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Natália Araújo

Natália Araújo é jornalista, apresentadora dos canais Favela Não Se Cala TV e Gazeta Latino América e comentarista convidada em canais progressistas com a TV247. Participou de projetos em saúde pública na FSP-USP.

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Equador é laboratório exemplar do Plano Condor 2.0

A luta de classes se intensificou, com o Equador servindo como um híbrido dos planos Colômbia e Mérida do México, escreve a jornalista Natália Araújo

Polícia no Equador (Foto: Reuters)
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Por Natália Araújo - No dia 5 de abril , forças de segurança equatorianas invadiram a embaixada do México em Quito com o objetivo de prender o ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas, que havia solicitado e obtido asilo político no México.

A ação resultou em uma série de condenações por parte da Organização dos Estados Americanos (OEA), que denunciou a intrusão na embaixada e os atos de violência contra o pessoal diplomático,  aprovando uma resolução condenando tais atos. Representantes de todos os países do continente, com exceção do Equador e de El Salvador, votaram a favor da resolução.

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A disputa diplomática ganhou um novo capítulo quando o México pediu ao Tribunal Internacional de Justiça a suspensão da adesão do Equador à ONU até que o país emita um pedido público de desculpas pela invasão à embaixada mexicana. O México acusou o Equador de violar o direito internacional e um tratado da ONU sobre relações diplomáticas.

O Equador enfrenta uma crise sem precedentes, enredado em sete anos de regimes neofascistas, culminando em uma situação de total calamidade pública e institucional.

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Durante o governo de Lenin Moreno, que foi vice-presidente de Correa de 2007 a 2013 e sucedeu-o como presidente em 2017, e parecia seguir a linha política de Corrêa, começou a se distanciar de sua abordagem política, adotando uma postura mais direitista e buscando uma agenda “própria”.

Com uma drástica mudança nas políticas econômicas e uma abordagem entreguista em relação à oposição política, a relação entre os dois líderes deteriorou-se. Moreno iniciou uma campanha “anticorrupção”, um golpe ao estilo Lawfare, que visava membros do governo anterior, incluindo Corrêa, que vive exilado na Bélgica desde 2017.

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Assim, ao invés de favorecer Correa, Moreno tomou medidas que acabaram por antagonizá-lo, com ajuda de fake news e todo o dinheiro estadunidense para que chegassem a uma ruptura definitiva entre os dois e ao afastamento do legado político de Correa no Equador, e assim a desinstitucionalização do Estado foi “ativada”, promovendo ódio e perseguição política seletiva.

O presidente exilado Rafael Corrêa tenta de todas as maneiras voltar ao seu país por meio da crescente  campanha popular e do movimento Revolução Cidadã, disputando eleições com suas lideranças, mas a luta contra os meios de comunicações fascistas, direitistas que detêm o capital e a ação de grupos criminosos no seio das instituições dificulta muito a retomada do poder popular e a soberania do Equador.

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Ministérios como os da Justiça e dos Direitos Humanos foram eliminados, e os grupos do crime organizado foram deixados livres, a economia segue entregue ao capricho do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial. 

A dívida externa, que foi completamente paga no governo de Rafael Corrêa tornou-se praticamente eterna, em um cenário marcado por altos pagamentos que denotam toda a subserviência do país, realizados em plena pandemia de Covid-19.

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Moreno também se destacou por ser um dos principais operadores da Organização dos Estados Americanos (OEAL) e do imperialismo,o  vice-presidente de Rafael Corrêa foi o maior traidor e responsável pelo caos que vive hoje em dia o Equador. 

Sob o governo de Guillermo Lasso, o Equador testemunhou massacres em suas prisões, culminando na transformação do país em um verdadeiro laboratório para o Plano Condor 2.0. Hoje, o país enfrenta altos índices de violência e insegurança, com a presença de gangues ligadas a cartéis de narcotráfico, representando um verdadeiro crime transnacional que afeta a justiça, a polícia, as Forças Armadas e o sistema judiciário.

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A implementação do Plano Condor 2.0 na região já é uma realidade, com Laura Richardson e secretários do Departamento de Estado dos EUA oferecendo assistência técnica, armamentista e de treinamento aos militares e policiais locais. Complexos militares e industriais foram construídos, soldados e armas do DEA e CIA disseminam pavor e violência contra a população equatoriana.

O povo segue empobrecido e considerado inimigo interno, está pagando um alto preço, com o estado de emergência, conflitos armados internos e a presença de tropas estrangeiras. A soberania do país está sendo devastada, com a submissão a uma potência estrangeira que aprisiona o Equador como alvo geopolítico na região.

É importante destacar que a luta de classes se intensificou, com o Equador servindo como um híbrido dos planos Colômbia e Mérida do México, com forte influência dos cartéis de drogas.

O ex-presidente Guillermo Lasso assinou acordos de sangue com os Estados Unidos que permitem a permanência das tropas do Comando Sul por cinco anos, consolidando ainda mais o controle imperialista sobre o território.

Neste cenário, a resistência das organizações sociais e populares, juntamente com a luta cultural e de ideias, é crucial. É necessário unir forças, tecendo uma resistência contra os regimes neofascistas e contra a agenda imperialista dos Estados Unidos, representada pelo Plano Condor 2.0. 

É fundamental estar alerta para os líderes que promovem agendas sionistas e intervencionistas, principalmente em nosso continente, antecipar e barrar todos os movimentos de marionetes imperialistas como Milei, Bukele e Noboa, que representam uma ameaça à autonomia e à liberdade do Equador e de toda a América Latina.

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