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E se bate como militar selvagem antidemocrata, tem que apanhar como?

Para quem é antidemocrata, atacar uma mulher é o mínimo. Mas o mínimo que deve ser repudiado por quem tem vergonha na cara. E quem tem coragem política, precisa travar esse debate

Para quem é antidemocrata, atacar uma mulher é o mínimo. Mas o mínimo que deve ser repudiado por quem tem vergonha na cara. E quem tem coragem política, precisa travar esse debate (Foto: Gabriel Nascimento)
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Pergunta-se, para o caput deste texto, ao deputado Alberto Fraga (DEM-DF): E aqueles que batem como militares selvagens antidemocratas? Como devem apanhar da democracia?

A história da nossa nova democracia é nova, como diz o adjetivo anterior ao substantivo. O deputado Alberto Fraga não. Ele é um pouco mais velho que a Idade Média. Desconfio que, para gente como o deputado, viril, arrogante, machista, nunca houve lugar no mundo.

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Para quem é antidemocrata, atacar uma mulher é o mínimo. Mas o mínimo que deve ser repudiado por quem tem vergonha na cara. E quem tem coragem política, precisa travar esse debate.

"Se bate como homem, mulher tem que apanhar como homem". Essa sentença tem um núcleo posto claro: mulher tem que apanhar. O posto se relaciona com um pressuposto ou subentendido, não tão claro no discurso , mas claro nos dados: mulheres apanham e morrem todos os dias. Um outro subentendido: por causa de gente como o deputado Alberto Fraga. Sua declaração seguramente vai para a lata de lixo da história, tal é a construção fraca, idiossincrática de um populacho machista e conservador introjetado há séculos na mentalidade mesquinha do brasileiro.

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Pergunta-se novamente ao deputado: e quem bate como deputado desrespeitoso à democracia, líder de um partido que amesquinhou a história política do Brasil reproduzindo todo o arquétipo das classes dominantes conservadoras, atrasadas, escravocratas por séculos? De que forma revidamos?

O enunciado do deputado também tem outro subentendido: atrás do enunciado há um homem machista mal formado. Nenhuma novidade. Por trás desse homem machista há alguém que se ofende por uma deputada reivindicar seu espaço depois de ser agredida pelo meio-deputado (porque não se é deputado inteiro agredindo direitos humanos fundamentais) Roberto Freire (PPS). Alberto Fraga, como homem que toma as dores do outro homem, também não se podia calar. Membro de um partido nanico que fica à base de uma política atrasada, seguramente à beira da cova da história, não podia agüentar ouvir verdades da boca de uma líder partidária.

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Outro subentendido. Agora talvez mais discursivo do que o homem atrás do enunciado. Ter que apanhar naturaliza todo o histórico cotidiano de violência que as mulheres sofrem todos os dias. A declaração do deputado é dessas que, para além de ser punida, merece o ostracismo de sua atuação no congresso nacional, mas também a revolta e atuação dos movimentos populares legítimos em defesa da deputada e de todas as mulheres brasileiras, por ela representadas.

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