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Valéria Guerra Reiter

Escritora, historiadora, atriz, diretora teatral, professora e colunista

387 artigos

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Educação é uma coisa - adestramento é outra

Infelizmente nota-se através de observações críticas que impera uma relação senhorial entre professor e aluno, diretor e professor, coordenador e professor e que do ponto de vista de relevância dos aspectos cognitivos, emocionais e morais – estes atores sucumbem em seu papel principal de difusores de saber

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Os problemas educacionais neste país residem em fatos inúmeros e reincidentes e que se desenrolam desde o início da educação formal neste pais.

Há controvérsias em se tratando do tema: Formação docente e reflexão, o cabedal de leis e decretos que acercam o histórico do processo ensino-aprendizagem no ciclo educativo redunda em desequilíbrio frente ao valor artístico de educar; e isto abarca uma série de sentimentos que se refletem em uma insofismável dualidade.

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E como atuar neste Espetáculo ímpar que é educar? Ser engolido pelo MONSTRO, ou DEMOCRATIZAR o PROCESSO? ser engolido pelo monstro significa a aceitação do sistema vigente, com suas políticas mecânicas e irrefletidas...

"Quem alcança seu ideal vai além dele", assim dizia o filósofo alemão Friedrich Nietzsche: E cada professor, ou cada pedagogo nunca deveria se dar por satisfeito ao achar que já alcançou seu ideal; já que estar educador exige muito mais; e isso em hipótese alguma deveria gerar qualquer prática irrefletidamente tecnicista.

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Ainda no campo filosófico que sustenta e alimenta o ato de ensinar (ou assim o deveria) o escritor Oscar Wilde imprimi valor ilimitado às definições do mundo em sua célebre frase: Definir é limitar.

Reflete-se que os meandros educacionais ainda encontram-se repletos de atitudes fragmentárias por parte dos docentes e isso obviamente reflete no discente e em seu papel social.

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A consolidação do aprender a aprender gera um ciclo benéfico no processo de ensino, ciclo este que necessita de uma visão holística, do todo mesmo – E enxergar com este olho clínico gerará nos atores envolvidos no processo educativo: A melhor práxis; que tornará a sala de aula um espaço solidário com elevados padrões de senso crítico aliado a uma prontidão trazida de inúmeras experiências vividas por cada educando e isto será acolhido pela COMUNIDADE, que se constitui em uma peça proeminente desta Construção organizada pelos saberes.

O fenômeno educacional inclui uma educação de qualidade e para que isto ocorra todos os atores sociais envolvidos nesta trama precisam mobilizar esforços pela transformação ou porque não dizer "Revolução cultural" e antropológica nos parâmetros educacionais.

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E, claro, ADESTRAMENTO, é algo significa ACTO DE ENDIREITAR, possibilita que o alunado deva se submeter a um regime de acordo intelectual e nunca um saber reflexivo.

Educar é o verbo, e educar é uma arte milenar, que vem sendo realizada desde a pré-história, o homem primitivo já trazia uma semente a florescer: Instituindo o fogo como produto de sua investigativa busca por descobertas que lhe pudessem trazer conforto; e seu campo mental adaptado cada vez mais às mudanças do meio ambiente, avança na pele de Homo sapiens – arte/educador, meio-ambientalista e cidadão.

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Através do prisma estético o educador encontra o instrumento da valorização humana integral.

A visão do mundo nos últimos dois meses está sendo engessada pelo cotidiano e a irreflexão; e a arte, que escapa, e luta para ser absoluta, como bem dizia Fernando Pessoa, sempre ressurge como solução para subverter o poder transformador...

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Ao nos referirmos à atividade estética da educação significa buscar na arte o seu elemento educativo da sensibilidade como modo de conhecimento que acata o imprevisível, a alegria, o humor, a invenção, contrapondo o prazer à rigidez do útil e equilibrando inteligência e sentimento.

A investigação a respeito dos valores estéticos e a preocupação em desenvolver no educando a percepção e a imaginação é importante até para servir de contraponto, à maneira pela qual a moral e a política lidam com as ações e paixões humanas. Não é exagero dizer que a postura estética ajuda a evitar as formas petrificadas, rígidas e intransigentes do moralismo ou do fanatismo político, e por que não dizer: Nos últimos dias nacionais teocráticos.

Talvez porque a arte esteja na dimensão do "sonho acordado", da utópica expressão da esperança. Os governos autocráticos possuem um comprometimento precípuo de censura e perseguição às artes; primando pela exclusão da fruição deste bem à maioria dos cidadãos.

Como um ator social que é o professor, dentro do contexto educacional, ele está ora em posição de coadjuvante, ora de protagonista, na cena sociocultural; e como tal ele necessita ser multifacetado e reflexivo em sua formação contínua e permanente na práxis educativa.

Sim a identidade do novo professor, ou melhor, dizendo do professor do século XXI está atrelada aos melhores pressupostos: Da reafirmação de políticas consagradas culturalmente e que permanecem significativas; das práticas que resistem às inovações, porque repleto de saberes válidos quanto às necessidades da realidade; do confronto entre as teorias e as práticas, da análise sistemática das práticas a luz das teorias existentes da constituição de novas teorias; constrói-se pelo significado que cada professor, como ator e autor, confere a atividade docente ao seu cotidiano, com base em seus valores, seu modo de situar-se no mundo, sua história de vida, suas representações, sues saberes, suas angústias e seus anseios, no sentido que tem em sua vida ao ser professor, assim como baseados em sua rede de relações com outros professores, sindicatos, agrupamentos.

