Em todas as lutas e campanhas, unidade é a bandeira da esperança
As forças progressistas e de esquerda contribuiriam muito com o país se se empenhassem agora na construção de uma frente ampla em defesa do Brasil, do desenvolvimento nacional e da democracia
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A luta contra a ditadura militar, em suas distintas etapas, teve como denominador comum – malgrado a fragmentação da esquerda e as difíceis condições em que atuavam as forças do centro democrático – a busca da unidade, em torno de bandeiras amplas.
Nas ruas, uma palavra de ordem de combate sintetizava o espírito da época – "Abaixo a ditadura". Em outros ambientes, diferentes atores políticos refletiam sobre as causas do golpe de Estado, o papel de lideranças civis conservadoras, dos latifundiários, industriais e banqueiros, dos generais, da embaixada dos Estados Unidos.
Pouco a pouco, todos iam percebendo a gravidade da situação, a ditadura se impunha não como uma transição de curta duração, mas como regime que viera para ficar por longo tempo. Na oposição democrática firmava-se a convicção de que era necessário unir os brasileiros para salvar o país da crise, do regime militar e da ameaça neocolonialista.
Esta ideia vingou. A luta contra a ditadura acabou alcançando a vitória, porque o povo brasileiro se uniu sob bandeiras amplas, sendo o mais significativo exemplo disso a mobilização pela realização de eleições para presidente da República, a famosa campanha "Diretas Já"
Em 1992, sob o risco de interrupção do ciclo democrático recém-inaugurado, novamente foi preciso unir amplas forças para apear do governo um presidente da República corrupto, autoritário e entreguista. A campanha "Fora, Collor", levada adiante sob a consigna da "defesa da ética na política", enfeixava um conjunto de bandeiras de luta ligadas à preservação da democracia e o resguardo da soberania nacional, ameaçada pela execução da nascente política neoliberal.
A ameaça se concretizaria mais tarde, durante os dois mandatos de FHC (1995 – 2002), um dos governos mais nefastos de toda a história republicana brasileira, marcado por corrupção, autoritarismo, desídia administrativa e entreguismo. Para conter a fúria neoliberal e conservadora, novamente ergueu-se no Brasil um forte movimento unitário político e de massas, com caráter democrático e patriótico, conduzido por líderes da estatura de Leonel Brizola, Miguel Arraes, Lula e João Amazonas. A essência do movimento era a defesa do Brasil, da democracia e dos direitos sociais do povo brasileiro, submetido a penosa degradação em suas condições de vida. Esta era a substância da campanha "Fora, FHC", sem a qual não teria ocorrido a histórica vitória de Lula na eleição presidencial de 2002. Mais uma vez triunfou a ampla frente política e social.
Hoje o Brasil está diante de nova perigosa disjuntiva, a exigir em nível superior a unidade das forças democráticas, populares, patrióticas, progressistas, de esquerda, a união dos brasileiros para enfrentar e conjurar a ameaça de ruptura do sistema democrático, violação da Constituição e liquidação das conquistas nacionais e sociais alcançadas nos últimos três governos liderados sucessivamente por Lula e Dilma.
Os setores reacionários da sociedade brasileira formaram uma ampla coalizão de forças antidemocráticas e antinacionais, um poderoso condomínio de que fazem parte partidos políticos, setores do Judiciário, do Ministério Público, o capital financeiro, a mídia monopolista privada e círculos imperialistas internacionais. Este campo de forças desencadeou, desde a proclamação do resultado eleitoral, em outubro do ano passado, uma brutal ofensiva visando a recuperar o poder a todo o custo e voltar a impor ao país uma política lesiva aos interesses populares e nacionais. O enfrentamento a essa ofensiva só será possível com a mais ampla unidade e a mobilização do povo brasileiro. As forças progressistas e de esquerda contribuiriam muito com o país se se empenhassem agora na construção de uma frente ampla em defesa do Brasil, do desenvolvimento nacional e da democracia.
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