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Sebastião Costa

Médico pneumologista

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Entendendo a imprensa brasileira

A argamassa que mantém unidas as famílias donas dos grupos de comunicação no Brasil é a tarefa de influenciar politicamente a sociedade, no sentido de tentar retomar o poder para as mãos da elite nacional

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No Brasil, nove famílias manipulam as rédeas de seus veículos de comunicação ao sabor de seus humores ideológicos: Abravanel (SBT), Bloch (Antiga Manchete), Civita (Abril), Frias (Folha), Levy (Gazeta), Marinho (Globo), Mesquita (O Estado de S.Paulo),Nascimento Brito (Jornal do Brasil), Saad (Band) e correndo por fora, a Record da Igreja Universal.

Destaque especial para quatro dessas famílias, que determinam o que acontece de importante no país: Frias, Civita, Mesquita e a poderosa família Marinho. Na verdade, nada acontece no Brasil sem passar por Folha, Veja, Estadão e sistema Globo.

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Do ponto de vista ideológico, é indispensável informar que O Globo e o Estadão deram as boas-vindas à ditadura militar em editorial de primeira página; a Folha emprestou seus carros para transportar presos políticos durante o período repressivo, enquanto a revista dos Civita pratica um reacionarismo canibalesco, com raros concorrentes no mundo. Portanto, todos os quatro nadam de braçadas na piscina da direita, e sempre estiveram muito unidos no massacre do mensalão e nos 365 dias de pancadaria na Petrobrás.

Recentemente voltaram a se unir, mas para esconder a operação Zelotes, que investiga fraude de mais de 19 bilhões( o rombo da Petrobrás é café pequeno) cometido dentro do Conselho de Administração de Recursos Fiscais, para beneficiar o bolso de uma minoria branca privilegiada que vive em eterno conluio com a imprensa conservadora.

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A argamassa que os mantêm unidos é a tarefa de influenciar politicamente a sociedade, no sentido de tentar retomar o poder para as mãos da elite nacional.

O pensador italiano, Antônio Gramsci fala com muita consistência sobre o assunto, quando escreve que "o poder (político) é garantido fundamentalmente pela "hegemonia" cultural que as classes dominantes logram exercer sobre as dominadas, através do controle do sistema educacional, das instituições religiosas e dos meios de comunicação". O próprio cidadão Kane, perdão, Roberto Marinho, concordava com o filósofo: "O Boni pensa que isso aqui é um circo. Isso aqui é uma usina de produzir poder."

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Só para o leitor do Contraponto fixar melhor, como os vaqueiros midiáticos tangem a boiada, para tentar garantir a hegemonia de que fala Gramsci, basta lembrar que em 1998, os tucanos, surfando na onda do plano real de Itamar Franco, se acharam no direito de alterar a constituição para garantir um segundo reinado ao príncipe dos sociólogos(percebam o espírito democrático ). Foram ao fundo do poço da sordidez: compraram o voto de 130 parlamentares a 200 mil por cabeça.

O deputado pelo Acre Ronivon Santiago, foi flagrado em grampo, denunciando o ministro Serjão ( amigo do peito e da cozinha do presidente ) como articulador de todas as negociações. Era combustível para uma bomba atômica midiática mais potente do que a de Hiroshima. Virou traque de São João e o sociólogo faturou sua reeleição no primeiro turno, sem sofrer um arranhão das esporas midiáticas.

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Até a sua morte, Serjão foi sempre o ministro mais prestigiado e elogiado do governo FHC.

Às vésperas das eleições presidenciais de 2010, Montenegro, presidente do IBOPE, garantia em entrevista, que Dilma só não venceria no 1º turno "se atropelasse uma criança e não prestasse socorro". Pouco tempo depois, surgiu a história de um lobby ( Paulo Henrique, filho de FHC foi o maior lobbista de Brasília ) praticado pelo filho da ministra Erenice Guerra. Em três semanas de chibatadas midiáticas, em editoriais, colunas, matérias de jornais , revistas, telejornais, transformaram um lobbizinho sem grandes consequências em nitroglicerina. E muitos brasileiros acreditaram que estavam diante de um dos maiores escândalos da história.

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Não só houve segundo turno, como a ministra perdeu o emprego.

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