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Leonardo Attuch

Leonardo Attuch é jornalista e editor-responsável pelo 247.

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Em 2014, o Brasil quer mais

A grande mudança de 2013 foi o Mais Médicos. Oxalá seja o prenúncio de uma era de melhores serviços públicos

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Numa retrospectiva rápida, 2013 foi um ano que começou com reajustes nas tarifas de transporte público, levando jovens às ruas pedindo passe livre. Em pouco tempo, o caldeirão explodiu com milhões de brasileiros gritando por mais e melhores serviços públicos, num Brasil que tentava vender ao mundo a imagem de potência, mas era incapaz – e continua sendo – de oferecer hospitais e escolas de “padrão Fifa” à sua população mais carente. Quando a popularidade do governo Dilma foi ao fundo do poço, o Planalto acertou a mão no Mais Médicos.

Resposta rápida à crise, o programa atravessou ondas de corporativismo, xenofobia e até racismo, mas entra em 2014 como um dos grandes ativos eleitorais do PT – tanto para a reeleição de Dilma como para a disputa em São Paulo, que terá o ministro Alexandre Padilha como um dos protagonistas.  Hoje, 6.658 profissionais atuam no Mais Médicos, atendendo uma população potencial de 23 milhões de brasileiros, antes desassistidos ou mal assistidos, em 2.177 municípios e até em distritos indígenas. Para cidadãos que morriam por causas simples e perfeitamente controláveis, como uma simples hipertensão, a presença de um médico por perto – seja ele cubano ou brasileiro – faz toda diferença.

Certo na forma e no conteúdo, o Mais Médicos também foi um gol de placa no nome. “Mais” será a palavra chave de 2014, para todos aqueles que estiverem em busca de um lugar ao sol na política. Do governo Dilma, espera-se mais crescimento – e as perspectivas para isso parecem ter melhorado –, assim como mais infraestrutura, que parece pronta para deslanchar com o pacote de concessões. O pernambucano Eduardo Campos sempre bateu na tecla de que é possível fazer mais, se houver maior diálogo com a classe empresarial. E o tucano Aécio Neves já começa a falar numa “fórmula mineira”, com menos governo (sim, há um menos) e mais administração.

O ponto central, no entanto, é outro. Com uma estabilidade econômica consolidada, progressos sociais, redução do desemprego e ganhos significativos de renda, o Brasil atingiu outro estágio de desenvolvimento e é legítimo que a população cobre dos governantes um padrão de serviços públicos compatível com o de uma economia que pretende ser a quinta maior do mundo. Afinal, como num clássico do rock brasiliense, “com tanta riqueza por aí, onde é que está, cadê minha fração?” Em 2013, a plebe rude foi às ruas. Se voltar em 2014, estará em busca de um legítimo algo a “mais”. 

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