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Valéria Guerra Reiter

Escritora, historiadora, atriz, diretora teatral, professora e colunista

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É preciso um cessar-fogo entre injustiça social e direitos humanos

O extermínio de pessoas indefesas e carentes a céu aberto deixa uma assinatura nítida de que a técnica pública está falhando

É preciso um cessar-fogo entre injustiça social e direitos humanos (Foto: FOTO: Vítor Silva)

A palavra negacionismo traz uma carga fortemente negativa; é uma corrente que nega algo: o cientificismo, o progressismo e outros conhecimentos. Negar a verdade e a injustiça social também é outro tipo de negacionismo, vejamos: “O governo do estado do Rio de Janeiro, comandado por Cláudio Castro (PL), enviou, no último mês, para a Assembleia Legislativa (Alerj) um projeto que autoriza o uso de dinheiro do Rioprevidência, fundo de aposentadoria dos servidores, para pagamento de dívidas com a União. Após receber 113 emendas e sob enorme protesto de funcionários do estado, a votação do projeto, que aconteceria na terça-feira (14), foi adiada para a semana que vem.”

O projeto de Lei 6.035/25 autoriza o uso de royalties e participações especiais de petróleo e gás natural, destinados atualmente ao Rioprevidência, para o pagamento da dívida com a União. No ano passado, o governo já havia utilizado quase R$ 5 bilhões do fundo para quitar parte desse débito”. Mexer no fundo previdenciário de funcionários que recebem “migalhas injusta” é ultrajar a DECLARAÇÃO UNIVERSAL DE DIREITOS HUMANOS.

A nota acima faz cair o queixo dos mais incautos, porém aqueles que conhecem o contexto de exploração importada do tirano modo de ação imperialista consegue entender que estas arbitrariedades do Sistema são o retrato fiel da injustiça social em ação. Aliás, a injustiça social é um modus operandi. Não são somente os dados advindos de institutos que prezam a transparência e a fidedignidade das análises factuais. O olhar mais apurado de pesquisadores, que são mais acurados em suas análises/pesquisas formais constitui, por vezes, o empreendimento/garantia de lobos-solitários na busca sólida da informação real e com certeza democrática.

Eles conseguem através de seus levantamentos científicos ficarem tête-à-tête com os fatos, em ambientes sociais que mostram o estrago que a guerra entre direitos humanos e injustiça social deflagra contra o ser humano. O próximo parágrafo informativo comprova tal beligerância.

“Pelo menos dois homens foram mortos na madrugada desta sexta-feira (17), quando um carro parou nas proximidades do metrô de Irajá, na Zona Norte do Rio de Janeiro, e com um fuzil, abriu fogo contra os sem-teto que ali estavam. Um homem saiu ferido.

O ataque ocorreu por volta das 4h da manhã, e segundo a Polícia-Militar, as vítimas eram todas pessoas em situação de rua que dormiam sob a marquise da estação, na Avenida Pastor Martin Luther King Júnior.

Foram tantos disparos que cápsulas ficaram pelo chão, e um tiro atravessou a janela de uma casa e parou na televisão. Ninguém na residência foi ferido”.

A partir de episódios atrozes, como o ocorrido no bairro de Irajá, no Rio de Janeiro, cidade que abrigou a Olimpíada em 2016, e a Cúpula Internacional dos BRICS, em 2025, infere a existência de um dilema social.

O extermínio de pessoas indefesas e carentes a céu aberto deixa uma assinatura nítida de que a técnica pública está falhando e infelizmente isso é sistêmico, provando que a sociedade nacional está longe de assistir um cessar-fogo entre as partes: Injustiça Social e Direitos Humanos.  No mínimo, a perda de pessoas assassinadas brutalmente por armas, ou paulatinamente por baixos salários deveria gerar consternação e revolta. Naturalizar tais atos poderá nos colocar do lado errado da História. 

 #ValReiterjornalistalibertária

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.