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Fernando Rosa

Fernando Rosa, jornalista, editor do blog Senhor X, especializado em geopolítica.

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Ditadura nas escolas; indisciplina nos quartéis

"A entrevista do general Aléssio é um cala-boca em professor - e alunos - e estímulo à indisciplina nos quartéis. A postura do general apoia, premia e sinaliza para a tropa que vale a pena subverter a hierarquia. E enxovalha aqueles que, a seu tempo, garantiram a ordem e a disciplina", avalia o jornalista e colunista do 247 Fernando Rosa; "Como pretendem exigir respeito nas relações entre alunos e professores, quando submetem-se a um capitão aventureiro, subvertendo e desrespeitando frontalmente os valores mais caros à vida castrense?"

Ditadura nas escolas; indisciplina nos quartéis
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"A remuneração é quinto ou sexto tópico a se considerar. Pagar muito bem é uma absoluta impossibilidade agora. Antes disso, precisa do discurso de que o magistério é importante, dar formação aos que já estão, e resgatar autoridade do professor".

A afirmação é do general Aléssio Ribeiro Souto, integrante da equipe de campanha do capitão Jair Bolsonaro (PSL) e "candidato" a Ministro da Educação. Além de menosprezar a valorização dos professores, o general Aléssio aborda um tema sobre o qual não tem autoridade para falar.

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O general não tem moral para falar em "resgate da autoridade" nas escolas, quando ele e outros generais batem continência para um capitão indisciplinado.

É fato que Bolsonaro foi "convidado" a deixar o Exército por indisciplina, quando cursava a Escola Superior de Aperfeiçoamento de Oficiais (ESAO), uma das escolas mais importantes do país.

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Ainda mais grave, depois de responder um inquérito militar, foi proibido de entrar em quartéis, por portaria oficial da instituição. Aliás, é o único parlamentar que foi proibido de entrar em quartel na história recente do país.

No final dos anos oitenta, o atual candidato do PSL tentava projetar-se como "líder" da campanha por melhores soldos. Para isso, planejou explosões nos quartéis, de acordo com a revista Veja da época. Entre os alvos estavam a adutora Guandu, e instalações da Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende; e em outros quartéis do estado.

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As explosões, segundo a revista, tinham por objetivo "assustar o ministro" (do Exército), na época, o general Leônidas Pires Gonçalves. As ações nos quartéis, de acordo com o mentor dos atentados, segundo a Veja, seriam "só o suficiente para o presidente José Sarney entender que o Leônidas não exerce nenhum controle sobre a tropa".

A entrevista do general Aléssio é um cala-boca em professor - e alunos - e estímulo à indisciplina nos quartéis. A postura do general apoia, premia e sinaliza para a tropa que vale a pena subverter a hierarquia. E enxovalha aqueles que, a seu tempo, garantiram a ordem e a disciplina.

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Como pretendem exigir respeito nas relações entre alunos e professores, quando submetem-se a um capitão aventureiro, subvertendo e desrespeitando frontalmente os valores mais caros à vida castrense?

O general Ernesto Geisel já alertava que Bolsonaro era uma "vivandeira" e um "mau militar", em busca de golpes.

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Antes de ressuscitar velhas teses da TFP, o que o Brasil precisa é valorizar definitivamente a educação, dando continuidade e ampliando o que já se fez nos últimos anos, tratando os professores como prioridade nacional.

E também garantir e respeitar a disciplina dentro dos quartéis.

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