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Carlos Neder

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E a água, governador?

O descontrole no consumo de água no Palácio dos Bandeirantes parece não preocupar o governador Alckmin porque o local fica em região abastecida pela Represa do Guarapiranga

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A gestão do PSDB no Estado de São Paulo mostra, cada vez mais, que não sabe fazer a lição de casa. No momento mais crítico da falta de água, enquanto ficava pedindo para as pessoas economizarem, o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista e residência oficial de Alckmin, aumentou seu consumo em 22%.

Segundo reportagem publicada pela imprensa, foram gastos 160 mil litros a mais de água em janeiro do que em dezembro do ano passado, dentro de um total de 1,98 milhão de litros. Trata-se, simplesmente, do maior desperdício nos últimos 12 meses, ao custo de mais de R$ 51 mil para os contribuintes paulistas. Se a comparação for com janeiro de 2013, o salto é ainda maior: 35% a mais.

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O descontrole no consumo de água no Palácio dos Bandeirantes parece não preocupar o governador Alckmin porque o local fica em região abastecida pela Represa do Guarapiranga – que não enfrenta a escassez do Sistema Cantareira.

O descaso é tão evidente que o Ministério Público Estadual decidiu abrir investigação para apurar a responsabilidade do governo do PSDB nessa crise, que ameaça mais de 10 milhões de pessoas na Grande São Paulo com a falta de água. A administração estadual já é alvo de duas investigações em andamento no interior: uma em Campinas e outra no Vale do Paraíba.

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Toda essa situação só evidencia a falta de planejamento, de regulação e de mecanismos de controle social sobre a Sabesp, que atende 62,5% da população (25,8 milhões de habitantes) em 366 municípios paulistas. O fato do governador atribuir somente à forte onda de calor os problemas existentes não condiz com a realidade.

É fato que vivemos a pior estiagem desde 1930. Porém, desde que o Sistema Cantareira foi construído, os investimentos para a implantação de novos reservatórios e outras obras estruturantes não acompanharam o ritmo de crescimento da região metropolitana de São Paulo, que passou de 8 milhões para 20 milhões de pessoas.

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Causa espanto que, em 2004, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê sugeriu ao governo do Estado, já sob comando do PSDB, uma série de obras que, se tivessem sido iniciadas, poderiam ter ficado prontas em 2013, não deixando que o quadro se agravasse dessa forma. Não houve expansão e interligação dos sistemas. Pior: temendo desgaste eleitoral, protelam a adoção do rodízio e o racionamento da água.

Sem um banco de águas para suportar estiagens prolongadas, resta ao governador Alckmin atribuir à população o problema da escassez de água. O ruim disso tudo é que as pessoas já vêm sendo punidas por meio da falta de planejamento e de multas para quem ultrapassar os limites de consumo impostos. Enquanto isso, as torneiras do Palácio dos Bandeirantes permanecem abertas, sem preocupação com o desperdício.

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