Enfrentamento à violência nas escolas
É necessário fomentar o debate, criar espaços de escuta ativa e desenvolver ações permanentes
A escola deve ser um espaço de aprendizado, acolhimento e construção do conhecimento. No entanto, a escalada da violência ameaça essa premissa, colocando em risco estudantes, professores e toda a comunidade escolar.
Segundo pesquisa do Instituto Locomotiva e da Apeoesp, 69% dos estudantes, 68% dos professores e 75% das famílias percebem um nível médio ou alto de violência nas escolas estaduais de São Paulo. Esses números escancaram uma realidade alarmante: docentes adoecem, alunos convivem com a insegurança e pais temem pelo futuro de seus filhos. Na periferia, 74% dos alunos percebem altos índices de violência, agravando ainda mais a desigualdade educacional.
Casos extremos, como o assassinato da professora Elisabeth Tenreiro, em 27 de março de 2023, dentro da sala de aula, na cidade de São Paulo, evidenciam a urgência de enfrentar essa crise. Nos últimos dez anos, foram registrados 24 ataques fatais em escolas brasileiras, incluindo a tragédia de Blumenau, que vitimou quatro crianças em uma creche.
O enfrentamento à violência escolar exige políticas públicas voltadas à Cultura de Paz, Comunicação Não Violenta e ao combate a todas as formas de discriminação e agressão. É necessário fomentar o debate, criar espaços de escuta ativa e desenvolver ações permanentes para que a escola seja, de fato, um ambiente seguro e acolhedor.
* Hélio Rodrigues - vereador PT/SP - autor da Lei nº 18.190/2024, que institui o Dia do Enfrentamento à Violência nas Escolas, celebrado anualmente em 27 de março, em homenagem à professora Elisabeth Tenreiro
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.