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Amnéris Maroni

Amnéris Maroni é psicanalista.

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É o fim do processo civilizatório?

Estamos vivendo o fim do processo civilizatório ocidental. Quais as chaves para tal compreensão? O colapso da palavra e do pensamento, dois dos maiores bens civilizatórios. Jean Pierre Vernant, estudioso da Grécia antiga, defendeu nos seus preciosos livros que a democracia e a filosofia nasceram juntas.

Manifestações de domingo são jogo de perde-perde para Bolsonaro (Foto: Ueslei Marcelino - Reuters)
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Estamos vivendo o fim do processo civilizatório ocidental. Quais as chaves para tal compreensão? O colapso da palavra e do pensamento, dois dos maiores bens civilizatórios.  Jean Pierre Vernant, estudioso da Grécia antiga, defendeu nos seus preciosos livros que a democracia e a filosofia nasceram juntas. 

A democracia dependente do diálogo e da palavra permitiu a emergência da filosofia, o pensamento e a verdade e, vice-versa.Vemos hoje um mundo de mentiras, mentiras ditas para enganar, para atacar. Vejam Privacidade Hackeada e a séria Democracia ameaçada, ambos no Netflix,  para que vocês percebam o fundo do poço em que nos metemos como civilização. Porém, a mentira não seria tão letal se fosse só mentira, por que, até certo ponto, a mentira pressupõe um certo desenvolvimento emocional. 

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Afinal o mentiroso conhece em algum nível a verdade e por isso mente! Não,  o que estamos vivendo é outra coisa e por isso é tão grave. A fina flor da tecnologia global e os vendilhões dos templos locais jogam com duas defesas perversas- psicopáticas que ferem, machucam, deformam as nossas mentes. 

Aí é que está a questão. Essas duas defesas são a ¨introjeção extrativa¨, enunciada por Christopher Bollas e a ¨identificação projetiva invertida¨, discutida pelo psicanalista James S. Grotstein. A primeira defesa perversa cruel, para além da crueldade, é a capacidade de roubar o self, partes do self, o caminho, a esperança, a alegria dos outros. Future-se e o fim das aposentadorias são roubos desse tipo. 

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Alguém, o psicopata de plantão no nosso caso Bolsonaro e afins, roubam da nossa mente partes dela. Quem tem o self, o caminho roubado, dificilmente, os resgatarão. É uma defesa que produz danos irreversíveis. Vejam o filme argentino, uma história real, O Clã, do diretor PabloTrajano: papai e mamãe Puccio roubaram o self dos seus filhos Alejandro e Daniel. Vejam o que acontece com eles. 

A segunda defesa perversa é também terrível e machuca muito o outro, fere-o de morte. Refiro-me à identificação projetiva invertida. Vejam a identificação projetiva enquanto tal é como uma respiração psíquica e não é patológica: projeto e depois introjeto algum sentimento, conteúdo inconsciente. Como não é patológica no momento mesmo que projeto percebo e volto atrás, percebo que o que foi parar ¨lá fora¨ me pertence.  

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A identificação projetiva invertida, da família perversa,  é porém patológica: projeto algo no outro e digo ¨você cometeu tal crime¨ e não volto atrás. Pior ainda:  ¨quem cometeu o crime foi quem projetou¨! E quem projetou se garante com a lei, o STF, e todo o aparato legal e policial. Percebam que essas duas defesas usadas pelos perversos e psicopatas estão muito, mas muito além da mentira e nos ferem de morte!

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