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Oliveiros Marques

Sociólogo pela Universidade de Brasília, onde também cursou disciplinas do mestrado em Sociologia Política. Atuou por 18 anos como assessor junto ao Congresso Nacional. Publicitário e associado ao Clube Associativo dos Profissionais de Marketing Político (CAMP), realizou dezenas de campanhas no Brasil para prefeituras, governos estaduais, Senado e casas legislativas

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Eu choro. É o genocídio em Gaza

Quantas vidas ainda terão que ser arrancadas para que a comunidade global se levante contra Benjamin Netanyahu e seus cúmplices assassinos?

Crianças esperam em desespero entrega de comida em Beit Lahia, no norte da Faixa de Gaza, em meio ao genocídio cometido por Israel - 24/04/2025 (Foto: REUTERS/Mahmoud Issa)

É impossível conter as lágrimas ao ver um míssil atingindo um hospital. É desumano não se emocionar diante de equipes de resgate sendo atacadas justamente quando cumpriam sua missão de vida: salvar vidas. É perverso não se indignar frente à covardia cometida pelo governo de Israel contra o povo palestino, em especial na Faixa de Gaza. O ataque desta segunda-feira, que atingiu um hospital no exato momento em que socorristas trabalhavam para resgatar feridos de uma investida anterior, não é apenas um crime de guerra. É barbárie em sua forma mais crua.

Não foram apenas repórteres, cinegrafistas, profissionais de saúde, equipes de resgate ou moradores inocentes atingidos por aquele projétil. Foi a própria humanidade que, mais uma vez, cada vez mais desumanizada pelo governo de Benjamin Netanyahu - e, vale sublinhar, com a cumplicidade de grande parte das nações, em especial dos Estados Unidos.

A ilegitimidade dos ataques a Gaza é tão evidente que, se houvesse real vontade política, o cessar-fogo já teria sido imposto ao governo israelense. Mas não. Chefes de governo e de Estado assistem ao genocídio contra um povo inteiro com uma passividade que beira a naturalização do massacre, estimulando a sua continuidade.

A desproporcionalidade dos ataques não deixa margem a interpretações: trata-se de uma tentativa clara e deliberada de exterminar um povo. Genocídio. Palavra que nasceu justamente para nomear o horror do Shoá, perpetrado pelo nazismo contra judeus e outros grupos. Sim, é possível comparar o que faz hoje o governo de Israel ao que fez o nazismo, assim como é possível remeter às Cruzadas cristãs dos “franj”, que ironicamente fundaram o reino cruzado de Jerusalém.

Não consigo compreender até onde vai a permissividade do mundo. Quantas vidas ainda terão que ser arrancadas para que a comunidade global se levante contra Benjamin Netanyahu e seus cúmplices assassinos? É inadmissível tamanha omissão. Outros genocídios ocorreram na história da humanidade e ficaram restritos às páginas dos livros de história.

Que este não seja mais um. Que não permitamos que se transforme apenas em lamento tardio. Que o protesto ganhe força suficiente para deter os genocidas. E que, em homenagem à memória do doutor Assad Frangieh, a humanidade erga sua voz em uníssono para gritar: Palestina Livre!

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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