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Luciano Rezende Moreira

Engenheiro agrônomo (UFV), Bacharel em administração pública (UFF) e licenciado em geografia (Uerj). Professor Doutor do Instituto Federal de Brasília.

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Do autoritarismo de Temer para o totalitarismo de Bolsonaro

No passado investigavam um cão para atingir Dilma. No presente deixam de investigar uma matilha inteira com medo de se atingir Bolsonaro e demais envolvidos no Golpe de 2016

Do autoritarismo de Temer para o totalitarismo de Bolsonaro (Foto: Marcos Corrêa/PR)
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No final de 2017, Rodrigo Janot, ex-procurador-geral da República, determinava a abertura de inquérito policial para apurar as circunstâncias da morte de um cachorro da ex-presidenta Dilma Rousseff, sacrificado aos 13 anos de idade, em 2016, vítima de doença degenerativa.

A abertura deste inquérito rendeu horas e mais horas nos noticiários. A indústria do chamado “fakenews” se deleitava ao caricaturar uma Dilma insensível, autêntica monstra que foi capaz de matar seu animal de estimação.

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Isto exigiu de Dilma enorme quantidade de tempo para desmentir seus detratores, tempo valioso que poderia ter sido usado para, por exemplo, debater saídas para a crise (caso fosse interesse de nossas elites). Era mais uma, entra tantas outras jogadas do “lawfare” já institucionalizado contra a esquerda no Brasil.

Este foi apenas um caso, entre tantos outros factoides criados pelo consórcio golpista, que ajuda a entender o que se passa no Brasil. Uma guerra travada no ciberespaço que precisa ser alimentada cotidianamente.

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Por outro lado, uma série de denúncias extremamente sérias são simplesmente relevadas pela grande mídia e secundarizadas pelo judiciário.

Gabinetes de deputados federais da oposição ao governo Bolsonaro são invadidos durante sua cerimônia de posse e tudo é tratado com a maior naturalidade. Invade-se, segundo a explicação oficial, para garantir a segurança do presidente e dos próprios parlamentares que tiveram seus gabinetes arrombados. Provavelmente estão todos grampeados, tal como grampearam Dilma durante todo seu governo.

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Ontem (03/01), em entrevista ao SBT (uma das emissoras escolhidas por Bolsonaro para levar adiante seu culto à personalidade), o presidente eleito disse que não responde pelos atos do seu “amigo do peito”, seu ex-assessor Fabrício Queiroz, aquele mesmo que fazia depósitos sistemáticos nas contas de seu filho e de sua esposa.

Queiroz faltou duas vezes ao depoimento marcado no Ministério Público Federal para esclarecer as movimentações financeiras, justificando problema de saúde (apesar de ter concedido entrevista ao mesmo SBT) e tudo ficou por isso mesmo. Alguém duvida que se fosse um ex-assessor de Lula ou de Dilma já teria sido buscado coercitivamente num camburão da PF, tal como fizeram com Guido Mantega em um hospital?

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A resposta de Bolsonaro a este escândalo, em comum acordo com seu ministro Sérgio Moro, foi simplesmente garantir o decreto que muda o estatuto do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) impondo a censura ao presidente, conselheiros e servidores em exercício do órgão.

A partir de agora eles estão impedidos de manifestarem “em qualquer meio de comunicação, opinião sobre processo pendente de julgamento no Plenário”. A previsão da censura era inexistente até hoje. O decreto é o mesmo que transfere o Coaf do Ministério da Fazenda para o da Justiça, onde ficará sob controle e vigilância do Moro.

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Roberto Amaral, ex-presidente do PSB e ex-ministro de Ciência e Tecnologia do governo Lula, tem inteira razão quando afirma que "esse governo representa a transição do autoritarismo para o totalitarismo”.

De acordo com Amaral, “isso pode ser feito, como já foi inúmeras vezes, e inclusive com cobertura legal. O que ele precisar modificar, modifica no Congresso – que está aí para isso – e o que precisar legitimar, o Judiciário legitimará, porque também está aí para isso."

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É justamente isto que assistimos nos últimos dois anos. Uma avalanche de atos (e omissões) de todos os poderes da República que fingem poder reunificar o país alijando a esquerda do processo eleitoral, mantendo preso o maior líder político vivo da América Latina.

No passado investigavam um cão para atingir Dilma. No presente deixam de investigar uma matilha inteira com medo de se atingir Bolsonaro e demais envolvidos no Golpe de 2016. Trata-se de um retrocesso histórico o que vivemos, sob o mais escancarado totalitarismo de extrema-direita.

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