Faria Lima quer Tarcísio como candidato único da direita em 2026
'A direita brasileira ainda busca seu eixo entre as pressões dos ricos da Faria Lima e os movimentos regionais de governadores ambiciosos'
A disputa presidencial de 2026 começa a ganhar contornos definidos, com a direita fragmentada tentando se reorganizar em torno do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
A movimentação, segundo fontes políticas do Blog do Esmael, é orquestrada pelos oligarcas da Faria Lima, endereço simbólico do poder financeiro e midiático no Brasil.
Os ricaços apostam em um “centralismo democrático” particular: não permitir divisões na centro-direita nem na extrema-direita.
Todos deveriam marchar sob a bandeira de Tarcísio, considerado o candidato ideal para enfrentar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), favorito para continuar no Palácio do Planalto segundo as principais pesquisas de intenção de voto.
Nos bastidores, o plano prevê que Tarcísio renuncie ao governo paulista em abril para disputar a Presidência.
O cálculo da Faria Lima é que, em um confronto direto Lula x Tarcísio, a eleição seria decidida no primeiro turno, com diferença estreita, no olho clínico, algo semelhante ao embate de 2022 entre Lula e Jair Bolsonaro (PL).
Nesse cenário, haveria um verdadeiro “tratoraço” nacional com a chamada verticalização das eleições, candidaturas e alianças seriam impostas de cima para baixo, em chapas fechadas aos governos estaduais e ao Senado, um “prato feito” destinado a isolar Lula e os progressistas nas disputas regionais.
No entanto, há divergências internas, e isso ainda precisa ser combinado com os “russos”, como diria o genial Garrincha.
Caso Tarcísio opte por buscar a reeleição em São Paulo, o campo da direita tende a se pulverizar com candidaturas de nomes como Ratinho Júnior (PSD-PR), Ronaldo Caiado (União-GO), Helder Barbalho (MDB-PA), Roberto Requião (PDT-PR) e Romeu Zema (Novo-MG), todos interessados em ocupar o espaço do bolsonarismo órfão.
Na semana passada, o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, deputado Alexandre Curi (PSD), fez um périplo político e midiático em São Paulo.
O objetivo foi relançar o governador Ratinho Júnior à Presidência, em meio à pressão da Faria Lima para que ele desistisse da corrida.
Para evitar surpresas de última hora no PSD, Curi revelou que Ratinho poderá migrar de legenda.
Uma das opções do governador paranaense é o próprio Republicanos, já que Tarcísio estaria de malas prontas para o PL.
O Republicanos é controlado no Paraná pelo empresário Marcelo Almeida, herdeiro do conglomerado CR Almeida, que tem concessões de pedágio e aeroportos.
A equação eleitoral segue aberta, portanto.
Entre as pressões dos “ricos da Faria Lima” e os movimentos regionais de governadores ambiciosos, a direita brasileira ainda busca seu eixo.
Enquanto isso, Lula observa, de cima, com a vantagem consolidada que apenas o poder do cargo e a força popular garantem.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.




