CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
Paulo Henrique Arantes avatar

Paulo Henrique Arantes

Jornalista há quase quatro décadas, é autor de “Retratos da Destruição: Flashes dos Anos em que Jair Bolsonaro Tentou Acabar com o Brasil”

190 artigos

blog

EUA e Otan não lutam pela Ucrânia

Joe Biden, se encontra com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky (Foto: Divulgação)
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Há quase um ano, quando a guerra da Ucrânia dava seus primeiros passos, o professor de Direito Internacional da FGV Salem Nasser disse a este colunista que o mundo iria mudar radicalmente depois do conflito.

“A gente não consegue imaginar de antemão todos os traços desse novo mundo, porque há forças que empurram em direção a mudanças e outras que vão tentar opor resistência às mudanças. Há algumas caraterísticas que eu vejo como certas, ainda que não saibamos em que grau. Haverá uma acentuação da decadência do poder americano, apesar de os Estados Unidos darem mostras de sua força com a imposição de sanções – a força americana aparece muito claramente no sistema econômico mundial”, previu Nasser.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

O recrudescimento da guerra e as fracassadas propostas de paz ainda não permitem vislumbrar esse novo desenho geopolítico, mas uma coisa é certa: a Otan consolida-se como peça determinante do belicismo. “O Ocidente mostrou ‘desprezo desafiador’ pelas preocupações de Moscou ao continuar a mover a infraestrutura militar da Otan para mais perto das fronteiras da Rússia, disse o representante permanente da Rússia na ONU, Vasily Nebenzia, em uma sessão especial da Assembleia Russa na quarta-feira (22), na véspera da votação de uma resolução que condenou a Operação Militar Especial da Rússia na Ucrânia”, publicou o Brasil 247.

Nebenzia está certo e sua fala corrobora o que nos disse o professor Nasser no limiar do conflito. A Otan está sendo testada e está falhando no teste. A Ucrânia foi pré-inserida na Organização de fato antes de sê-lo de direito. O país vinha sendo armado e recebia ajuda de inteligência. A Otan e os Estados Unidos, na prática, usam a Ucrânia como um território de batalha para enfraquecer os russos - ou para talvez desafiar os chineses. Nunca estiveram efetivamente dispostos a lutar pela Ucrânia.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

A tendência geral é enxergar a invasão da Ucrània, ainda hoje, como ilegal. Porém, Nasser observou que haveria razões, em termos jurídicos, para que o país de Putin realizasse a intervenção.  A Rússia pode ter-se sentido ameaçada por um ataque da Ucrânia, mesmo não sendo iminente tal ataque.  

Em termos de relações internacionais, sempre segundo Salem Nasser, há também o argumento razoável de que os russos foram empurrados para a ação invasora, motivados pelo comportamento dos Estados Unidos e da Otan. 

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

“Não se trata de defender a invasão nem os métodos utilizados na invasão, mas de explicar por que aconteceu e porque não poderia ter sido de outro jeito. Acho que não havia alternativa, foi tudo preparado para que acontecesse do modo como aconteceu. É claro que, depois que acontece, os resultados de uma guerra são sempre incertos”, salientava Nasser nos primeiros dias da guerra.

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247,apoie por Pix,inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Carregando os comentários...
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Cortes 247

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO