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Odair Cunha

Deputado federal por MG e líder da bancada do PT na Câmara dos Deputados

8 artigos

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Dois povos, dois Estados

A comunidade internacional precisa se unir para construir uma solução pacífica e duradoura para o problema entre Palestina e Israel

Bandeiras da Palestina e de Israel (Foto: Reprodução)
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É condenável a tentativa da direita brasileira de partidarizar a dor e o sofrimento alheio diante da escalada da violência entre Israel e o grupo palestino Hamas. É abjeta essa posição, pois se utiliza a morte de civis e inocentes para alimentar uma guerra política e ideológica com base em mentiras e fake news. Essa prática da direita ficou visível nos últimos dias, com distorção dos fatos, da história e até da clássica e pacifista posição do Brasil diante da questão entre Israel e Palestina.

A bancada do PT no Congresso, assim como o partido, desde o primeiro momento repudiou a  série de bombardeios e ataques terrestres realizados em Israel a partir da Faixa de Gaza, provocando a morte de centenas de cidadãos israelenses e até de brasileiros que lá estavam. Manifestamos condolências aos familiares das vítimas e solidariedade ao povo de Israel.

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Ao mesmo tempo, o PT repudiou a reação desproporcional das forças militares israelenses contra os civis palestinos na Faixa de Gaza, uma minúscula faixa de terra onde se espremem 2 milhões de pessoas lá confinadas há mais de uma década em um verdadeiro campo de concentração, sem direitos e sem perspectivas. Pior,  são tratados agora como sub-humanos pelo ministro da Defesa de Israel,  sem acesso a água, comida e energia. 

Não há justificativa para o recurso à violência por ambas as partes, sobretudo contra civis, incluindo crianças, idosos e mulheres. Nesse momento, como saída, é preciso usar todos os recursos diplomáticos para evitar a escalada da violência e a deterioração da situação.

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A retaliação militar, sob o pretexto da segurança de Estado, configura um genocídio que a todo custo deve ser evitado pela comunidade internacional.  Daí a importância de o governo brasileiro atuar com firmeza, no âmbito do Conselho de Segurança da ONU,  por um cessar-fogo imediato e pela construção da única saída pacífica possível: a existência de dois Estados, Israel e Palestina, com pleno direito à soberania, ao desenvolvimento econômico e às tradições históricas de cada um. E que ambas as partes reconheçam reciprocamente a existência legítima da outra. 

A desproporcional ofensiva militar anunciada pelo governo de extrema-direita de Netanyahu só vai resultar em mais ódio e destruição e exposição de inocentes a armas letais. Assim, é elogiável o apelo do presidente Lula para que haja, no mínimo, um cessar fogo para retirada de crianças e mães palestinas e israelenses que estão em meio à guerra na Faixa de Gaza.

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Como disse Lula,  crianças jamais poderiam ser feitas de reféns, não importa em que lugar do mundo. O Hamas deve libertar as crianças israelenses que foram sequestradas de suas famílias e Israel deve cessar o bombardeio para que as crianças palestinas e suas mães deixem a Faixa de Gaza através da fronteira com o Egito. A insanidade da guerra deve ser debelada. 

Diante da gravidade do quadro atual, a comunidade internacional deve persistir na importância do compromisso de instituir um Estado palestino, junto com o de Israel, e que convivam em paz e segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas. É preciso, com a máxima urgência, retomar as negociações de paz, para encaminhamento da questão israelo-palestina. A guerra e a violência não interessam a ninguém.  

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A comunidade internacional precisa se unir para construir uma solução pacífica e duradoura para o problema. E o caminho da paz na região pressupõe, entre outras coisas, o cumprimento dos acordos de Oslo, que completam 30 anos em 2023, e o cumprimento das Resoluções da ONU, inclusive a que garante um Estado palestino, nunca concretizado em 75 anos. 

O Brasil, como presidente interino do Conselho de Segurança da ONU, poderá cumprir papel estratégico como mediador deste conflito histórico.  Em pleno século 21, é preciso reforçar o papel da diplomacia, das negociações. Armas e violência deviam ser símbolos de um passado que nos envergonha a todos. 

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*Deputado federal por Minas Gerais e vice-líder da Bancada do PT na Câmara dos Deputados

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