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Cássio Vilela Prado

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E a história se repetiu: Uma microanálise psicoetológica do Bra’z’il atual

Estado de exceção no qual se encontra o Brasil de outrora (Bra’z’ilatual) parece que alcançou o seu apogeu estratégico com a prisão inconstitucional de Lula, embora ofuscada pela ausência da chibata e das algemas escopofílicas da cena que se imaginara. Os porcos do PIG já podem ser descartados, estão nus em praça pública

Estado de exceção no qual se encontra o Brasil de outrora (Bra’z’ilatual) parece que alcançou o seu apogeu estratégico com a prisão inconstitucional de Lula, embora ofuscada pela ausência da chibata e das algemas escopofílicas da cena que se imaginara. Os porcos do PIG já podem ser descartados, estão nus em praça pública (Foto: Cássio Vilela Prado)
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A grande notícia deste início de século que a mídia lesa-pátria brasileira tanto batalhou para anunciar foi finalmente dada, não exatamente como ela desejasse, ao contrário, mas foi dada: Lula está preso.

Foram anos de uma vil guerrilha unilateral discursiva-imagética, diuturnamente, desferida por seus jornalistas-jagunços com odores dos risíveis caras-pálidas ianques-caubois, redatores e dirigentes incrustrados pelo pó dos canaviais da senzala à margem panóptica de seus olhares-faros chicoteantes, travestidos com os seus ternos e botas imundos de sangue e de fezes, eminentemente guiados despudoradamente pelo carro chefe do maior folhetim brasileiro: as Organizações Globo junto com uma claque de brasileiros mortos-vivos, destilando levianamente todo o seu néctar amargo ao seu desafeto, o maior presidente da república da história do Brasil e um dos maiores líderes políticos do mundo: Luiz Inácio Lula da Silva.

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A condenação de Lula já fora sumariamente dada pelo império midiático jornaleiro-parlamentar-judicial extemporâneo – de forma atemporal – pelo inconsciente político germinal da nossa cultura escravagista/racista, fixada no colonialismo de uma oligarquia bárbara, sanguinária e decrépita em sua existência histórica, ética e estética. Faltava apenas encontrar “os crimes cometidos” por Lula para que o seu ator-judicial procedesse o veredito e a respectiva dosimetria subjetivada através de a sua pena de galo caipira atucanado mocho-acéfalo, treinado nas obscuras rinhas sépticas do submundo de Washington (“Titio Sam”).

Não se pode desconsiderar a etologia animal na análise desse fenômeno asqueroso perpetrado pela mídia-parlamentar-judicial, pois se trata de uma aberração construída e executada pelo submundo sensível da espécie humana, portanto aquém da experiência inteligível enquanto possibilidade de sobrelevação espiritual do homem como corolário da evolução das espécies nessa Terra.

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A predominância do reconhecimento de si mesmo somente a partir das imagens oferecidas pelo outro animal-homem, numa grande nebulosa de especularidade plana onde se constituiu a grande galeria social brasileira de espelhos e sons virais, lançados em sonoras ecolalias repetitivas simbólicas refratárias à quaisquer elisão/disjunção/reconstrução significantes para significações a posteriori (da fala e da linguagem do campo discurso civilizacional) tornou-se a principal operação de guerra do PIG (Partido da Imprensa Golpista)-Capitalista pela sua constante oferta da imaginarização – consequentemente da dessimbolização – da vida sócio-política.

Assim sendo, aos supostos objetos falantes oriundos da semiologia etológica fundadora de sujeitos assujeitados não-históricos e não-desejantes, imprimiu-se as imagens de um mundo ideal forjado pelo modus vivendi operandi de uma pequena classe predadora, detentora do capital e das coisas mundanas, inclusive proprietária do pensamento e do desejo dos pré-humanos bra’z’iliquins, impondo-lhes de forma supradomesticável uma idealidade de mundo totalmente incongruente com o seu realismo cotidiano.

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Curioso fenômeno suicida, pois o escravo não cessa de servir o seu dono, embora possa alquejar, lembrando além da dialética insolúvel do “senhor e o escravo” no campo material, de Friedrich Hegel (1770-1831), uma passagem mencionada pelo filósofo francês Étienne de La Boétie (1530-1563), em seu Discurso da Servidão Voluntária:

“(…) Numa só coisa, estranhamente, a natureza se recusa a dar aos homens um desejo forte. Trata-se da liberdade, um bem tão grande e tão aprazível que, perdida ela, não há mal que não sobrevenha e até os próprios bens que lhe sobrevivam perdem todo o seu gosto e sabor, corrompidos pela servidão. (…)”.

