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Rogério Maestri

Engenheiro e professor na UFRGS

60 artigos

blog

Enquanto tentamos derrubar o nosso novo anormal, o primeiro mundo continua achar o seu

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Em outubro do ano passado escrevi um artigo intitulado “Podemos prever como será o novo normal?” onde chamava atenção sobre uma esperança que havia entre os mais diversos tipos de especialistas, principalmente sociólogos e economistas, elocubrações de como seria a sociedade pós pandemia, concluí ao fim da falta da presença de historiadores que falassem sobre o que ocorreu após as centenas de pandemias que tivemos nos últimos milênios e terminei o texto com uma frase meio sombria em que dizia: 

Em resumo, epidemias são esquecidas rapidamente e o rastro de mortes e de problemas e revoltas sociais originadas dessas parece que não tem importância, como a história das epidemias são contadas somente a partir de seu começo e os historiadores nem se interessam em saber nem quando elas terminam e como se criam os “novos normais”. 

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Nessa época esse assunto era discutido com mais intensidade nos países Imperialistas europeus, pois nos USA estava ainda indefinida o resultado da eleição presidencial, logo não era um assunto preferencial. Esse assunto continuou em discussão com alguns sobressaltos, pois outras ondas da pandemia apareciam nesses países porque a vacinação ainda não avançava. 

A visão pessimista que tinha do que aconteceria no fim da pandemia, quando essa ocorresse, com o avanço da vacinação na Europa e USA e a pobre cobertura vacinal nos países mais pobres ou mesmo intermediários como o Brasil, essa visão pessimista ficou mais forte nos dias atuais, os países Imperialistas, agora incluindo os USA, fica justificada pelas pautas da “grande imprensa” internacional, dominada inteiramente pelo capital internacional, que procura voltar aos mesmos erros que levaram mortandades imensas naqueles países que na prática teriam condições de diminuir no mínimo em 50% suas mortes (ou muito mais ainda), mas o mais importante para o grande capital é a volta ao velho e perigoso normal. Assisto regularmente via YouTube um programa de debates onde aparecem pesquisadores, médicos e muitos jornalistas, em que pessoas que deveriam tentar entender o que ocorreu em países como a Inglaterra, Itália e França levando a uma quantidade de óbitos por habitantes de envergonhar qualquer prefeito do interior do Brasil. 

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Os debates atuais é o que deve ser feito para que as pessoas possam gozar as suas férias e gastar o mais rápido possível a poupança compulsória que muitos fizeram com o trabalho em Home Office ou mesmo com os recebimentos parciais de seus salários via incentivo governamental. Ou seja, como a característica do capitalismo é transformar tudo em mercadoria, a própria pandemia virou uma delas. 

Também temos que responder a grande pergunta. Por que as mortes de meio milhão de brasileiros não levou a que nos revoltássemos com ações até violentas para retirar o nosso anormal do poder. Talvez os mais sensíveis não concorde sobre o que vou dizer, houve uma normalização das mortes pois simplesmente no início da pandemia parecia que essa só matava os mais frágeis e invisibilizados. Eram na sua maioria velhos que segundo o nosso anormal teriam que morrer um dia. Se essa epidemia começasse a matar os jovens e as crianças, provavelmente a luta contra ela e o anormal que tanto a adorou, seria muito mais vigorosa e muito mais eficiente, entretanto a pandemia tanto na Europa como nos USA e no resto do mundo, começou por ordem inversa de idade, porém nada diz que todas as epidemias são assim. 

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Com a sucessão das grandes epidemias que surgiram nos últimos 30 anos, SARS, MERS e Covid-19, todas elas causadas pela família dos Coronavidae e talvez tenhamos que esperar uns três anos ou mais para termos mais ou menos vacinado e revacinado grande parte da população da Terra, e ficarmos livre de uma cepa Omega que surgirá com todo esse tempo de duração da pandemia. 

Além desse risco, como há milhares de vírus de diversos tipos, graus de contaminação e letalidade, nada impede que em um tempo muito breve no futuro (no máximo 10 anos) surja um Covid-XX onde o XX será um número maior do que 21 mas próximo a esse, que esperamos não ser tão letal como seus parentes SARS e MERS. Ou seja, como há uma incerteza no XX que definirá o ano do próximo vírus, nenhum laboratório privado no mundo implantará uma fábrica que em menos de seis meses produza vacinas para bilhões de pessoas. Colocando de outra forma o meu pessimismo, estamos nos próximos anos sujeitos a ter uma pandemia como as do passado onde a metade ou mais da população de um continente falecia de uma peste negra qualquer. 

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Se tivermos êxito na luta contra o nosso novo anormal, aquele que torce pelo vírus e não pela população de seu país, há uma segunda e mais difícil luta que deve ser travada, a preparação para a próxima pandemia que passa por centros de pesquisa, um sistema de saúde reforçado, uma vigilância sanitária real e fábricas estatais para produção em massa de vacinas. 

Conclusão: Não apreendemos nada, simplesmente achamos que o anormal foi o culpado de tudo, entretanto vários outros países tiveram seus anormais atenuados que por serem menos bestiais foram tolerados. Também chamo a atenção, nada indica que não voltaremos ao nosso normal de sempre onde grande parte da população simplesmente não ficou em casa porque simplesmente não tinham casa, pois isso por mais que epidemias e pandemias virem mercadoria, não posso imaginar que toda essa desgraça possa continuar. 

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