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Oliveiros Marques

Sociólogo pela Universidade de Brasília, onde também cursou disciplinas do mestrado em Sociologia Política. Atuou por 18 anos como assessor junto ao Congresso Nacional. Publicitário e associado ao Clube Associativo dos Profissionais de Marketing Político (CAMP), realizou dezenas de campanhas no Brasil para prefeituras, governos estaduais, Senado e casas legislativas

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El Mercado e a falácia intencional

"Os números não mentem, mas El Mercado os ignora", escreve Oliveiros Marques

Bolsa de valores (Foto: Amanda Perobelli / Reuters)

O Brasil está no caminho errado. Vai de mal a pior.

Esse é o mantra repetido pelos operadores de El Mercado, o criminoso mais perigoso do Brasil, que já deveria estar na lista vermelha da Interpol. Trata-se de um discurso farisaico, usado para justificar ataques político-financeiros-especulativos contra o governo brasileiro, a economia nacional, e por consequência, a maioria da sua gente.

Não nos iludamos: as ações desses senhores sem rosto e sem coração não são meras jogadas de mercado com objetivos econômicos. No fundo, fazem parte de um projeto político muito claro, que visa implantar no país uma visão estratégica contrária aos interesses da maioria. São verdadeiros cães, empenhados em defender seus objetivos às custas do povo brasileiro.

Os números não mentem, mas El Mercado os ignora. Vejamos três exemplos recentes da economia brasileira: o crescimento econômico foi revisado para cima, devendo atingir 3,5% do PIB, contra projeções anteriores de 3,2%; o consumo no pequeno varejo cresceu – e não foi pela estratégia de cashback adotada por empresas do setor, como tentou justificar parte da imprensa, mas sim porque a distribuição de renda melhorou; e o país caminha em direção ao pleno emprego, com o desemprego caindo para 6,1%, o menor índice da história.

Esses são apenas alguns dos dados que desmascaram o discurso de El Mercado, baseado em desejos e não na realidade objetiva. O mantra do “equilíbrio das contas públicas” é apenas uma cortina de fumaça para encobrir seu verdadeiro propósito: impor sua visão de mundo, condenando a maioria da população a um ciclo vicioso de miséria.

A hipocrisia é evidente.

Não ouvimos esses mesmos agentes clamarem contra os cerca de R$ 200 bilhões em renúncias fiscais concedidos ao sistema financeiro, com o Santander liderando a lista de beneficiados.

A matilha do mercado encerra o ano como de costume: atacando o país.

A política precisa reagir a esses ataques. Sem isso, corremos o risco de não ter mais um país no futuro. O Congresso, por exemplo, não pode continuar acreditando que o modelo defendido por esses agentes favorece quem domina orçamentos secretos, emendas pix ou indicações de comissões, por mais falsas que pareçam.

Se esse modelo prevalecer, não haverá dinheiro capaz de sustentar a coesão da sociedade brasileira. A responsabilidade recairá sobre a política de todos os espectros, e o povo não hesitará em cobrar. Os outsiders surgirão para varrer do campo político aqueles que hoje reproduzem os latidos de El Mercado.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.