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Edmar Antonio de Oliveira

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Etiópia: crescimento a taxas chinesas impulsionado por investimentos chineses

Após a aprovação de uma constituição garantindo um regime multipartidário e eleições periódicas em 1994, o país entrou em um processo de relativa estabilidade

Addis Ababa–Djibouti (Foto: Reprodução)
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A Etiópia é uma das civilizações mais antigas do mundo e conhecida por vários motivos: fósseis mais antigos de ancestrais do ser humano, Reino de Axum, Rainha de Sabá, origem do café, possível localização da arca da aliança, o imperador Hailé Selassié, conhecido também como Ras Tafari, única das duas nações nunca dominadas da África, etc. Mas também é conhecida por ser um local de instabilidade, constantes conflitos étnicos e envolvendo vizinhos e milhões de mortes por fome, retratadas por diversas fotos nos anos 1980 e 1990, quando o país chegou a ser considerado o mais pobre do mundo. 

Esta realidade começou a mudar, no entanto, a partir dos anos 2000, quando a Etiópia conseguiu constantes taxas de crescimento na casa dos 10% anuais, triplicando seu PIB entre 2003 e 2020. Os resultados econômicos propiciaram também aumento substancial no IDH, redução em 50% da pobreza e expectativa de vida saltou de 50 para 65 anos em uma década. Tais resultados não seriam possíveis, no entanto, sem o abundante capital chinês.

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Após a aprovação de uma constituição garantindo um regime multipartidário e eleições periódicas em 1994, o país entrou em um processo de relativa estabilidade, tendo a coligação Frente Democrática Revolucionária do Povo Etíope (EPRDF) vencido todas as eleições e garantindo maioria no parlamento desde então.  Diferente dos governos anteriores, a EPRDF buscou intenso contato com a China desde de sua chegada ao poder e formou parcerias e contratos importantes. Além de ser a maior financiadora e parceira comercial da Etiópia, os chineses realizam grandes obras de infraestrutura na nação africana, como a construção da maior barragem do continente africano e uma das maiores do mundo, visando produção de energia elétrica suficiente para suprir a escassez nacional e exportar o excedente, disponibilizando também a água para projetos de irrigação. 

Outro projeto é a construção da linha férrea Adis Abeba-Djibuti, para dinamizar o transporte dos principais produtos de exportação etíopes, café e grãos, produzidos no interior do país e que precisam percorrer longo caminho até os portos na vizinha nação do Djibuti. 

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Os chineses são também os principais credores da Etiópia, fornecendo dezenas de bilhões em empréstimos, os principais parceiros comerciais e os maiores investidores locais, com centenas de empresas chinesas principalmente nos setores de construção civil e têxteis. É preciso citar ainda que a estatal Ethiopian Airlines se firmou como a maior empresa aérea africana, figurando como a principal opção de voos na região, planejando inclusive a ampliação do aeroporto de Adis Abeba para atender à crescente demanda, em um projeto estimado em 5 bilhões, também financiados por investidores chineses. Este ambiente de efervescência econômica, logística e mão-de-obra barata dos habitantes locais, tornou a Etiópia um dos principais ambientes de negócios, atraindo empresas multinacionais europeias e dos Estados Unidos, especialmente no setor varejista de roupas, reduzindo a dependência da agricultura em um dos países mais secos do mundo.

Este clima de euforia e crescimento, no entanto, existe como um frágil equilíbrio. A dívida pública Etíope é muito grande e depende de uma economia sempre aquecida para que seja paga em dia. A forte dependência financeira da China também torna o país vulnerável às oscilações na economia da nação asiática, com o risco de uma intensa fuga de capitais e queda brusca das exportações. Por outro lado, ainda persistem antigos problemas, como os ainda altos níveis de pobreza, falta de acesso a saúde e água potável para grande parte da população, fome nas regiões mais distantes da capital, sem falar nos constantes conflitos étnicos e separatistas. 

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O primeiro passo já foi dado pelos governos recentes, buscando o caminho pragmático do desenvolvimento. Agora, é preciso encontrar soluções para estes problemas, para que no futuro próximo, a Etiópia seja conhecida de novo como uma das mais prósperas civilizações do mundo.

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