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Moisés Mendes

Moisés Mendes é jornalista, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim). Foi editor especial e colunista de Zero hora, de Porto Alegre.

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Falta tirar da toca o terrorista mocozado

"Se não pegar, começa tudo de novo. Tirem o manezão do mocó. Todos sabem onde fica seu esconderijo", defende Moisés Mendes

Jair Bolsonaro, Anderson Torres e prédio do STF (Foto: Agência Brasil)
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Por Moisés Mendes, para o 247 

Até o dia 8 de janeiro, poucos sabiam quem era o coronel Fábio Augusto Vieira, então comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal.

Até março de 2021, quem sabia quem era o delegado de Polícia Federal Anderson Torres?

O primeiro comandava ou deveria comandar a Polícia Militar do DF naquele dia 8 das ações terroristas em Brasília.

O segundo foi ministro da Justiça de Bolsonaro e era agora secretário de Segurança do Distrito Federal e chefe do coronel.

Poucos sabiam o que ambos eram porque os dois não tinham ativismo político, nem protagonismo em suas áreas.

A dupla está presa por omissão ou por envolvimento com o fascismo. O coronel chora na cela. O delegado recebe ajuda de uma psicóloga.

Os dois personagens, dos quais nunca se ouvia falar, estão nas capas dos jornais todos os dias.

E os bolsonaristas famosos, as celebridades do fascismo, que ajudaram a empurrar os dois para a tentativa de golpe, estão na toca de novo.

Enquanto os policiais presos se deprimem, ninguém fala mais dos manezões protagonistas da extrema direita.

É gente que se perfilava ao lado de Bolsonaro, presencialmente ou nas redes sociais (e também em discursos de restaurante de beira de estrada) e financiava as ações extremistas desde muitos antes de Bolsonaro começar a falar em golpe.

Esses manezões foram contidos e, ao mesmo tempo, beneficiados pelas ações acertadas de Alexandre de Moraes, mas que teve duplo efeito.

As medidas de contenção do ministro, para segurar ativistas de elite, antes da eleição, acabou por beneficiá-los.

Com as ordens do ministro para bloqueio de contas nas redes, os manés graúdos saíram do palco e empurraram para a boca de cena os pequenos e médios manés do PIX, financiadores do varejo do terrorismo.

Temos agora, como notícia diária, o coronel, o delegado, os manezinhos presos, os manés da hierarquia intermediária e o grande líder fujão, além de seus filhos e seus asseclas próximos.

Todos esses estão na mídia e frequentam as trocas de informações nas redes sociais todos os dias.

Mas o manezão que deu sustentação ao bolsonarismo, como figura de pregação retórica nas redes e financiador rico de ações criminosas, esse desapareceu.

Ele é, há muito tempo, conhecido da Justiça de primeira instância, do Supremo e do TSE.

O manezão, que atua em várias frentes, pode tentar e conseguir escapar de novo, em meio à ratazana em desespero e à sobrecarga de providências que polícia, Ministério Público e Judiciário precisam levar adiante.

O manezinho vai entupir as estruturas da Justiça, enquanto o manezão está mocozado. O manezão voltou para a toca à espera do que vai acontecer.

Alguns até se expõem, como cínicos, para dizer que agora são democratas e amam Lula. É um truque antigo de advogado, um habeas preventivo, a tentativa de aplicar um migué, que não pode funcionar sempre.

Policiais, promotores, procuradores, juízes de comarcas, desembargadores e ministros das mais altas cortes sabem que o manezão está certo de que escapará.

É desse sujeito que Bolsonaro depende agora para manter viva a agitação nas suas bases. Sem o manezão, não há o manezinho.

Não é do manezinho que Bolsonaro espera a resistência. Esse foi abalado pelas prisões de pais, irmãos, filhos, tios, primos, tias e vizinhos que choram na prisão.

Bolsonaro espera que o manezão escape e que a liderança desse sujeito continue viva, para dar sustentação ao que sobrar, se é que sobrará, da sua estrutura militar.

O manezão é o terrorista encoberto, o sustentador do esquema de Bolsonaro desde 2018, nas mais variadas ações criminosas possíveis dentro e fora do gabinete do ódio e das estruturas das milícias digitais.

Alexandre de Moraes saberá a hora certa de pegar o manezão, de quem ele já decorou todos os dribles.

Se não pegar, começa tudo de novo. Tirem o manezão do mocó. Todos sabem onde fica seu esconderijo.

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