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Sergio Storch

Engenheiro, fundador da rede Judeus Brasileiros Progressistas (Juprog)

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Embate esquerda-direita pelo Vira-Voto na comunidade judaica

Desta vez partiu de André Lajst, dirigente da filial brasileira de uma ONG norteamericana da direita sionista, “Stand with Us”, uma mensagem no Whatsapp que deu início à campanha de desinformação a respeito de Guilherme Boulos, sugerindo que ele é contrário à existência de Israel

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Não há pesquisas que permitam concluir, mas as reações na comunidade judaica a ataques de sua direita contra Guilherme Boulos permitem a hipótese de que os setores progressistas dessa comunidade são mais expressivos do que as lideranças de suas instituições, e muito mais do que os setores ultradireitistas aliados de Bolsonaro, embora os setores progressistas não tenham acesso às mídias comunitárias que promovem as visões conservadoras que comumente são generalizadas pela opinião pública. 

Isso já se tinha visto na força do movimento Judeus contra Bolsonaro, que mobilizou 12.000 pessoas (“só” 10% da população judaica brasileira). 

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Desta vez partiu de André Lajst, dirigente da filial brasileira de uma ONG norteamericana da direita sionista, “Stand with Us”, uma mensagem no Whatsapp que deu início à campanha de desinformação a respeito de Guilherme Boulos, sugerindo que ele é contrário à existência de Israel. Não muito diferente do que fizeram pastores mercadores da fé ao propagarem por Whatsapp aqueles insultos à inteligência, como “kit gay” e congêneres. E traz a experiência em calúnia e maledicência com que Netanyahu consegue manipular o eleitorado israelense ao longo do seu reinado.

Os setores progressistas, principalmente de São Paulo, mas agora em âmbito nacional, se insurgiram contra a propagação da intriga. Em São Paulo, intelectuais judeus produziram um vídeo que causou forte impacto, declarando apoio a Boulos e Erundina, e negando sentido às acusações.

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A direita reagiu furiosamente nas redes sociais, com ameaças e calúnias contra as pessoas que se expuseram. É filme velho. Mas, no contexto do agravamento das distâncias sociais no país por causa das políticas neoliberais dos governos federal, estadual e municipal (Bruno Covas), os ataques da direita comunitária contra os setores progressistas provocaram o manifesto “JUDEUS E JUDIAS: POR QUE ESCOLHEMOS BOULOS/ERUNDINA?.

O manifesto, que  pretende demonstrar a indignação contra mais esta campanha de desinformação,  já conta com 250 assinaturas diversificadas, de todas as regiões do país e de todas as faixas etárias, em grande parte de pessoas eminentes na sociedade e na cultura brasileiras. E muitas com credenciais de cidadania brasileira e de pertencimento à comunidade judaica que ninguém poderá contestar: pessoas dos movimentos juvenis sionistas de esquerda, ativistas e lideranças nos mais diversos movimentos sociais, estudantes, pesquisadores acadêmicos, cineastas, escritores etc. 

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Algumas lideranças do movimento vêm a resposta não só como parte do “Vira Voto” em favor da chapa progressista para as eleições à prefeitura de São Paulo. Mas também como resposta taxativa à imagem projetada por lideranças do “establishment” comunitário, de que a comunidade em peso apoia os partidos de centro-direita, especialmente o PSDB. E entendem que é um sinal, para as lideranças das instituições que se propõem a representar a comunidade judaica, de que essa representatividade não pode ser abusada. 

É notória a ligação de dirigentes comunitários com Fernando Henrique Cardoso, com Geraldo Alckmin, com João Dória. A Confederação Israelita Brasileira chegou a fazer comentários apreciativos sobre o “impeachment”, na própria data em que este foi votado na Câmara dos Deputados. E contribuiu com o governo de Michel Temer, enviando uma diretora para acompanhar sua secretária de direitos humanos a uma visita a autoridade com cargo análogo no governo do Estado de Israel (direitos humanos no governo Netanyahu). Os setores progressistas condenam também o abuso de símbolos judaicos, como houve na famosa recepção a Bolsonaro na Hebraica do Rio, mas que já tinham precedentes com lideranças judaicas levando a bandeira de Israel às “Marchas para Jesus”, de evangélicos fundamentalistas.

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Não por acaso, a campanha para reeleição do vereador Daniel Annenberg, do PSDB, e que foi secretário de João Dória quando prefeito, teve apoio maciço das mídias comunitárias em São Paulo, figurando ao lado de seu padrinho político, Floriano Pesaro, ex-deputado federal e ex-secretário no  governo estadual de Geraldo Alckmin e nas gestões municipais de José Serra e Gilberto Kassab. 

Os signatários do manifesto declaram apoiar a chapa do PSOL na eleição municipal mais importante que ocorrerá no país no próximo 29 de novembro. E rechaçam, como “fake”, as insinuações de antissemitismo a respeito de Boulos, que usam para isso a clara solidariedade do PSOL ao movimento internacional de libertação do povo palestino da ocupação israelense. 

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Fazem parte do crescente entendimento, também na maior comunidade judaica, a norteamericana, de que críticas e pressões a Israel não constituem antissemitismo. Contrariamente à propaganda da direita, que recorre à denúncia de antissemitismo para deslegitimar diversas formas de apoio ao movimento palestino, de tal maneira que chega a impor a governos e instituições a aceitação de uma tal “working definition of Anti-Semitism” forjada no seio de uma organização nominalmente dedicada à memória do Holocausto, e que “força a barra” no objetivo de cercear a liberdade de pensamento e de expressão quando se trata de criticar as políticas de Israel. Para isso, organizações como a “Stand With Us” tem orçamentos que permitem manter funcionários que atuam em favor das forças de direita nos vários países  em que atua, sempre que convém prestar esse serviço…

Curiosamente, a campanha de desinformação da ultradireita judaica provoca no seio dessa minúscula comunidade judaica (0,05% da população brasileira, proporção que contrasta com os 2% nos Estados Unidos) um dos embates da reação crescente de progressistas contra o neoliberalismo em nível mundial, na Internacional Progressista liderada por Bernie Sanders.

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