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Washington Luiz de Araújo

Jornalista

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Eu acuso: a justiça sendo restabelecida, embora tardiamente

Lula recebe apoio formal da Rede, em evento em Brasília 28/04/2022 (Foto: REUTERS/Andressa Anholete)
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Eu tenho apenas uma paixão, a da verdade, em nome da humanidade que tanto sofreu e que tem direito à felicidade. Meu protesto inflamado é o grito da minha alma” (Trecho da carta aberta do escritor Emile Zola, “Eu Acuso”, 1898, na qual aborda a injustiça da prisão e condenação, por alta traição, do capitão Alfred Dreyfus.

De 2014 para cá, o pesadelo vivido pelo capitão Alfred Dreyfus no final do século 19 na França foi vivido por muitos brasileiros. As consequências de acusações sem provas que culminaram em coercitivas, prisões e delações infundadas feitas na base da tortura psicológica, foram as mais diversas da política à econômica.

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Mas quero falar aqui das feridas pessoais ainda não cicatrizadas. Amigos, companheiros de luta, foram acusados injustamente, com muitos deles presos em camburões, devidamente “filmados” por Globo e companhia nada bela, sofrendo evidentes “assassinatos” de reputações.

Muitos não dormiam, aguardando o chute na porta da Polícia Federal, as seis horas da manhã em ponto (sim, neste caso eram pontuais).

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Vizinhos alvoroçados e, muitos, crentes de que a culpa morava ao lado. Filhos ameaçados e chacoteados nas escolas, esposas e familiares achincalhados nas ruas, era a tônica.

Quem não via presencialmente as viaturas da Polícia Federal nas portas das casas, que chegavam junto ou até depois dos veículos da Globo, iriam ver, largamente, pela televisão, jornais, redes sociais e ouvir as vozes do apocalipse pelas rádios.  

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Eram os holofotes da chamada grande mídia gastando todas as suas baterias, jogando luz num lado só, sem a tão alardeada e pouco utilizada prática de “ouvir os dois lados”.

Sim, teve o caso principal: a prisão por 580 dias do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. A verdade começou a vir à tona. Não com a velocidade com que puniram injustamente. Veio o reconhecimento tardio, mas fundamental, do STF de que Sérgio Moro e a autodenominada República de Curitiba, com a repetição da prática por outros magistrados pelo Brasil afora e a cumplicidade dos juízes do TRF4, haviam praticado crimes na guisa de estarem fazendo justiça.

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Pessoas começam a poder a andar nas ruas de cabeça erguida, mas ainda falta muito para que a justiça seja plenamente refeita.

E será? Como afirmou um amigo, uma das muitas vítimas das sujeiras da Lavajato: “A pergunta que ficará para sempre. Quem resgatará o arbítrio e os abusos cometidos contra todos nós, mas especial e, principalmente, para nossos companheiros que os calhordas deixaram presos por vários meses? Quem, como, de forma?”

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As perguntas são muitas, mas já sabemos de algo: a grande mídia jamais dará com a mesma intensidade e tempo a reparação das injustiças. Reconhecer o erro premeditado? Quem sabe 49 anos depois, como fez a Globo em relação à ditadura militar.

Leia abaixo a trágica teia em que foi enredado o Capitão Alfred Dreyfus e a carta aberta sob o título “Eu acuso”,  que o redimiu, escrita pelo escritor Emile Zola.

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A carta endereçada ao então presidente da França, Félix Faure, publicada no jornal L’Aurore, é de 1898. Em razão do texto, que aponta para os Moros da época, Zola foi processado. Morto em 1902, o escritor não viu a redenção da qual foi o grande responsável, pois só em 1906 é que o Exército francês reconheceu a injustiça contra Dreyfus, que chegou depois a receber a Medalha da Legião de Honra, tendo morrido em 1935.

Da mesma forma que Emile Zola, vários morreram antes que a verdade sobre as práticas da famigerada Lavajato começasse a ser contada. E neste rol, a companheira de Lula, Marisa Letícia, que partiu sem ver a justiça sendo restabelecida.

Leia aqui texto da professora e jornalista Rosângela Chaves, no blog Ermira. Entenda o caso e veja o quanto é semelhante com o que Sérgio Moro e seus seguidores realizaram no Brasil.

“Eu Acuso…!”, o libelo de Zola

Texto sobre o mesmo tema do advogado criminalista Leonardo Isaac Yarochewsky.

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