Em marcha a operação derruba-Dilma
O processo de desvalorização e enfraquecimento da Petrobrás é parte de uma grande operação em andamento, orquestrada dentro e fora do país, para interromper o segundo mandato da Presidenta e garantir a privatização da estatal
Se o PSDB voltar a ocupar o Palácio do Planalto o Brasil voltará a ser quintal dos Estados Unidos. E a Petrobrás, com as riquezas petrolíferas do fundo do mar – em especial o pré-sal – será entregue ao capital estrangeiro. Esse é um velho sonho dos tucanos, que continuam empenhados em materializá-lo, após quebrarem o monopólio do petróleo e tentarem mudar o nome da empresa estatal para Petrobrax no governo de Fernando Henrique Cardoso. O processo de desvalorização e enfraquecimento da Petrobrás é parte de uma grande operação em andamento, orquestrada dentro e fora do país, para interromper o segundo mandato da Presidenta petista e garantir a privatização da estatal.
Os interessados nem se preocupam mais em mascarar as suas intenções. O jornal "O Globo", por exemplo, já defendeu em editorial a entrega da exploração do nosso petróleo a empresas estrangeiras. Defesa idêntica foi feita, em recente artigo, pelo ex-presidente FHC, que chegou a acusar o governo de ter "mudado a lei do petróleo para forçar a Petrobrás a apropriar-se do pré-sal", como se o pré-sal não fosse nosso. Comentou-se, durante a última campanha eleitoral, que se o tucano Aécio Neves fosse eleito presidente uma de suas primeiras medidas seria mudar o sistema de partilha do pré-sal. E mais recentemente o ex-ministro Mailson Nóbrega defendeu a privatização da Petrobrás, embora reconhecendo a sua dificuldade diante da reação do povo brasileiro, pois como lembrou o jornalista Mauro Santayana em recente artigo, "a Petrobras não é apenas uma empresa.Ela é uma Nação.Um conceito.Uma bandeira.
E por isso, seu valor é tão grande, incomensurável, insubstituível".
Reza um velho ditado que "o pior cego é aquele que não quer ver". Só um imbecil não vê essa operação subterrânea e, ingenuamente, participa do processo, disseminando notas na internet e contribuindo para que a direita, representada pelos tucanos e pela mídia, consiga seus objetivos: conquistar o poder e entregar nossas riquezas ao capital estrangeiro. E se o impeachment em gestação for efetivamente aprovado o Brasil perderá a sua dignidade e a sua soberania, voltando à condição de colônia, a não ser que os nacionalistas, inclusive das Forças Armadas, decidam sair às ruas para defender a nossa pátria das garras dos entreguistas.
Não custa lembrar que, durante o seu governo, o presidente Fernando Henrique só não entregou o Brasil inteiro para os americanos porque, graças ao povo, não conseguiu eleger o seu sucessor. Ainda assim vendeu, entre várias estatais, a Cia. Vale do Rio Doce com as riquezas minerais do nosso subsolo, um crime de lesa-pátria que deveria levá-lo a julgamento por alta traição ao país. Como disse Mauro Santayana, que redigiu na época um manifesto contra a privatização, assinado entre outros por Barbosa Lima Sobrinho, segundo consta do livro "O Príncipe da Privataria": "Não se estava privatizando uma empresa e um setor, mas o solo brasileiro. O melhor do subsolo nacional foi para a Vale".
Fernando Henrique tentou ainda, no final do seu governo, entregar a Base Espacial de Alcântara, no Maranhão, para os Estados Unidos mediante um contrato de arrendamento que estabelecia, entre outras coisas, que nenhum brasileiro, incluindo as autoridades, poderia entrar na base sem autorização expressa do governo americano. Ou seja: FHC queria encravar em território brasileiro uma nova Guantânamo, o que só não aconteceu porque o deputado Valdir Pires segurou a autorização no Congresso até a eleição de Lula. E nunca mais se falou no tal arrendamento, que seria outro crime praticado contra o Brasil pelo tucano-mor não fora a ação patriótica do parlamentar baiano.
Eles, os tucanos, porém, não desistem e, aproveitando os escândalos de corrupção na Petrobrás,voltam à carga, convencidos talvez de que agora, graças ao clima criado pela mídia, surgiu o momento propício para tentar conquistar, a través do Congresso, o que não conseguiram democraticamente pelo voto. Já tem em mãos, inclusive, um parecer do jurista Yves Gandra, provocado por um advogado ligado a FHC, considerando o impeachment perfeitamente justificável. Só falta agora alguém apresentar o pedido na Câmara Federal e o seu novo presidente, deputado Eduardo Cunha, aceitá-lo e colocá-lo em pauta, o que não será surpresa para ninguém.
De acordo com o cronograma da operação-derruba-Dilma o próximo passo será a criação de uma nova CPI para a Petrobrás, já autorizada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, para ser instalada depois do carnaval. Ao que parece, apesar dos vazamentos seletivos e das simpatias dos agentes federais ao senador Aécio Neves, manifestadas durante a campanha eleitoral, a oposição não confia no trabalho da Operação Lava-Jato e, por isso, prefere realizar suas próprias investigações através de uma Comissão Parlamentar de Inquérito. E certamente conta com a grande mídia, maior parceira dos oposicionistas, para ampliar os depoimentos que incriminem o governo, dando suporte ao impeachment, o que faz lembrar uma frase do jornalista americano Joseph Pulitzer: "Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma".
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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