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Gabriel Araújo

Direção nacional do Movimento Nacional de Luta pela Moradia

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É preciso enterrar a globalização

Estamos no estágio imperialista e neoliberal do capitalismo, em que a mundialização é colocada em prática através de uma exploração, espoliação e repressão

É preciso enterrar a globalização (Foto: NASA)

Algumas pessoas se perdem em conceitos rasos, como a defesa da suposta multipolaridade e da globalização, esquecendo o tempo, espaço e o contexto das lutas de classes onde esses conceitos são emersos. Nós estamos no estágio imperialista e neoliberal do capitalismo, em que a mundialização é colocada em prática através de uma exploração, espoliação e repressão brutal, pela burguesia e os países imperialistas. 

Essa é a realidade que se encontram inseridos os conceitos mencionados acima, e a serviço desse ordenamento produtivo que esses conceitos abstratos são utilizados e defendidos, diante de um cenário de máximo processo de mercantilização da vida, de profunda exploração do trabalho e concentração dos meios de realização da vida humana.

Defender a integração dos povos e o estabelecimento de um bloco político contra hegemônico é algo distinto da defesa desses conceitos abstratos, assim como é extremamente raso a chamada “defesa da democracia”.

Ou seja, o que ocorre é uma verdadeira confusão, com o abandono da defesa do conjunto dos países oprimidos pelo imperialismo e da classe operária enquanto classe internacional, por esses conceitos vagos. O abandono de um programa político calcado em categorias históricas, na vida sob seus aspectos transitórios de constante mutação, para justificar uma defesa de uma decadente ordem de coisas que foi responsável pelo atual estágio de dominação e exploração que nos encontramos, sob o pretexto de que o que está por vir é pior.

Essa confusão não permite que nos situemos de uma maneira correta em meio a crise sistêmica atual que ganha maiores contornos com a chamada guerra comercial e a ascensão da extrema direita ao poder político em vários países do mundo, e principalmente nos países imperialistas. Isso acaba que desemboca em uma defesa do estágio de coisas anterior, o que é um completo equivoco tendo em vista o saldo que ele causou que é o próprio agravamento da crise. 

A ascensão da extrema direita, que causa toda essa histeria no conjunto da esquerda, é utilizada pelos neoliberais defensores da globalização e da pseudo multipolaridade para justificar que as coisas se mantenham como eram anteriormente, ou seja, uma estrutura produtiva que nos levou a essa situação de profundo colapso, de guerras genocidas, etc.

Defender que as coisas se mantenham como eram anteriormente é se abraçar com o aspecto de impopularidade que está fazendo a mesma se corroer. Esse tipo de postura só pode ser adotada por uma pequena burguesia que não tem a mínima noção da situação de profunda exclusão, exploração e repressão à qual a população em seu conjunto está submetida.

A integração e solidariedade entre as nações oprimidas, e a organização dos trabalhadores enquanto classe internacional deve ocorrer de um ponto de vista estratégico que coloque o sepultamento da globalização neoliberal na ordem do dia, apresentando uma outra perspectiva de ordenamento político e produtivo como única alternativa para superar a ascensão da extrema direita e a intensificação do neoliberalismo.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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