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Lygia Jobim

Jornalista e advogada, integra o Coletivo Verdade, Memória, Justiça e Reparação

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Em queda livre

"De como Sérgio Moro passou de Il Capo a Al Capone"

Sergio Moro (Foto: Antonio Cruz - ABR)
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O ex-juiz Sérgio Moro despencou de puro-sangue lava jatista a pangaré ao assumir o Ministério da Justiça. O Super Homem das histéricas passeatas financiadas pela Fiesp e assemelhados para depor Dilma Rousseff, prender Lula e eleger Bolsonaro, caiu do pedestal empurrado por Bolsonaro quando este o convidou a participar de seu governo. 

Nesse momento passou por uma metamorfose. Deixou de vestir, a exemplo de Mussolini, suas camisas pretas e passou a se vestir de forma mais anódina. O braço, porém, continuava a postos para fazer as saudações de praxe, utilizando-se para isso de uma caneta que não teve pejo em assinar a portaria 666/19, uma das muitas assinadas por ele e que são indignas de um país democrático. Esta tratava da deportação de estrangeiros, autorizando-a sem que fosse necessária uma acusação formal nem condenação da pessoa a ser deportada. Algo do tipo “não tenho provas, mas tenho convicção”. Depois da Procuradora Geral da República Rachel Dodge ter ingressado com uma ação no STF contra a portaria, nosso camicia nera tupiniquim, a revogou substituindo-a por outra menos draconiana.

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Em abril do mesmo ano Moro autorizou o uso da Força Nacional de Segurança Pública em Brasília durante a realização do Acampamento Terra Livre, manifestação de indígenas de diversas etnias que ali acontece todos os anos. A manifestação pacífica se desenrolou em clima de tensão pela agressividade dos integrantes da Força. 

Logo após a escatológica reunião ministerial de 22 de abril de 2020 Sérgio Moro tomou a decisão de sair do governo por, segundo ele, não admitir interferência na Polícia Federal. Como último ato de sua gestão à frente do mesmo nos deixou o legado de mais um passo na direção do armamento da população. Seguindo os ensinamentos de Mussolini que, em 11 de agosto de 1937, em discurso na Sicília para uma multidão de 100.000 pessoas, afirmou que só um povo armado é forte e livre, Moro não teve escrúpulos em assinar, junto com o então Ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, a Portaria Interministerial 1634/20 que aumentou a quantidade máxima de munições que podem ser compradas por civis. 

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Aí estão apenas alguns exemplos de como atuou o que agora se coloca como alternativa a Bolsonaro. Aqueles que fizerem esta opção estarão trocando seis por meia dúzia, pois a raiz de ambos é a mesma.

Mas nada disso surpreende num juiz que ignorou os mais elementares princípios do direito entre os quais se destaca o da imparcialidade. A livre apreciação da prova não lhe dá o direito de, despudoradamente envergando sua camicia nera por baixo da toga, julgar sem provas o ex-presidente Lula.  

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Seu emprego na Alvarez&Marsal o colocou definitivamente na posição de quem passou de cavalo a burro. Em nova modalidade de rachadinha, a banca para a qual trabalhou lhe repassou R$3.600.000 dos 40 milhões que recebeu das empresas que foram alvo da Lava Jato.  

Não podemos esquecer das palavras do próprio Moro quando disse “Eu comandei a operação Lava Jato”... Agora, com o compartilhamento pelo Tribunal de Contas da União com a Procuradoria Geral da República dos documentos sobre o dinheiro recebido como empregado da banca, e o pedido do imediato bloqueio de seus bens, vemos também como se passa de Il Capo da operação que destruiu 4,4 milhões de empregos a Al Capone.

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