Doria criou o Bolsodoria. E o Bolsodoria destruiu Doria
"Em 2020, Doria rompeu com Bolsonaro, mas os votos do Bolsodoria não voltaram, nem para ele nem para seu partido", analisa Alex Solnik
Nas eleições de 2018, João Doria perpetrou uma das maiores traições da história política brasileira.
Candidato ao governo de São Paulo, abandonou o candidato presidencial do seu partido - além de seu padrinho político - Geraldo Alckmin. Fez campanha para o candidato Bolsonaro à luz do dia. Criou o voto Bolsodoria.
Deu certo. Tanto ele quanto Bolsonaro foram eleitos.
Em 2020, Doria rompeu com Bolsonaro, mas os votos do Bolsodoria não voltaram, nem para ele nem para seu partido.
É o que mostra, de forma dramática, a primeira pesquisa do ano, feita pelo Ipesp, sobre o ranking dos presidenciáveis no estado de São Paulo.
Bolsonaro aparece em segundo lugar, com 25%; Doria marca apenas 5%. Ou seja, ele abriu a caixa de Pandora, os monstros fugiram e, como, na lenda, nunca mais voltam de onde vieram.
A mesma pesquisa também mostra os reflexos de sua péssima avaliação popular (e de suas péssimas escolhas) sobre a eleição a governador.
Em vez de escolher seu padrinho político Geraldo Alckmin, que lidera, empatado com Haddad, com 20%, Doria optou por seu vice, Rodrigo Garcia, que tem apenas 3%.
Além disso, jogou Alckmin nos braços de Lula, aumentando ainda mais a possibilidade de o ex-presidente liquidar a fatura no primeiro turno.
O clima no PSDB é de “o último a sair apaga a luz”.
Doria criou o Bolsodoria. E o Bolsodoria destruiu Doria.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
