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Valéria Guerra Reiter

Escritora, historiadora, atriz, diretora teatral, professora e colunista

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É coveiro sim, pois está enterrando a Constituição: avante inconfidentes!

A verdade é que somos maiores, somos cento e cinquenta milhões de brasileiros que gritam: “Esta culpa eu não carrego” e que gritarão agora: “Avante inconfidentes”

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“O Estado sou eu” assim disse o rei Luiz XIV, no século XVIII, na França monarquista. A frase revela a todos nós o quanto tal absolutista fora um ditador genuíno. E neste mesmo século aqui no Brasil Colonial nasceu e cresceu um futuro “inconfidente”, um homem que lutou por liberdade, no palco da opressão exploratória. 

Joaquim José da Silva Xavier nasceu na capitania de Minas Gerais em 1746. Ele foi tropeiro, mineiro, dentista, mascate e por fim como alferes fez parte da Cavalaria de Dragões Reais de Minas; apesar de não ter alcançado graduação acadêmica, Tiradentes, como ficou conhecido vulgarmente (em função de uma de suas profissões) era um autodidata que estudava as leis constitucionais dos Estados Unidos, país que se tornara independente no ano de 1776.

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Duas personalidades históricas que emprestaram seus nomes para a Memória da História: Um, opressor político partidário e sagaz; e o outro, um oprimido regido por um sistema desigual e combinado. E em meio a tanta desigualdade: está o povo, o populus; (originado do latim) aquele que se aglomera, e que em dado momento constitui uma nação.

O Rei-Sol, como era conhecido Luís XIV, foi coroado em 07 de junho de 1643, e teve seu longo reinado interrompido através de seu falecimento a 1 de setembro de 1715. O Rei francês também conhecido por “Bem-amado” administrava colônias... 

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O Haiti foi escravizado pela França durante muitos anos, lá o açúcar era produzido em grande escala. Quebec, no Canadá; Louisiana (em homenagem ao absolutista) nos E.U.A, e algumas ilhas nas Antilhas, que dantes eram territórios franceses, foram perdidos pelo Estado francês, por conta da Guerra dos Sete Anos, entre a Inglaterra e a França, com vitória inglesa celebrada.

E aqui, em terras brasileiras, um alferes autodidata buscou justiça e igualdade, espelhando-se em um Movimento chamado de Iluminismo que floresceu na Europa, e se espalhou por outros países do planeta; porém ele fora enforcado após amargar uma prisão de três anos, ao lado de outros conspiradores lesa-majestade; na regência do Príncipe João VI.

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Em vinte e um de abril de 1792, às 9 horas, ao rufar de tambores e sob a benção de um clérigo do Convento de Santo Antônio chamado José de Jesus Maria do Desterro (frei) que leu um longo discurso que explicava o mal que a traição à Coroa faz quando não se segue a vontade real e divina. Este "homem de Deus" desceu as escadas do cadafalso recitando o Pai Nosso; isto nos remete a um discurso realizado há dois dias em um cadafalso montado em Brasília, onde um líder/governante/religioso falou à uma multidão de traidores da democracia, afinal eles pediam intervenção militar com a volta do AI5: o ato institucional mais cruel da Ditadura de 1964...

Será que o povo que assistia ao Evento de Execução de Joaquim José da Silva Xavier, em 1792, é mais reprimido que o de hoje?

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O povo a época tinha de enfeitar suas janelas com flores e colchas coloridas, caso contrário poderiam sofrer a mesma sanção do réu rebelde que merecia a pena capital; e que após o enforcamento deveria ter seu corpo esquartejado; onde hoje é o Museu Histórico Nacional, antiga Casa do Trem. Cada parte foi exibida (após ser salgada) em regiões distintas como um grandioso alerta: a cabeça fora colocada em frente à sede do Governo, em Vila Rica, em um poste alto.

Roubaram a cabeça de este guerreiro incauto que foi um símbolo do romantismo ousado, e que certamente foi usado pelos seus corréus (todos perdoados por intervenção da Rainha D. Maria I) eles apenas queriam livrar os chamados “homens bons” (ricos e brancos) do terror da Derrama. Ser um INCONFIDENTE significa conjurar contra um Estado, ou contra um poder similar, e até hoje o movimento separatista que desejava libertar “o povo” das patas da Coroa Portuguesa; através da Proclamação da Independência, só tinha um verdadeiro inconfidente: Tiradentes. 

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Estamos necessitando enforcar a mentira, e empurrá-la com os pés, como fez o carrasco de Tiradentes, naquela manhã outonal e solene de execução no Campo da Lampadosa; enforcar e espalhar os restos mortais de um “Golpe” que encontrou e ainda encontra em movimentos terroristas, como o denominado “Dos 300”, por exemplo, um apoio autoritário que deseja, em plena contemporaneidade ativar seus carrascos e suas rainhas impiedosas a execrar milhares de “Tiradentes”; ou melhor, milhares de seres humanos, humanos. A nossa sorte é ainda termos um documento que se chama Constituição. Que em seu artigo quinto: garante a vida; fato que até parece inócuo, diante das falas do comandante maior da nação, que frisou: Eu sou a Constituição. 

A verdade é que somos maiores, somos cento e cinquenta milhões de brasileiros que gritam: “Esta culpa eu não carrego” e que gritarão agora: “Avante inconfidentes”.

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#ESQUERDAAVANTE

#LEIABRAZILEVIREBRASIL

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