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André Lobão

Jornalista do Sindipetro-RJ

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Empresas de Israel e os seus negócios com o governo do Brasil

Reportagem mapeou negócios da administração pública brasileira com empresas israelenses na área de segurança

Benjamin Netanyahu durante reunião com Joe Biden 18/10/2023 REUTERS/Evelyn Hockstein (Foto: REUTERS/Evelyn Hockstein)
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Esses contratos e compras  em sua grande maioria foram encaminhadas a partir dos grandes eventos realizados no Brasil a partir de 2014 com a Copa do Mundo e Olimpíadas do Rio 2016. Com o Bolsonaro os negócios com empresas de Israel cresceram. Foram mapeadas seis empresas, sendo cinco israelenses e uma de origem dinamarquesa que possui contratos com Israel na gestão de centros prisionais naquele país voltados para palestinos. O que fica claro é que o lobby de Israel tem forte atuação no sistema de defesa militar do Brasil e na segurança pública, financiando assim o apartheid de Israel contra os palestinos. Saiba quais são as empresas:

Elbit

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O Brasil é um dos grandes compradores da indústria de armamentos de Israel. Em matéria publicada na Folha de S. Paulo, em janeiro de 2017, é informado que o Exército Brasileiro fechou acordo de R$ 6,3 bilhões com empresas israelenses para compra de blindados (caveirões). Uma das fornecedoras – a empresa Elbit – é acusada de ter construído drones que mataram 164 crianças palestinas em Gaza, durante a ofensiva de 2014. Os dados são da ONG Defense for Children International Palestine (DCI). 

Em 5 de agosto, de 2016, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou a venda dos negócios de comunicação militar da Mectron Engenharia, empresa da área de defesa do grupo Odebrecht, para a Elbit Systems. 

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A mesma Elbit firmou, a partir de 2016, 34 pagamentos por  fornecimento de serviços e equipamentos com o Ministério da Defesa, sendo a Marinha do Brasil sua única compradora. Os negócios totalizaram mais de R$ 75 milhões, e envolveram desde a aquisição de equipamentos de comunicação até modernização de carros de combate, desenvolvimento e renovação de sistemas operativos, entre outros produtos e serviços. Esses dados constam no Portal da Transparência do Governo Federal. Somente no governo Bolsonaro foram firmados 29 contratos.

Segundo uma reportagem do Brasil de Fato, produzida em 2016,  a Copa do Mundo de 2014, serviu de impulso para as operações da Elbit no Brasil. Só em 2013, quando foi realizada a Copa das Confederações, a empresa recebeu R$ 102,6 milhões do governo, com drones sendo usados para monitorar, inclusive, as manifestações de rua daquele ano. No ano de 2014, a Elbit anunciou o fornecimento de uma linha de Hermes 900 para a Força Aérea Brasileira (FAB). O Brasil foi o oitavo país do mundo a adquirir essa aeronave, o drone mais moderno e mais potente fabricado pela empresa israelense. O modelo tem autonomia de voo de 36 horas e alcança raio de 300 km em relação à sua base em solo. É o dobro da capacidade do Hermes 450. 

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AEL

A Elbit é a maior empresa privada da área militar em Israel. Aqui no Brasil ela possui uma subsidiária que é sediada em Porto Alegre/RS, chamada AEL Sistemas Ltda. Só essa empresa firmou contratos com o Governo Federal que já  ultrapassaram mais de R$ 702 milhões. São 29 contratos celebrados desde 2012, sendo que alguns só serão finalizados em 2027. O maior contrato de R$ 153.515.441,24 – firmado também com o Ministério da Defesa, tendo como a unidade contratante o Centro Logístico da Aeronaútica, para contratação de serviços de suporte logísitco (CLS) para os itens do sistema de aviônico da Aeronave F-5M. 

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IAI

Já a estatal israelense Israel Aerospace Industries (IAI), teve firmados um total de 65 pagamentos , totalizando mais de R$ 22 milhões, de julho de 2019 até o último mês de agosto. São produtos e serviços adquiridos pelo Ministério da Defesa para a Aeronáutica, tendo a Polícia Federal como cliente final.

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IWI

A IWI (Israel Weapon Industries) é uma fabricante de armas  de pequeno porte como pistolas e sistemas de pontaria e observação. No Brasil a IWI vende seus produtos para o Governo Federal através da representação da empresa Jose Wanderley Schmaltz Equipamentos Eletrônicos Ltda, sediada em Goiânia-GO, firmou 10 contratos entre os anos de 2013 e 2021 que totalizam R$ 6.691.421,00 

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G4S

A G4S não é israelense, fundada na Dinamarca hoje a empresa tem presença global, considerada uma concorrente do grupo russo Wagner, oferecendo serviços  de segurança privada, formação de policiais , postos de controle, estruturando milícias de colonos em territórios ocupados, gerenciando cinco prisões, entre outros serviços e produtos, em  Israel. No sistma prisional israelense estão encarceradas entre 500 e 700 crianças palestinas, segundo informações do Movimento DBS. 

A empresa também está presente no Brasil, sendo denominada G4S Brasil,oferecendo serviços de soluções integradas em segurança privada, proteção de dados, facility e até consultoria no mercado financeiro. A empresa com o Governo Federal efetivou 29 contratos, tendo recebido da União R$ 15.552.359,38.

Cognyte

A Cognyte Brasil, empresa que forneceu o software de espionagem israelense  FirstMile  durante o governo Bolsonaro firmou dois contratos com o Governo Federal que somam R$ 10 milhões e foram realizados com inexibilidade de licitação. Ambos tiveram como órgão contratante a Polícia Rodoviária Federal, a partir da Superintendência do Rio de Janeiro.

 O primeiro contrato ( 73/2018) ,assinado em 28/12/2018, nos últimos dias do governo Temer, tendo como objeto a aquisição de solução integrada denominada Webint, um software de monitoramento de redes socais de pessoas e empresas, inclusive na deepweb. O contrato de R$ 5 milhões foi finalizado em 28/12/2019.

O segundo contrato (35/2021), também de R$ 5 milhões, foi firmado no governo Bolsonaro em 21/09/2021 e adentra ao governo Lula até 21/03/2024. Este visa serviços de manutenção , suporte, migração do sistema Verint Web Intelligence e realização de treinamento oficial.

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