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Keiji Kanashiro

Fundador do PT, foi Secretário Executivo do Ministério dos Transportes no governo Lula, foi Secretário de Logística e Transportes do governo do Mato Grosso do Sul e assessor técnico da Liderança do PT na Câmara dos Deputados

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Em tempos de guerra, a saída é pela esquerda

As políticas dos governos Lula e Dilma, como no caso de Jango, eram reformistas e mesmo assim aconteceu o golpe de 2016 e um processo acelerado de destruição do país. Daí a responsabilidade do Partido dos Trabalhadores, da suas lideranças e da sua militância no VII Congresso de assumir seu papel como o maior partido político do Brasil

(Foto: Pablo Nacer/Brasil247)
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Contribuição ao debate

No próximo domingo dia 08 de setembro, o PT irá eleger suas direções municipais e zonais no caso do Distrito Federal, uma chapa de delegados que irá eleger em outubro as direções estaduais e uma chapa de delegados que em novembro, no VII Congresso do PT irá eleger sua direção nacional. Várias chapas estarão concorrendo, defendendo suas posições, e a partir de suas análises propor o que o PT deverá fazer para resgatar a democracia no Brasil depois do golpe de 2016 e as eleições fraudadas de 2018.

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Para contribuir com o debate, temos necessariamente de falar um pouco do passado. O Partido dos Trabalhadores foi consequência direta das greves do ABC no final da década de setenta e foram fundamentais na derrubada da ditadura militar. Em 1978 acontecia as primeiras discussões sobre a necessidade de se construir um partido de trabalhadores, e como dizia Lula ‘o sindicato serve para atenuar as relações entre o capital e o trabalho, agora para mudar a sociedade precisamos de um partido político”. A ideia predominante neste debate, era a construção de um partido democrático de massas, que iria disputar o poder a partir de eleições, com as regras definidas pela burguesia e pelo regime militar. A época, eu e cerca de trinta por cento das pessoas que participavam deste debate, defendíamos um outro modelo. Um partido dirigente, junto que se propusesse a organizar e mobilizar a classe trabalhadora para a derrubada do regime e do sistema capitalista. No entanto, a maioria decidiu por um partido que fosse disputar o poder na sociedade através das eleições.

Hoje depois de quarenta anos, eu diria que nós estávamos parcialmente errados e parcialmente certos. O PT nasceu com o objetivo de combater o capitalismo, cresceu quando começou a combater um faceta do capitalismo que era o neoliberalismo e chegou ao governo do país em aliança com setores da burguesia. Parcialmente errados porque em doze dos governos de Lula e Dilma, houve muitos avanços no desenvolvimento político, econômico e social do país e da grande maioria da população em especial aos mais pobres. Parcialmente certo, porque o modele funcionou, mas se esgotou com o rompimento pela direita com o golpe de 2016.

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Voltando ao PED, eu diria que as lideranças e militantes do PT terão uma extraordinária oportunidade neste processo, para definir uma estratégia para o próximo período nesta guerra que estamos perdendo, criarmos as condições para sairmos da defensiva e partirmos para ofensiva na luta pela democracia. E a luta pela democracia passa necessariamente pela libertação de Lula, por eleições diretas e pela defesa da soberania nacional. Em minha opinião, são essas as premissas para o PT, o maior partido de esquerda do país, poderá propor uma grande frente nacional, com outros partido de esquerda e centro esquerda, setores democráticos e nacionalistas para derrubar este governo fascista instalado nas eleições fraudadas de 2018.

Como comentamos acima, o PT na sua origem tinha como meta o combate ao capitalismo, onde a greve era a principal ferramenta da luta de classes. Numa época em que o hegemonia do capitalismo era o produtivo. Uma questão importante neste momento, é sem dúvida é entender quais as mudanças que houveram a partir da década de noventa, onde a hegemonia passa a ser do capitalismo financeiro. Quais as táticas que o PT e o movimento sindical tem que definir para avançar na luta pelos direitos dos trabalhadores. Nesta questão é fundamental que o PT retome a bandeira do socialismo e tenha na luta de classes a sua principal arma para a luta pela democracia.