Esta "receita" repleta de sentimentos, aqueles sentimentos (astheisis) se fazem presentes nos pressupostos acima citados, e isso corrobora com a necessidade de uma educação/arte' e uma educação/arte reflexiva: E isso traz à tona a INTUIÇÃO, o SENTIMENTO, e a IMAGINAÇÃO, que sob a luz de todos os avanços ditos tecnológicos ocupa lugar secundário na prática docente implementada pela maioria dos educadores brasileiros.

Sentimento, intuição e imaginação são ingredientes necessários para que se fermente e desenvolva o bolo mais saboroso – Com os salpicos de senso crítico e a qualificação. A metodologia ideal nesta construção de um bolo ideal, aquele que irá nutrir (qualidade) e não só alimentar (quantidade) de saberes férteis para que cada célula de cada aluno predisposto a aprender a aprender.

O sentimento é uma reação cognitiva e com isso: reconhecimento de certas estruturas do mundo, Desse modo "a emoção é uma resposta, é uma maneira de lidarmos com o sentimento. A alegria expressa pelo riso, por exemplo, é o modo pelo qual lidamos com o sentimento de ameaça. O sentimento, portanto, é conhecimento, isto porque esclarece o que motiva a emoção; esse reconhecimento é sentimento, e supõe certa disponibilidade para acolher o afetivo, disponibilidade para a empatia, ou seja, sentir como se estivéssemos no lugar do outro".

Assim, a arte nos faz conhecer a realidade, o outro e a nós mesmos, porque ela sempre desencadeia uma reflexão, por analogia com a experiência estética.

Comprovadamente a experiência estética equilibra nossas faculdades intelectivas e emocionais – pois como função cognitiva ou pedagógica faz e inventa caminhos inimagináveis para o saber.

Os saberes e os fazeres estão contidos e circulantes em qualquer Momentum educativo, Em seu artigo 22 a LDB frisa que a Educação Básica tem por finalidade desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhes meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores. Em seu artigo 24, inciso II, (...) O sistema de ensino regulamenta a matéria, a escola avalia o grau de desenvolvimento e a experiência do candidato, mas este incorpora o patrimônio de conhecimento construído nos esquemas informais da escola. Esta possibilidade representa um marco importante para o resgate da pedagogia de alternância.

Eis aí a Lei de diretrizes e bases da educação com sua filosofia que apregoa meios de progressão e resgate, e esta mesma Lei que em seu artigo quinto inciso III informa (...) A pobreza crônica de milhões de famílias segundo o relatório sobre desenvolvimento humano no Brasil – 2003 (PNUD). Uma vez que o Brasil tem trinta milhões de pessoas consideradas em estado de pobreza absoluta, contribui para desresponsabilizar os pais quanto à educação dos filhos (...).

O que aflige em termos de legislação a todos os seguimentos e sujeitos envolvidos no processo educativo, em serem estes dados astronômicos de pessoas na miséria: E esta miséria gera desencanto, deseducação e crime.

Docência artística, portanto, que nos convoca a trabalhar na materialidade da cultura. Educar "atristando": Diferenciar arriscando-se, expulsando o conservadorismo, usufruindo o prazer de criar.

Sentimentos, intuição e imaginação são os ingredientes que devem ser utilizados por um docente que norteia sua prática educativa através de um exercício constante de cidadania através de atos políticos que transformem a educação.

Assim a arte nos faz conhecer a realidade, o outro, e a nós mesmos, porque ela sempre desencadeia uma reflexão, por analogia com a experiência estética.

Poucas pessoas percebem que a verdadeira educação da emoção não é o "condicionamento" efetuado pela aprovação e desaprovação sociais, mas o contato, pessoal, iluminador, com símbolos de sentimento.

Estar sujeito consciente de uma ação com prática holística, e artística, onde impere a emoção que advém do sentimento, ao lidar com os valores culturais da vida humana traz e faz reflexão no âmago de docentes e de qualquer outro ator social que se permita viver, e não somente existir.

Os riscos de manipulação da agência vigente, ou seja, dos sistemas políticos contaminados pela pequenez em termos educacionais sem sombra de dúvidas são e serão aniquilado diante do senso crítico e da atitude política de qualidade por parte de docentes que detenham sua práxis rumo ao "um artistar" instituído.

Toda violência instituída, que aqueles que já militam dentro desse intrincado sistema educacional vivenciam e se submetem em seu cotidiano. Advém – infelizmente, de posturas irrefletidas e porque não dizer arbitrárias por parte de professores que refletem todo o modelo político que rege os parâmetros educacionais.

Cita-se como exemplo um professor de sociologia que rasgou um trabalho/levantamento que uma aluna representante de turma colhia para projeto de biologia, aula anterior à dele, num Colégio Estadual de Petrópolis – no corrente ano. Isso demonstra que toda a formação deste "elemento social e agente educativo" é abalroada por ausência de valores estéticos.

Por difusão simples de valores mecânicos, os docentes que aterrissam no Sistema – Deixam seus juízos de valor e absorvem às práticas padronizadas, e repetitivas de forma a fragmentar os saberes; passando ao largo da organização de um trabalho pedagógico através de ação comunicativa entre si e o mundo vivido.

Infelizmente nota-se através de observações críticas que impera uma relação senhorial entre professor e aluno, diretor e professor, coordenador e professor e que do ponto de vista de relevância dos aspectos cognitivos, emocionais e morais – estes atores sucumbem em seu papel principal de difusores de saber. Ademais vale a pena fazer lembrança de que os baixos salários nesse âmbito cooperam veementemente para toda a corrupção desse sistema – Sistema que confunde ADESTRAMENTO COM EDUCAÇÃO.

"Não basta querer para mudar o mundo. Querer é fundamental, mas não é suficiente. É preciso também saber querer, aprender, a saber, querer, o que implica aprender, a saber, lutar politicamente com táticas adequadas e coerentes com os nossos sonhos estratégicos" (Paulo Freire).

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