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Mario Vitor Santos

Mario Vitor Santos é jornalista. É colunista do 247 e apresentador da TV 247. Foi ombudsman da Folha e do portal iG, secretário de Redação e diretor da Sucursal de Brasilia da Folha.

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Expurgar os golpistas que tentam manter seu poder até novo assalto

O preço histórico dessa farsa é caro e não se deve desperdiçar oportunidades quando elas aparecem

(Foto: Joedson Alves/Agencia Brasil)
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O que aconteceu nos meses de novembro e dezembro de 2022 será objeto de pesquisa, descobertas e debate ao longo de anos.

Muitos detalhes ainda serão conhecidos quando os controles forem relaxados na sucessão das conjunturas.

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Houve um fascinante deslizamento de elites que até as eleições prometiam tomar o poder "na lei ou na marra", à margem da legalidade se fosse necessário.

Dentre os atores dessa peça bufa, de falsos disfarces e versões conhecidos de todos, destacam-se os atos comandos militares e, em movimento combinado e desigual, parcela expressiva dos empresários.

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Por que ambos resolveram abortar a fermentação golpista e sucumbir diante da força "opressora" da inércia institucional vitaminada pela realidade das urnas? Esses movimentos foram coordenados, ou seja, obedeceram a algum tipo de acerto comum?

A cúpula militar, que antes trabalhava para minar a credibilidade do sistema eleitoral migrou para um recuo organizado. 

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Em paralelo, expoentes do bolsonarismo mais caricato no meio empresarial recuaram. O ativismo de Havan, Madero, Centauro, Habibs e outros foi dando lugar ao silêncio disciplinado e daí a uma conversão de retórica conciliadora, de torcida pelo governo de Lula, "para o bem do Brasil".

Em ambos os casos, os processos guardam tantas coincidências cronológicas no proscênio que suscitam suspeitas sobre o que ocorria nos bastidores.

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Não é de hoje a afinidade de conteúdo ideológico e forma golpista entre a cúpula militar e setores poderosos do empresariado. O arranjo desta vez foi dificultado pela característica da frente nucleada pelo PT. A adesão de elementos simpáticos ao poder econômico, representados especialmente pelo ex-tucano Geraldo Alckmin, acabou servindo como álibi ou rota para a neutralidade dos trânsfugas e oportunistas.

Estes buscaram refúgio organizado na "nova ordem", à espera de novas conjunturas. Desse esconderijo aguardam preservados o advento de momento favorável a novo assalto, pela via das urnas ou das armas.

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Até lá, tentam evitar mais desgaste de suas respectivas imagens. No refluxo, recarregam as baterias e mantêm intacto seu domínio das corporações. Apresentando-se como respeitáveis defensores da democracia.

Seria o momento de devassar seus envolvimentos, desmontando, o mais possível, em especial no meio militar, o seu domínio, submetendo-o de uma vez por todas, à democracia e ao poder civil.

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Seria uma reversão necessária e rara dessa longa convivência com o inimigo ao lado, mas haverá vontade e conveniência política? Não existem realidades puras na vida real. Em algum nível, para além dos moralismos, impõe-se eliminar os bandidos da máquina ou o comércio com eles e mesmo seu trânsito para o poder. O preço histórico dessa farsa é caro e não se deve desperdiçar oportunidades quando elas aparecem.

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