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Ricardo Kotscho

Ricardo Kotscho é jornalista e integra o Jornalistas pela Democracia. Recebeu quatro vezes o Prêmio Esso de Jornalismo e é autor de vários livros.

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Doria, Huck, Moro, Witzel: a direita perfilada para 2022. E a esquerda?

O colunista Ricardo Kotscho, do Jornalistas Pela Democracia, afirma que Bolsonaro já faz campanha pela reeleição e que a direita se posiciona, com destaque para Huck: "O mais assanhado no momento é o apresentador global Luciano Huck, com o apoio de FHC, que está atendendo a um “chamado”, segundo Angélica, sua mulher"

Se não fracassar, Huck será rainha da Inglaterra (Foto: Divulgação/ TV Globo)
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Por Ricardo Kotscho, para o Jornalistas Pela Democracia - Nem se sabe se o capitão-presidente chegará ao final do mandato (eu não acredito), mas ele já está em campanha para a reeleição.

A seu lado já se posicionaram no grid de largada quatro concorrentes, todos correndo pela pista da direita.

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O mais assanhado no momento é o apresentador global Luciano Huck, com o apoio de FHC, que está atendendo a um “chamado”, segundo Angélica, sua mulher.

Menos afoito desta vez, o governador paulista João Doria vai se distanciando do bolsonarismo que o elegeu.

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O ex-juiz Sergio Moro, dissimulado como sempre, diz que em 2022 seu candidato é Bolsonaro, mas nem o presidente acredita nisso.

Fechando o grid, está o até outro dia desconhecido ex-juiz Wilson Witzel, o facinoroso governador do Rio, posicionando-se na extrema direita da extrema direita, quase saindo da pista.

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Se alguém acha que já chegamos ao fundo do poço, que as coisas não podem piorar ainda mais, ainda não viu nada.

Os quatro são legítimos representantes do que há de pior na elite brasileira _ predadora, soberba, sem escrúpulos, egoísta, entreguista, picareta, canalha, fingida, só de olho na Bolsa e no dólar.

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Em comum, ele agitam a bandeira do anti-petismo beligerante, mas correm o risco de dividir o mesmo eleitorado com o atual mandatário e a biruta de aeroporto Ciro Gomes, que está cavando uma brecha na mesma pista, já congestionada.

E a esquerda? Pois é, por onde anda a esquerda brasileira, que depois das eleições perdeu o rumo de casa e não tem mais bandeira nenhuma, ficou presa junto com Lula em Curitiba?

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Mais dia, menos dia, Lula vai sair da prisão, e o que ele vai encontrar a seu lado na mesma raia?

Nos seus quase 40 anos, o PT não foi capaz de criar uma outra liderança nacional e tem muitas dificuldades para fazer alianças com novos líderes de outros partidos de esquerda.

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Lula ainda é o maior líder político do país, ninguém discute, mas não se pode dizer que seja um grande head-hunter.

Dilma, Haddad e Gleisi, os sucessores que o ex-presidente escolheu para sucede-lo no comando do país e do partido, fracassaram.

Correm em raia própria e estão cada vez mais distantes um do outro, não se entendem, e deixam a militância na orfandade.

Dilma viaja pelo mundo denunciando a prisão política de Lula, Haddad virou analista político na mídia e nas redes sociais e Gleisi apenas divulga notas oficiais do partido para ninguém ler.

Quem sobrou? Sumiram de cena Tarso Genro, Aloísio Mercadante, Jaques Wagner, Jorge Viana, e outros nomes de quem já nem lembro.

Com a antiga direção do PT (José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares) fora de combate e sem peças de reposição, para formar uma frente de esquerda o PT ainda depende de Lula, mas precisa abrir as portas para outras lideranças.

Nos outros partidos de esquerda, quem começa a ganhar projeção nacional é o governador do Maranhão, Flávio Dino, do PCdoB, uma sigla que ainda assusta, mas agora está reformulando seu programa.

Em sua equilibrada e serena entrevista ao programa Roda Viva, ele me surpreendeu ao ser o primeiro a apresentar um esboço de programa de governo democrático e popular, com propostas concretas para a economia e as bases para a formação de uma aliança anti-Bolsonaro, capaz de devolver um pouco de esperança ao povo brasileiro.

Diante desse quadro, olhando para a direita e a esquerda, esperança é tudo o que o eleitorado brasileiro precisa neste momento para sobreviver aos trágicos tempos bolsonaristas, e evitar que ainda venha coisa pior.

Se eu fosse o Lula, ao sair da prisão, a primeira pessoa que eu procuraria para conversar seria esse Flávio Dino.

Nem o conheço pessoalmente, nunca conversei com ele, mas penso que os dois juntos poderiam pensar, do lado esquerdo da pista, um Brasil novo para 2022, como fizeram os peronistas na Argentina.

Só não dá para pensar num país melhor e mais justo, mais solidário e progressista, com esses candidatos da direita, que estão indo com muita sede ao pote, e podem quebrar a cara.

É preciso se preparar para isso, ficar atento e forte, como na canção.

De uma hora para outra, os ventos podem mudar para o nosso lado.

Só não podemos desistir.

Vida que segue.

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