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Daí, se não se reportar a uma etologia verde-amarelada avassalada e aos sintomas ideológicos sobrevindos do vampirismo-carrasco complementares entre os seus atores: senhores e escravos, posta a incapacidade intelectiva, senão apenas sensível-gozante, própria do mundo animal e mineral dos segundos, a compreensão de tal desastre ecológico humano-civilizacional seria absolutamente incompreensível. Vale-nos a colossal natureza orgânica e inorgânica para um esclarecimentopossível à luz de uma racionalidade mediana inteligível.

Conforme o psicanalista francês Jacques Lacan (1901-1981) – Seminário 3/As Psicoses –, ‘há sujeitos que não falam’, ou seja, é preciso se atentar para um fato aparentemente trivial que ocorre na comunicação humana entre o eu (moi) e o Outro (rede significante). Quem fala quando se fala alguma coisa? Na psicose paranoide, responde Lacan: o outro com o qual o “sujeito” está fusionado, no reflexo de uma imagem, embora se possa dizer que não há sujeito na paranoia, mas “imagens falantes”. Portanto, nesta direção, não existe sujeito do desejo singular na paranoia tendo em vista que não há dialética entre o eu e outro, porém o que há é uma fixação não-dialetizável de um eu (moi) racionalizado ao seu modo pelo espectro da imagem do espelho que o outro lhe deu.

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Importante dizer que nas primeiras formulações freudianas, diz Lacan, ao se referir à paranoia, o que fica claro, eminentemente na erotomania e no delírio passional, é a construção mental utilizada pelo doente: 1º) Eu o amo (um outro). 2º) Eu não o amo (negação). 3º) Eu o odeio (negação). 4º) Ele me odeia (negação – projeção). Por fim, portanto: 5º) Ele me persegue.

Tal mecanismo é verificável também no desejo homossexual negado, haja vista o seu viés paranoide e preconceituoso na nossa sociedade, tão bem explicitado pelos adeptos do novo neofascismo tupiniquim representado pelo militar-parlamentar Bolsonaro em suas querelas discursivas fascistoides homofóbicas, ou seja, defende-se de sua homossexualidade latente (possivelmente ainda não exercida) através do ataque ao outro com o qual se identifica ao negar, agredindo-o. Essa turma não-politizada que carrega essa bandeira também dá muita bandeira. Hilariante se não fosse trágico.

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Pois muito bem, à conclusão: a imprensa-parlamentar-judicial abra’z’ileirada de codinome PIG-Globo e seus asseclas, perseguidora do homem Lula e da ideia que ele representa é um ente paranoico em suas bases, contudo se utiliza de subliminares estruturais e fenomenológicas perversas. Como se não bastasse apenas uma patologia existencial histórica psicótica (sim, pois se cria outra realidade de mundo), se empanturra da sordidez perversa de seus atos profanos num evidente ataque diário e constante ao povo brasileiro, não poupando lágrimas e sangue de todos nós brasileiros sensíveis (animais) e inteligíveis(humanizados) – no sentido kantiano dos termos sensíveis e inteligíveis.

Tal estado de exceção no qual se encontra o Brasil de outrora (Bra’z’ilatual), fruto de uma cruel devastação subjetiva operada pelos endinheirados nas subjetividades nonsenses animalescas sensíveis naturalizadas, parece que alcançou o seu apogeu estratégico com a prisão inconstitucional de Lula, embora ofuscada pela ausência da chibata e das algemas escopofílicas da cena que se imaginara. Os porcos do PIG já podem ser descartados, estão nus em praça pública.

Contraditoriamente, o tiro saiu pela culatra. Venerado por todos, por amor ou ódio, faces da mesma moeda, Lula se tornou o Zeitgeist da contemporaneidade bra’z’iliquim.

O Brasil caiu na mais completa derrisão. Lamentavelmente, os sujeitos-animais verde-amarelos não podem voar além do solo de suas próprias lamas.

Enfim, lembrando: todo delírio e toda perversidade verdadeiros são irrefutáveis. Caso fossem possíveis refutá-los, não seriam um delírio e uma perversidade. E aí não estaríamos mais no Bra’z’il atual.

Os nazifascistas da segunda guerra mundial nos ensinaram como eles se procriaram e como podemos destruí-los periodicamente.

Se a história se repete, por que não repetir com a história?

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