro, tentando fazer com que o ouvinte aceite ou acredite ser verdadeiro algo que é sabidamente falso.

Impressiona e é lamentável ver como a passividade de nosso povo permite que uma empresa como a Petrobrás chegue neste ponto. 

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