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Marcus Atalla

Graduação em Imagem e Som - UFSCAR, graduação em Direito - USF. Especialização em Jornalismo - FDA, especialização em Jornalismo Investigativo - FMU

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Esquadrão Suicida 2021, a legitimação da América Latina e seus países como merecedores de intervenção pelos EUA

A indústria cultural, cinema, música, quadrinhos, língua, esportes são usados nessa construção ideológica para atingir mais facilmente seus objetivos políticos e econômicos. O soft power serve pra facilitar o hard power, poder militar, na pressão e coação das outras nações de uma forma menos explícita

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O filme Esquadrão Suicida 2021 de James Gunn tem sido um sucesso na crítica entre sites e canais de Youtube de cultura pop.

Alguns chamam de filme do ano, ou que a DC se redimiu pelos péssimos filmes baseados em quadrinhos, outros elogiam a atuação da Margot Robbie. Porém, ninguém faz uma análise semiótica sobre as mensagens subliminares que o filme reflete na geopolítica e soft power.

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Soft power é o poder que um país tem de influenciar através da persuasão, propaganda ideológica os demais países e suas populações.

A indústria cultural, cinema, música, quadrinhos, língua, esportes são usados nessa construção ideológica para atingir mais facilmente seus objetivos políticos e econômicos. O soft power serve pra facilitar o hard power, poder militar, na pressão e coação das outras nações de uma forma menos explícita.

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Esquadrão Suicida é um grupo de vilões, condenados e prisioneiros, que são chantageados, têm seus familiares ameaçados e são obrigados a formarem um grupo especial a serviço de agências de inteligências dos EUA.

Condenados devem ser punidos mesmo com a morte, incluindo seus familiares, que são tão culpados quanto eles. Foi assim que a Lava-jato tratou várias testemunhas, suspeitos, réus e seus familiares. É mais fácil aceitar a desumanização e não ter empatia de pessoas que são vistas como “más”, mesmo que esses vilões no filme possam ter atos heroicos.

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Essa é a visão do judiciário estadunidense – os EUA é o país com o maior número de presos do mundo, supera em  muito, países chamados de autoritários por eles, e mais populosos-, não é à toa que o punitivismo, já arraigado em nossa sociedade, aumentou ainda mais nesses últimos anos aqui no Brasil. 

Nossos juízes e promotores vêm se aproximando do sistema estadunidense, orgulhosos de seus cursos em Harvard. Não é mera coincidência Sérgio Moro, em uma entrevista, ter citado uma frase do Homem-Aranha ao invés de um jurista, filósofo ou pensador. Pessoas, medíocres, de baixa cognição são mais suscetíveis a essas influências imagéticas.

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Retornando ao filme, é formado um grupo especial, assim como fazem os Deltas e fuzileiros navais, que invadem países para assassinar seus alvos geopolíticos e qualquer inocente que apareça pelo caminho. A desculpa é a mesma dos Democratas ao fazerem guerras e embargos econômicos que matam aos milhares, defender a população mundial de autoritários genocidas opressores.

A nação fictícia é mostrada como um país de língua espanhola, arquitetura colonial e bandeiras com as mesmas cores da bandeira Venezuelana. 

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(Imagem retirada do filme Esquadrão Suicida 2021)

É certo que o diretor e roteirista James Gunn faz uma crítica aos Estados Unidos. A personagem Amanda Waller diz que o governante anterior não era menos ditatorial que o atual, porém, ele não era antiamericano e não os incomodava.

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Mas a frente no filme, é dito que o governo dos EUA financiou a criação do “monstro alienígena” em outro país. para não colocar em risco os cidadãos americanos – como os EUA faz em Guantánamo, talvez. 

Entretanto, tudo é resolvido quando a catarse do público se dá pelos outros agentes resolvem acertar a chefe em um ato de revolta. Deste modo, a responsabilidade por tudo é um único indivíduo. O que não desmancha a ideia colocada no imaginário do espectador. Os países latino americanos são ditaduras.

Assim como nos anos 80, os vilões dos filmes eram os russos, nos anos 90, passaram a ser os árabes, nos anos atuais voltaram a aparecer vilões chineses e russos, os governos latino americanos são mostrados como ditatoriais, atrasados, genocidas e governado por militares.

Logo, vai se convencendo a população estadunidense e mundial, que os EUA com sua doutrina do destino manifesto têm legitimidade para intervir, até militarmente, na América Latina em nome de um bem maior. Na verdade, o seu próprio. 

Por fim, a população comemora a possibilidade de futuras eleições. O que importa é a forma, a máscara. No Brasil ficou claro que eleições não são sinônimo de democracia ou vontade popular respeitada.  

Nessa atual segunda guerra fria - EUA versus China e Rússia, os EUA não podem se darem ao luxo de ter países soberanos em seu histórico quintal. 

(Representação do Brasil retirada de Westworld, 2020)

Não se iludam acreditando que pelo Brasil falar português não faz parte dos alvos. Em 2020, no 5º episódio da 3ª temporada de Westworld, o Brasil é exibido como um país governado por um presidente militar, cercado de militares. Tão autoritário quanto o governo do país “fictício” de Esquadrão Suicida. 

Infelizmente, nesse caso da série, eles têm razão, este governo brasileiro não é comandado por Bolsonaro, e sim, pelos militares.

Só não mostraram na série, que os militares foram postos no poder com a participações dos EUA. Através do golpe de 2016, Sérgio Moro, Departamento de Justiça estadunidense, prisão do Lula...

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