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Décio Junior

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Do desfile de 7 de Setembro ao glorioso Fábio Jr

Ainda que eu acredite numa discussão um pouco mais elevada, continuo me deparando com comportamentos hostis e discursos de baixa intelectualidade política

Ainda que eu acredite numa discussão um pouco mais elevada, continuo me deparando com comportamentos hostis e discursos de baixa intelectualidade política (Foto: Décio Junior)
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Ainda que eu acredite numa discussão um pouco mais elevada, continuo me deparando com comportamentos hostis e discursos de baixa intelectualidade política.

Depois do desfile oficial em Brasília, nas redes sociais, uma fotomontagem provocava a minha capacidade compreensão. A primeira imagem sugere um desfile durante o regime militar, já a outra não mostra o desfile, mas os tapumes de alumínio, que isolaram a área oficial das festividades das pessoas que manifestavam contra o governo de forma jocosa e com alto grau de desrespeito pessoal. E que fique claro, eu não condeno manifestações contrárias, desde que fundamentadas e com propostas acima do patamar das chacotas.

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Em Nova York, além de não ter contribuído em nada para o debate ou para a construção de uma nova sociedade brasileira sem corrupção, sem interesses políticos ou privados, com maior inserção social e igualdade democrática, Fábio Jr teve uma postura vergonhosa. Conseguiu mostrar aos americanos – e ao mundo - o comportamento vil dos brasileiros que se dizem virtuosos de princípios e que se vangloriam por seus caminhos traçados, guiados pelo bem que lhes concedeu a glória de poderem ter deixado a terra adorada para viver em solo americano, onde tudo funciona e onde tudo pode. Até andar armado pode, já que no Brasil esse direito lhes foi tirado a partir de um plebiscito imbecil e autoritário – sem elevar também o nível do debate sobre esse assunto.

Ao provocar uma elite branca que estudou sem depender dos sistemas de cotas e que nunca precisou recorrer aos auxílios sociais, Fábio Jr fez com que os personagens da anticorrupção, que levavam no peito o conceituado símbolo da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), bradassem a sua mais nobre e elevada educação. E a cereja do bolo veio do cantor, homem maduro, mas que se comportou como um moleque.

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A descrição moralista da foto, o discurso inoportuno de Fábio Jr e o "coro" de Nova York, jamais teriam tido tamanha liberdade durante o regime militar. Esquecem-se, estes, que na dogmática política da ditadura, certamente seriam vítimas caladas.

E janeiro de 1977, o então comandante do III Exército, que tinha a sua sede na capital gaúcha, General Fernando Belfort Bethlem, relatou em um documento confidencial a sua preocupação com a volta do "Estado de Direito" e a "Redemocratização do País". Pontuou, condenando as injúrias pessoais e a desmoralização da autoridade constituída, e provocou, ao encerrar o relatório, com a frase: "Não se larga uma bandeira empunhada".

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Marcar o dia da Independência do país sem lembrar da sua história – principalmente, neste caso, a mais recente – é assumir a vontade de querer mesmo viver sob outro regime ou, quem sabe, viver nos EUA ou na Inglaterra sob a guarda do exílio. Talvez esteja exagerando, mas insistir no baixo grau de discussão política é fazer coro aos fãs de Fábio Jr numa demonstração de toda a educação que lhes é peculiar.

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