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Paulo Moreira Leite

Colunista e comentarista na TV 247

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Em vez de afagar fascistas, governadores devem defender Constituição

"Embora a caravana de Lula tenha realizado comícios de bom tamanho, é preciso reconhecer que ataques de natureza fascista se tornaram uma questão política real, que deve ser enfrentada com urgência, pois representam uma ameaça a democracia e ao artigo 5XVI da Constituição, que garante o direito de reunião", escreve Paulo Moreira Leite, articulista do 247; "Responsáveis pela ordem interna do país, os governadores de Estados visitados tem obrigação de proteger as manifestações em homenagem a Lula, tão legítimas como greve de professores por aumento de salário ou uma passeata de lideres feministas a favor da legalização do aborto" 

Hora de parar a caravana (Foto: Paulo Moreira Leite)
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A violência que marca a caravana de Lula pelo Sul do país não pode esconder um ponto essencial: a adesão popular tem sido imensa, os comícios são um sucesso e confirmam o gigantesco apoio popular a Lula. São uma prova -- a mais -- de que uma imensa parcela da população deseja votar em seu nome para presidente e rejeita o jogo sujo para impedir que participe do pleito.

Mas a violência contra a caravana atingiu um limite a partir do qual não pode ser ignorada. Tornou-se uma questão política a ser enfrentada com urgência e rigor.

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São os governos estaduais, que até o momento tem se notabilizado pela omissão em grau maior ou menor, mas nunca suficiente para garantir a ordem pública e manifestações que dizem respeito a liberdade de expressão e o direito de reunião. A Constituição diz, expressamente, no artigo 5XVI, que  "todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização". Isso quer dizer que, responsáveis pela ordem interna do país, os governos de cada estado visitado pela caravana  têm a obrigação de proteger as manifestações organizadas em apoio a Lula, tão legítimas como uma greve de professores por aumento de salário, uma passeata de lideranças feministas a favor da legalização do aborto  ou mesmo um comício de parlamentares do DEM em apoio a Rodrigo Maia. 

Caso  os governos não tenham capacidade de cumprir sua obrigação, qualquer que seja o motivo alegado, Brasília tem obrigação de deslocar integrantes da Força Nacional para dar conta da tarefa. Até porque o caso envolve a segurança de um ex-presidente da Republica, cuja responsabilidade cabe a Polícia Federal. Em qualquer caso, o que está em jogo é a obrigação do Estado impedir ações de caráter criminoso. 

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É bom reconhecer que os ataques a Lula não envolvem ações de massa -- o que lhes daria um caráter gravíssimo -- mas operações  articuladas,  de pequenos grupos, que contam com uma base de apoio em cada local para suas operações. Contam,  ostensivamente, com a passividade das Policias Militares, que raramente demonstram um empenho real de impedir os ataques."Na maioria das vezes, a PM parece mais preocupada em garantir a liberdade de quem está atacando a caravana do que em proteger o direito de manifestação", me disse um dirigente petista que acompanha a viagem.

Não estamos falando de brigas de rua. Mas de atentados. 

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Sabemos que persistência de um ambiente de selvageria num momento de ensaio da campanha eleitoral será um novo fator de distúrbio e ameaça a democracia numa conjuntura política já delicada. A questão está cristalina, portanto. Ou as autoridades demonstram, nos Estados e em Brasília, empenho em assegurar o cumprimento de uma garantia elementar como direito de reunião, ou deixam claro que preferem afagar o fascismo em vez de defender a democracia. A mesma cobrança deve ser dirigida a lideranças do PSDB e do PDT, do MDB, do DEM e da Rede, até agora em vergonhoso silêncio diante de ataques inaceitáveis não a Lula, não ao Partido dos Trabalhadores, mas ao conjunto do sistema democrático. 

Alguma dúvida? 

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