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Moisés Mendes

Moisés Mendes é jornalista, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim). Foi editor especial e colunista de Zero hora, de Porto Alegre.

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E se o filho defender a mãe?

"Estaremos próximos do dia em que alguém terá coragem de responder aos comentários agressivos de Bolsonaro, mas não horas e dias depois, no mundo virtual, e sim no momento em que são produzidos?", pergunta Moisés Mendes, do Jornalistas pela Democracia

O presidente Jair Bolsonaro em coletiva no palácio da Alvorada. (Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil)
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Estaremos próximos do dia em que alguém terá coragem de responder aos comentários agressivos de Bolsonaro, mas não horas e dias depois, no mundo virtual, e sim no momento em que são produzidos?

Como essas de hoje, quando ele disse, em tom homofóbico, que um jornalista tinha cara de homossexual e que outro deveria perguntar à mãe sobre o “comprovante que ela deu pro teu pai”. São ataques pessoais a profissionais que ele escolhe para agredir.
Mas só um brasileiro desses avulsos e anônimos, sem a proteção institucional dos jornalistas, encarou Bolsonaro até hoje. Um moço que, num encontro casual no entorno do Alvorada, em outubro, fez a pergunta que atormenta os Bolsonaros: “E o Queiroz?”

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A resposta foi dada com a personagem de sempre: “Está com a tua mãe”. Bolsonaro é obsessivo com gays e mães. E as respostas parecem fazer parte das normalidades consagradas pela extrema direita. Ele fala, ninguém responde.

Será sempre assim? Algum dia, nessa ou em outras circunstâncias, Bolsonaro não poderá ficar diante de um impasse, se alguém decidir retrucar? Hoje mesmo, os repórteres agredidos poderiam ter feito um apelo para que ele respeite suas mães.
O que aconteceria? Os seguranças seriam acionados? Qual teria sido a reação de Bolsonaro, que investe nas analogias de bar, como se estivesse cercado de bêbados por todos os lados, para passar seus recados às pessoas de pouco alcance?

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Bolsonaro considera perguntas singelas como ofensas, por achar que fica exposto quando vai até a cerquinha (que Ricardo Kotscho chama de chiqueirinho) onde está a claque que o espera quase todos os dias.

Se é assim, se o homem se irrita, jornalistas mais atrevidos poderiam testar os limites de Bolsonaro com perguntas mais incisivas. Como essa: o senhor voltaria a emprestar dinheiro para Queiroz, seu amigo de mais de 30 anos?

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Enquanto não perguntarem, nunca ficaremos sabendo se Bolsonaro continua ajudando o parceiro de Rio das Pedras, que movimentou R$ 7 milhões entre 2013 e 2017 e mesmo assim necessitava de um empréstimo de R$ 40 mil.

O jornalismo precisa fazer as perguntas que Bolsonaro não quer ouvir, mas sem deixar suas ofensas sem resposta.

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