Do 7 de setembro à apuração paralela, as forças armadas se sujeitam a ser instrumentos do golpismo bolsonarista
O Brasil está pagando um preço muito alto por não ter passado a limpo a ditadura militar
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Se havia um presidente indigno para comemorar os 200 anos de independência do Brasil, este seria o miliciano fascista que ocupa indevidamente o Palácio do Planalto. Talvez seja o único presidente da República que já bateu continência para a bandeira dos EUA e recentemente se humilhou, pedindo ajuda ao presidente Joe Biden para vencer Lula nestas eleições presidenciais, alegando que seria ele quem melhor representaria os interesses do imperialismo norte-americano no Brasil.
Mas já era previsível que o chefe da família das rachadinhas envergonhasse mais uma vez o país, transformando a mais importante data cívica de todos os brasileiros em um comício eleitoral tosco, no qual, enquanto ele exaltava o próprio pênis, hordas de fascistas atacavam as instituições e a democracia e faziam apologia do AI-5 e da ditadura militar.
E o que é mais grave em toda essa ópera bufa em que Bolsonaro transformou o 7 de setembro foi a prática de mais um crime eleitoral, com a utilização do dinheiro público para fins eleitoreiros e golpistas. E ainda mais grave foi a participação das forças armadas como coadjuvante, nesta pantomima grotesca que emporcalhou a comemoração dos 200 anos da independência.
Mas, desde a eleição de Bolsonaro, as forças armadas têm demonstrado que continuam a alimentar em seu seio focos perigosos de corrupção, fascismo, golpismo e entreguismo.
Foi assim com o twitter golpista do general Villas Boas, que intimidou o STF, em 2018, e se consolidou com a ocupação de milhares de cargos no alto escalão do governo federal bolsonarista por militares incompetentes, corruptos e entreguistas. Agora, na eminência do país se livrar do pior governo de sua história por meio de eleições livres e democráticas, as forças armadas mais uma vez atuam como instrumento do golpismo bolsonarista, levantando suspeitas infundadas sobre a segurança das urnas eletrônicas. O último lance dessa ação insidiosa contra as instituições e a democracia é a intenção declarada do exército de promover uma apuração paralela das eleições presidenciais. O objetivo da manobra é claro: manipular essa apuração paralela para dar munição ao questionamento bolsonarista do legítimo veredicto das urnas.
Além de ser vedado aos militares qualquer ingerência no processo eleitoral, muito menos a função de fiscalização, as forças armadas, que são incapazes de impedir que 39 quilos de cocaína sejam transportados no avião presidencial e que são incapazes de fiscalizar a venda de armas para o crime organizado, já demonstraram que não têm qualquer competência ou legitimidade para fiscalizar as eleições, que há décadas têm sido conduzidas com competência, legitimidade e transparência pelo TSE.
As forças armadas são uma instituição de estado e não um aparelho a serviço do governo de plantão, sobretudo quando esse governo está perdendo rapidamente toda a sua legitimidade.
Todo o golpismo, a corrupção e o entreguismo que têm caracterizado a ação das forças armadas nos últimos anos só demonstram que o Brasil está pagando um preço muito alto por não ter passado a limpo a ditadura militar, julgando e condenando os militares que cometeram crimes durante o regime ditatorial.
Portanto, fica cada vez mais evidente que, enquanto o Brasil não equacionar o verdadeiro papel das forças armadas, a soberania nacional e o pleno estado democrático de direito no país estarão sempre sob ameaça.
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