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Leonardo Attuch

Leonardo Attuch é jornalista e editor-responsável pelo 247.

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Eleito pela Lava Jato, Bolsonaro organiza o funeral da Lava Jato

Resultado do ambiente de ódio implantado no Brasil pela Lava Jato, Bolsonaro já enquadrou a Polícia Federal e aparelhou o Ministério Público. É um desfecho tão irônico que não será surpresa se policiais e procuradores começaram a pedir a volta do "republicanismo do PT", aponta o jornalista Leonardo Attuch, editor do 247

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Ninguém em sã consciência questiona o fato de que Jair Bolsonaro só é presidente da República em razão da Operação Lava Jato. Não fosse a destruição econômica, a criminalização da política e, evidentemente, a prisão do ex-presidente Lula, o capitão reformado jamais teria se viabilizado na disputa presidencial de 2018.

O ataque ao setor de engenharia e à cadeia produtiva de óleo e gás, que deixou um rastro de milhões de desempregados, criou as condições materiais para o desconforto que fomentou o impeachment da ex-presidente Dilma Roussef. O ataque indiscriminado ao sistema político reforçou a percepção de que todos os políticos são ladrões e que apenas alguém "de fora do sistema" seria capaz de moralizar o Brasil. Fora isso, operações seletivas foram feitas até a véspera das eleições para minar a competitividade de Fernando Haddad, do PT, como já foi demonstrado pela Vaza Jato. De mais a mais, a preferência dos procuradores de Curitiba por Bolsonaro já é um fato público e notório.

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O que a turma de Curitiba imaginava era que um eventual governo Haddad usaria os instrumentos do poder para "minar a operação" e libertar o ex-presidente Lula. Um tremendo erro de cálculo. Haddad seria cercado pela mídia corporativa e pressionado a manter sempre uma "postura republicana" diante do aparelho repressivo do Estado. Bolsonaro, que entrega ao capital sua agenda econômica, tem conseguido para desmoralizar a Lava Jato e, efetivamente, "estancar a sangria".

O episódio mais recente foi a escolha de Augusto Aras como novo procurador-geral da República. Bolsonaro quebrou a tradição, aberta pelos governos petistas, de escolher o mais votado pela lista tríplice dos procuradores. Em suas manifestações recentes, Aras questiona a espetacularização das ações do Ministério Público e a destruição econômica causada pela Lava Jato – tendo acertado nos dois casos. Fora isso, Bolsonaro também enterrou o "republicanismo" na intervenção que fez na superintendência da Polícia Federal do Rio de Janeiro. E seu ministro Sergio Moro está tão escanteado que já foi aconselhado a se demitir até pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. 

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É um desfeho tão irônico que nada melhor do que o tweet do colega Rodrigo Vianna para encerrar este artigo:


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