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Educação que avança desigual

Levantamento divulgado nesta segunda-feira pela ONG Todos pela Educação mostra um ensino que avança de forma capenga, frágil e desigual

Levantamento divulgado nesta segunda-feira pela ONG Todos pela Educação mostra um ensino que avança de forma capenga, frágil e desigual (Foto: Gilberto Alvarez)
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Levantamento divulgado nesta segunda-feira pela ONG Todos pela Educação mostra um ensino que avança de forma capenga, frágil e desigual. A mídia pinçou do estudo o dado de que no ano passado, apenas 54,3% dos jovens brasileiros conseguiram concluir o ensino médio até os 19 anos, idade apontada como ideal pelo MEC. O pior é que entre os bravos alunos que concluem o ciclo, poucos aprendem o que é essencial para sua formação.

O diagnóstico corresponde à realidade, mas vale ressaltar que a responsabilidade do ensino médio é dos Estados. E isso é importante frisar porque boa parte dos formadores de opinião não explícita esse fato, jogando a responsabilidade desse ciclo do ensino para governo federal.

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Os dados revelam, além da desigualdade, uma estagnação da educação básica, que acaba se refletindo no ensino médio. O resultado também aflora a fragilidade da educação, no geral, e da rede pública de ensino, em particular.

A realidade, no entanto, é ainda mais danosa, especialmente para os mais pobres. E quase como se estivéssemos no limiar do fracasso. Senão vejamos. A lei sugere que o aluno deveria sair do ensino básico preparado para o ingresso na universidade e no mercado de trabalho. Mas o que acontece é que estudante conclui o ciclo despreparado tanto para um como para outro.

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A exemplo do ciclo fundamental – em especial, aquele oferecido pelas escolas públicas –, que não ensina a ler nem a fazer contas elementares, o ensino médio não fornece as necessárias ferramentas profissionais e intelectuais aos alunos que vão se deparar com um mundo cada vez mais competitivo e exigente. O que vislumbro é que avanço que obtivemos no ensino universitário nem de longe se repetiu nos dois ciclos anteriores, nem há no horizonte perspectiva para isso.

Os indicadores representam um dos maiores gargalos sociais e econômicos do Brasil, resultado de décadas de descaso com os investimentos em educação. O quadro melhorou nos últimos anos, mas ainda há muito a fazer, principalmente porque a área deverá receber mais recursos com a exploração gradual da camada pré-sal.

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O objetivo de universalizar o ensino básico, subdividido em infantil, fundamental e médio, foi praticamente alcançado, mas as taxas de frequência ainda são menores entre os mais pobres e as crianças das regiões Norte e Nordeste. Na educação infantil, mais de 80% das crianças entre 4 e 5 anos moram em áreas abrangidas pelas redes de ensino.

Mas como evitar que o fracasso continue a atravancar o futuro profissional e intelectual de nossos jovens? Tanto as discrepâncias entre ricos e pobres, como o número de jovens que abandonam o ensino médio têm algumas matizes que precisamos enfrentar. Entre estas podemos destacar a valorização dos professores – que reclama salários e programas de formação continuada –; a distância em relação às perspectivas de ingresso ao mundo do trabalho e da educação profissional; a formulação de projetos pedagógicos, que tenham sintonia entre conceitos escolares e a realidade; e uma gestão democrática, com participação de todos os atores locais, valorizando os conselhos de escola.

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Outros países se viram na mesma enrascada e encontraram saídas para a encruzilhada. Nos EUA, por exemplo, o modelo de ensino médio integra conteúdo acadêmico e técnico, buscando a preparação do aluno para uma profissão. Na Grã-Bretanha, os estudantes do ciclo equivalente ao ensino médio brasileiro devem escolher no máximo cinco disciplinas, que já podem ser voltadas à área para a qual os alunos pretendem se dedicar na universidade.

Já na Alemanha, a partir do sexto ano do ensino fundamental, os alunos devem optar por um de três modelos de escola. A decisão é tomada em conjunto por pais e professores, levando-se em conta também a trajetória escolar e as notas do aluno. Há instituições que oferecem formação profissionalizante e outras voltadas à progressão acadêmica.

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No Brasil, um dos maiores avanços foi registrado no ensino fundamental. O acesso ampliou-se e hoje mais de 95% das crianças e jovens entre 7 e 14 anos estão matriculados nesse nível. O ponto frágil da equação está no ensino médio. O desafio principal não é colocar a criança na escola, mas mantê-la e proporcionar um ensino de qualidade até a chegada à universidade. Aí reside o x da questão.

Pouco mais da metade de quem ingressa no ensino fundamental chega ao médio, quando a evasão aumenta. É um momento de alteração e aprofundamento da estrutura curricular e do surgimento dos professores especialistas, encarregados de disciplinas específicas como Matemática, Geografia e História. A criança acumula problemas de aprendizagem desde a alfabetização e dificuldades em ler e em interpretar são comuns.

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Nessa faixa etária, o jovem começa também a ter outros interesses e pode ser levado a abandonar a escola para ajudar na sobrevivência da família ou ir atrás de um sonho. O desafio começa a aparecer mais nessa etapa, mas é importante considerar o ensino médio como sequência das fases anteriores. A qualidade dos cursos é essencial em todos os níveis.

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