E no sétimo dia o Mito descansou
"Muitos hereges, inclusive eu, estranharam a foto publicada ontem no instagram do presidente da República, Jair Bolsonaro, na qual ele aparece deitado no sofá da sala, de bermuda e camiseta, descalço, ao lado da cachorra do seu filho, a Beretta Bolsonaro, fazendo o que mais gosta: tuitando pelo celular contra o PT e o marxismo cultural", diz o jornalista Alex Solnik; "Ao relaxar no sofá no fim de semana, de papo pro ar, como faz qualquer Bart Simpson da vida, profundamente convicto do dever cumprido, depois de resolver todos os problemas da República, fez exatamente o que Deus fez no sétimo dia, depois de criar o Céu e a Terra"
Muitos hereges, inclusive eu, estranharam a foto publicada ontem no instagram do presidente da República, Jair Bolsonaro, na qual ele aparece deitado no sofá da sala, de bermuda e camiseta, descalço, ao lado da cachorra do seu filho, a Beretta Bolsonaro, fazendo o que mais gosta: tuitando pelo celular contra o PT e o marxismo cultural.
(Foto, aliás, que deveria estar nas primeiras páginas de todos os jornais.)
Pessoas sem espiritualidade e sem formação religiosa, que jamais viram um presidente da República nessa pose e nesses trajes, nada ortodoxos, ainda mais depois de uma semana tensa, com declarações-bomba e desmentidos idem, certamente devem ter pensado que, depois da crise que ele próprio armou na sexta-feira passaria o fim de semana em exaustivas reuniões com seus comandados, trabalhando em pontos ainda não definidos da reforma da Previdência, discutindo se o IOF deveria aumentar ou não, e se o IR deveria baixar ou não.
Isso é o que faria um presidente da velha política, do toma-lá-dá-cá. Não perceberam ainda que ele é o líder de uma nova era, em que meninos vestem azul e meninas, rosa.
E, ao relaxar no sofá no fim de semana, de papo pro ar, como faz qualquer Bart Simpson da vida, profundamente convicto do dever cumprido, depois de resolver todos os problemas da República, fez exatamente o que Deus fez no sétimo dia, depois de criar o Céu e a Terra.
Nem mais, nem menos.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