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Os partidos de esquerda no Brasil, sempre tiveram dificuldades em definir uma tática reformista dentro de uma estratégia revolucionária. As reforma que Jango propunha, eram na verdade uma proposta reformista, mas para o contexto da época, eram profundamente revolucionária, tanto é que aconteceu o golpe de 1964.

As políticas implementadas pelos governos Lula e Dilma, nos doze anos dos governos do PT, como no caso de Jango, também eram políticas reformistas e mesmo assim aconteceu o golpe de 2016 e um processo acelerado de destruição do país. Daí a responsabilidade do Partido dos Trabalhadores, da suas lideranças e da sua militância no VII Congresso de assumir seu papel como o maior partido político do Brasil, e conter este processo como partido dirigente, organizando a grande massa da classe trabalhadora para derrubada deste governo e deste sistema que privilegia uma minoria em detrimento da maior parte da população.

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Diferente de 1964, onde havia tanques e fuzis, hoje o processo foi mais sofisticado. Como dizem os analistas, o golpe de 2016 e seu aprofundamento nas eleições fraudadas de 2018 foi uma conspiração do Império, dos seus cumplices da burguesia nacional, de setores do judiciário, do congresso nacional, das instituições de estado, apoiados pela mídia hegemônica e também por setores das forças armadas. Trata-se de uma guerra híbrida e para derrotá-la temos que criar as condições para uma revolução híbrida.

Nesta guerra que estamos perdendo para mudar esta situação, além das lutas específicas contra a reforma da previdência, pelos direito dos trabalhadores, em defesa da educação, contra a entrega das nossas riquezas, em defesa do meio ambiente, da Amazônia, eu diria que são três as batalhas essenciais que estamos perdendo e temos que reverter para não sermos derrotados.

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A primeira delas, em minha opinião a mais importante é a batalha da comunicação. Neste momento eu gostaria também de me dirigir a toda mídia contra hegemônica em especial aos petistas membros da Comunidade 247 da qual faço parte, para a nossa responsabilidade em se contrapor a mídia golpista, informar parte da população o que está acontecendo com o Brasil a partir do golpe de 2016. Parte da população que se informa pelo jornal nacional e nos finais de semana sofrem lavagem cerebral nos cultos e nas missas. Como informar enfim toda a população beneficiadas pelos programas sociais do PT que votaram e ainda apoiam o Bolsonaro. A tarefa é difícil mas não impossível. Não temos um órgão de comunicação de massa, não temos os algorítimos do Steve Bannon, não temos os recursos financeiros que a direita tem, mas temos o PT organizado em mais de 4000 municípios e uma comunidade com mais de 430 mil membros que se comunica todos os dias.

A segunda batalha que também estamos perdendo é a institucional. Neste campo até agora foram mais derrotas do que vitórias, mas temos que continuar insistindo e m denunciar, de provocar ações nos tribunais superiores de todos os demando feitos por este governo fascista contra o direito dos trabalhadores, contra a soberania nacional, contra a entrega de nossa riquezas e em especial pela liberdade de Lula. Este papel, cabe aos nossos parlamentares, governadores, prefeitos, e as organizações da sociedade civil, como OAB, ABI, CNB, CUT, UNE etc.

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A terceira batalha, intimamente ligada a segunda, a batalha da mobilização, a batalha das ruas. Como mobilizar os trabalhadores, os estudantes, setores progressistas e nacionalistas se mobilizarem, saírem as ruas e lutarem pelos seus direitos. É o desafio que a UNE, a CUT e as demais entidades de classes tem que superar as dificuldades impostas, para partirmos pra ofensiva e virarmos o jogo.

Por fim, em minha opinião eu diria que o sucesso da segunda e terceira batalha irá depender da nossa capacidade de equilibrarmos e ganharmos a batalha da comunicação.

Hoje para presidir o partido o PT tem três candidatos. A atual presidenta deputada Gleici Hoffmann, o líder do PT na Câmara dos Deputados e o companheiro Valter Pomar. É provável que neste processo apareçam outros. Como disse no título, em Tempos de Guerra a saída é pela esquerda, neste processo, como petista e militante da Articulação de Esquerda, eu apoio a chapa EM TEMPOS DE GUERRA A ESPERANÇA É VERMELHA.

LULA LIVRE E VALTER POMAR PRESIDENTE.

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